As 5 maiores altas e as 5 maiores baixas do Ibovespa no mês de janeiro

Magalu foi o maior destaque de ganhos, com "efeito Americanas" (que também ajudou a explicar uma das maiores quedas); Raízen foi maior baixa

Lara Rizério

(Getty Images)

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O primeiro mês de 2023 foi bastante agitado, desde o movimento de forte aversão ao risco para o mercado em geral nos primeiros dias do governo Lula, passando pela invasão de bolsonaristas radicais aos prédios dos Três Poderes e o imbróglio sobre a crise na varejista Americanas (AMER3), com o impacto em diversos outros setores além de seus pares, como bancos, shoppings e empresas com quem tinha parcerias.

Apesar de tantas turbulências, o Ibovespa conseguiu fechar no positivo, com alta de 3,4%, também contando com a forte entrada do estrangeiro por aqui.

Confira os destaques do mês:

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Magazine Luiza (MGLU3): alta de quase 62%

O Magazine Luiza se consagrou como a maior alta do Ibovespa no período, com diversos analistas apontando-a como beneficiária da situação difícil da rival Americanas, em recuperação judicial (RJ).

Na sequência da abertura do processo de RJ, no dia 19 de janeiro, o Citi destacou que o Magalu seria o maior beneficiado com incremento de tráfego online e volume bruto de mercadorias (GMV), na hipótese de que todas as operações da Americanas ficassem interrompidas por causa do seu processo de recuperação judicial.

O Magazine Luiza teria um aumento no seu volume de 18% neste ano. Na sequência, seria a Via (VIIA3), com aumento de 15%, e Mercado Livre, com 11%.

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Na avaliação do banco, o Magalu “herdaria” uma parcela de 14% das vendas online diretas da Americanas e 25% das vendas de marketplace (3P), enquanto a Via receberia 12% e 24%, respectivamente. Já o Mercado Livre receberia 11% das vendas de marketplace.

Já o impacto na dissipação da Americanas em vendas de lojas físicas é mais difícil de ser mensurado, por conta da fragmentação do setor, aponta o banco, o que envolve empresas menores e de setores diversos.

O Morgan Stanley, por sua vez, reiterou que o Mercado Livre deve liderar parte da captura de 15% do e-commerce a ser deixado pela Americanas, enquanto Magalu e Via estariam entre os potenciais beneficiários (principalmente em estoque próprio, 1P, e lojas).

A Guide Investimentos também fez uma análise restrita ao segmento digital da Americanas, uma vez que os pontos físicos possuem uma dinâmica diferente e os pontos de venda poderiam ser utilizados por players de outros segmentos.

Ao mapear o dado do market share atual das companhias e do seu potencial de crescimento sobre o mercado detido pela Americanas, os analistas chegaram à conclusão de que o Mercado Livre seria o maior beneficiado em termos nominais, enquanto em termos relativos o Magazine Luiza toma a dianteira.

Contudo, vale destacar que há indicações de cautela para a ação do Magalu. O Morgan Stanley segue com recomendação equalweight (exposição em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para MGLU3, com preço-alvo de R$ 3,50. O ambiente geral é de cautela para o setor, com os analistas da casa tendo visão mais positiva para o Mercado Livre.

Em relatório recente, a XP elevou o preço-alvo para as ações MGLU3 de R$ 4,50 para R$ 5, mas manteve recomendação neutra.

“Embora esperemos que a empresa leve a maior parte da participação da Americanas na frente online no 1P, continuamos a ver um cenário competitivo difícil, com plataformas estrangeiras como como Alibaba, Amazon, Shein e Shopee se expandindo ainda mais no país”, apontam os analistas.

Além disso, as perspectivas macro permanecem como um vento contrário para histórias de crescimento e demanda de bens duráveis. Os analistas também acreditam que os ganhos de participação de mercado da MGLU3 com o “efeito Americanas” já estão precificados após o rali de 60% da ação.

