Super-quarta: o COPOM e o FOMC

Hoje é o dia. O filho chora e a mãe não vê. A última decisão de política econômica dos EUA do ano. A última chance minimamente real de um aumento de juros por lá. A tal da super-quarta. Mercados apreensivos. Operadores tomam fôlego. O café esfria enquanto o suor desce. A decisão em si até poderia surpreender, mas não vai. O gogó, por outro lado, segue com poder. Lá, o comitê jura juradinho que vai manter os juros (juradinhos) altos por muito tempo. O mercado vai trucar, e a vida do Jay vai seguir difícil. Vale ver o Dot Plot. Aqui, o Bob Fields deve abrir uma portinhola bem discreta de aceleração de cortes. Há quem diga que vem corte de 75 basis já em 2023, mas duvido.

Ontem foi dia de leilão de treasuries de 30 anos lá nos EUA. Mercado abriu rasgando, mas o apetite pelo leilão foi melhor que o esperado, e devolveu a maior parte do estresse. Yellen finalmente conseguiu dormir. E se você quer saber mais sobre a resiliência do mercado de trabalho norte-americano, e como está difícil recolocar alguém, basta olhar para ela mesma. Se a Yellen conseguiu manter o emprego dela esse ano todo, bichos, o que precisa acontecer pro Biden demitir alguém?

E ontem também tivemos pacotão do Milei. Corte de gastos, corte de ministérios, corte de secretarias, corte de empregos públicos, corte de obras públicas, corte de valor no Peso… só não teve corte de cabelo (#ficaadica). Houve uma época em que uma maxidesvalorização do Peso geraria um stress gigantesco no mercado de câmbio brasileiro. Hoje em dia, apenas fazemos planos para visitar Buenos Aires. Que fase.

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