CSN Mineração (CMIN3) e CSN (CSNA3): avanços de 31% e 27%

Os setores de mineração e siderurgia como um todo tiveram um forte desempenho no mês de janeiro, impactados pela reabertura da economia da China após um longo período de restrições severas para conter a Covid-19.

A China é a maior produtora mundial de aço, com o ingrediente siderúrgico registrando um ganho mensal de cerca de 2% na Dalian Commodity Exchange. Já na Bolsa de Cingapura, o contrato subiu 11% este mês, em um rali impulsionado por melhores perspectivas de demanda depois que a China desmantelou as restrições rígidas da Covid.

A chamada reabertura do gigante asiático também impulsionou os preços spot do minério de ferro ferro, com o material com teor de 62% subindo acima de US$ 130 a tonelada na segunda-feira, o maior nível desde junho, mostraram dados da consultoria SteelHome. Nesta terça-feira, o contrato fechou a US$ 129,50.

Neste cenário, mas de altas nos meses anteriores para alguns papéis do setor (já de olho nas perspectivas de abertura econômica), investidores foram atrás de outras oportunidades além de Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4), com CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) despontando então entre os destaques do mês.

No último dia 20, o Bank of America elevou a recomendação de CSNA3 e CMIN3 de venda para neutra, pela perspectiva de melhores resultados na unidade de mineração, apoiado no preço do minério de ferro, e os reajustes no preço do aço. O banco também aponta que há chances das companhias pagarem dividendos elevados.

Além disso, conforme aponta o Itaú BBA, no resultado do quarto trimestre de 2022, a CSN já pode se beneficiar dos maiores preços do minério. “Estimamos aumento de 3% de Ebitda na comparação trimestral devido aos resultados sequencialmente mais fortes na divisão de mineração, ajudados, por sua vez, por melhores volumes e preços realizados maiores do minério de ferro, o que deve mais do que compensar os resultados mais fracos na divisão siderúrgica”, avalia a equipe de análise.

Em meados do mês, a CSN Mineração ainda concluiu as negociações para fornecimento de longo prazo de minério de ferro à trader suíça Glencore International AG. Segundo a companhia, a transação com a Glencore envolve recebimento de pré-pagamento de até US$ 500 milhões pelo fornecimento de 13 milhões de toneladas de minério de ferro em quatro anos, iniciando em 2024.

GPA (PCAR3): alta de 25,4%

Os desdobramentos na reestruturação do GPA, dono do Pão de Açúcar, também refletiram na ação neste mês de janeiro. No começo do mês, a evolução nas medidas para separar o colombiano Éxito das operações do grupo impulsionou os ativos.

Desde 2021, o GPA vem realizando operações na tentativa de gerar valor para seus acionistas, como a cisão do Assaí (ASAI3), a venda da operação de hipermercados, a alienação de uma pequena fatia de participação no Éxito no primeiro semestre do ano passado e a separação do Éxito no momento.

Para a Eleven, o movimento é positivo tanto para GPA, que fortalece sua estrutura de capital e destrava valor, quanto para o Éxito, que tem sua liquidez aumentada e sua gestão passa a ser independente.

Marcelo Pimentel, CEO do GPA, afirmou em teleconferência sobre o tema que a segregação do Éxito tem foco em resgatar a marca Pão de Açúcar. “Nosso foco é exatamente na captura de retomada da relevância da bandeira Pão de Açúcar, da priorização dessa bandeira e da volta da relevância do contato com o nosso cliente”, disse ele a analistas de mercado. “Essa transação também nos permite consolidar foco do GPA na operação brasileira a qual nos estamos comprometidos”, acrescentou.

O CEO dividiu os esforços do GPA no Brasil no mercado premium, com as bandeiras Pão de Açúcar e Minuto Pão de Açúcar, e outra no mercado tradicional, com as unidades Extra, Compre Bem e Minimercado.

O Credit Suisse, que tem recomendação neutra para as ações PCAR3, aponta que o foco da gestão segue dividido entre a cisão do Éxito e os planos de recuperação do GPA Brasil. Olhando para o quarto trimestre, a expectativa é de crescimento de 10.9% nas vendas líquidas na comparação anual, enquanto a margem bruta deve retrair 3,3 pontos percentuais e a margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) deve ter baixa anual de 2,4 pontos percentual. Já no Éxito, apesar de esperar queda nas vendas líquidas, a margem bruta deve se manter, com o impacto negativo na margem Ebitda de 1,4 ponto percentual. O GPA divulgará seus números do 4T22 em 27 de fevereiro.

Natura&Co (NTCO3): avanço de 25,3%

As expectativas sobre a reestruturação na Natura&Co, com desdobramentos nos últimos dias, levaram os papéis NTCO3 a se destacarem entre os maiores ganhos do Ibovespa no mês.

Em meados do mês, o Bradesco BBI retomou cobertura para Natura&Co com recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 15, destacando a ação como “um player de valor”, com os múltiplos não incorporando a recuperação de margem que o BBI espera.

“Ainda vemos uma poderosa combinação Natura/Avon na América Latina. Além disso, as estratégias para liberar valor na Aesop podem implicar em ‘risco de alta’”, apontaram os analistas.

Neste sentido, no último dia 30, a notícia da Bloomberg de que LVMH e L’Oréal estariam entre as empresas avaliando uma oferta pela Aesop, controlada pela companhia brasileira e avaliada em US$ 2 bilhões ou mais, impactou as ações.

A companhia afirmou que permanece avaliando a eventual venda de fatia na marca Aesop como uma das alternativas para financiar o “crescimento acelerado” da unidade e agregar mais valor à companhia e aos acionistas. No comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários, a Natura&Co afirmou que as notícias refletem “especulações de mercado acerca do processo em curso”.

Segundo o Citi, a avaliação de US$ 2 bilhões citada na matéria da Bloomberg é maior que o esperado. O valor implica em um múltiplo de 16,5 vezes o valor sobre o Ebitda, o que seria positivo para a Natura, caso a participação na Aesop seja vendida nesses valores.

A venda de uma participação de 25% nestes termos diminuiria a alavancagem da Natura&Co de 2,9 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda, ao fim do terceiro trimestre, para 2 vezes, aponta o banco.

O Citi acredita que um parceiro não vá querer o controle da Aesop, mas eventualmente ter retornos com uma oferta de ações em potencial ou outro evento de liquidez. “No entanto, múltiplos mais elevados podem indicar opções de compra de controle”, destacou.

Confira as maiores altas do Ibovespa em janeiro:

Empresa Ticker Preço Variação percentual
Magazine Luiza MGLU3 R$ 4,43 +61,68%
CSN Mineração CMIN3 R$ 5,34 +30,88%
CSN CSNA3 R$ 18,50 +27,15%
GPA PCAR3 R$ 20,72 +25,42%
Natura&Co NTCO3 R$ 14,55 +25,32 %

Maiores quedas

Raízen (RAIZ4) é destaque de baixa, com queda de 12%

Uma sequência de notícias levou à baixa das ações da Raízen, que tem presença nos setores de produção de açúcar e etanol, distribuição de combustíveis, entre outros. No começo do ano, a notícia da decisão do governo Lula de estender a isenção do imposto sobre combustíveis por mais 60 dias impactou o setor.

Nesta terça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao voltar ao falar sobre o tema, disse que não discute o tema da desoneração de combustíveis desde o início de janeiro (quando o presidente Lula decidiu prorrogar o benefício), ressaltando que o tema poderá ser revisitado pelo mandatário, embora a pasta ainda não tenha sido acionada.

“Desde o dia primeiro de janeiro eu não discuto mais esse assunto porque a decisão foi tomada pelo presidente da República, que, obviamente, pode revisitar a matéria, mas até o presente momento não houve da parte dele nenhuma provocação ao Ministério da Fazenda”, afirmou.

Mas no fim do mês, outra notícia pressionou os ativos. No dia 30 de janeiro, as ações RAIZ4 caíram quase 5%, com a notícia de um “block trade” para a venda de cerca de 330 milhões de ações (24,32% dos papéis em circulação no mercado), a R$ 3,15 cada.

Em relatório, analistas da XP apontaram que o leilão era para a Hédera, do Grupo Louis Dreyfus, ex-controlador da Biosev, vender sua participação integral na joint venture entre Shell e Cosan (CSAN3). Eles ponderaram que precisa ser esclarecido se a razão por trás da venda é por preocupações macro, como incertezas relacionadas à política de preços da Petrobras (PETR4), ou algo específico envolvendo a companhia.

Marfrig (MRFG3) cai 11,5%, JBS (JBSS3) tem baixa de 8,7% no mês

Apesar de diferenças entre elas, as ações de empresas ligadas ao setor de proteínas animais no geral tiveram um desempenho negativo, sendo a grande exceção a Minerva (BEEF3).

No caso de Marfrig e JBS, e notoriamente no caso da primeira, os preços mais baixos da carne bovina nos EUA seguem pressionando os ativos e tornando mais nebulosas as perspectivas para os ativos.

Cabe destacar que, em 11 de janeiro, o JPMorgan revisou suas preferências no segmento de frigoríficos brasileiros, impulsionado por uma deterioração mais rápida e profunda do que o esperado das margens de proteína nos EUA, combinado com uma oportunidade interessante para se expor à reabertura da economia chinesa através do setor.

O JP reiterou classificação neutra para Marfrig, com preço-alvo saindo de R$ 17,50 para R$ 10,50, dada a falta de visibilidade sobre onde as margens da carne bovina dos EUA devem chegar em 2023. Apesar das melhorias esperadas na disponibilidade de gado no Brasil em 2023 e 2024, os analistas apontaram acreditar que a ação não deva apresentar um desempenho acima da média sem um catalisador positivo da América do Norte, que também não deve ser visto em breve.

O banco rebaixou na ocasião a recomendação da JBS para neutra e reduziu preço-alvo de R$ 54 para R$ 26, devido a falta de catalisadores claros e a provável deterioração adicional da margem da companhia.

Apesar da JBS ser a empresa mais diversificada sob a cobertura do banco (em termos de negócios e geografias), analistas veem a empresa em meio a tempestade perfeita onde enfrenta desafios de excesso de oferta, custos e fraca dinâmica de consumo. Além disso, a empresa vem sinalizando que recompras relevantes e fusões e aquisições não devem estar no horizonte, enquanto a listagem nos EUA não deve ser uma transação de curto prazo, avaliaram os analistas.

Já para a BRF (também com recomendação neutra), o lucro deve continuar decepcionando no curto prazo em uma combinação de vários fatores: (1) fraca demanda de mercado e forte concorrência; (2) perda de produtividade na produção corrente; (3) custos elevados tanto na produção quanto no transporte; (4) excesso de oferta mercado de exportação, queda nos preços do frango em mercados centrais; (5) Ebitda para conversão de caixa permanece baixo e reduções de capex para impulsionar o fluxo de caixa podem ser temporários.

O Itaú BBA, por sua vez, tem recomendação equivalente à compra para as ações JBSS3, enquanto possui visão neutra para BRF e Marfrig.

Ao comentar os últimos dados de exportação do setor, o BBA destacou, para a JBS, ver ligeira melhora nos spreads de aves, mas as margens podem continuar comprimidas no curto prazo, enquanto destacou boas notícias  para a BRF na frente de exportação, com melhora de preços de aves. Já para a Marfrig, os preços mais baixos da carne bovina nos EUA pressionaram os spreads ligeiramente para baixo, enquanto a América do Sul pode se beneficiar do impulso das importações para a China.

Alpargatas (ALPA4): queda de quase 10%

O sentimento de cautela que tomou conta do mercado nos últimos resultados divulgados no ano passado segue dando o tom para as ações da Alpargatas, entre as maiores quedas do Ibovespa em janeiro.

Na sessão após o resultado do terceiro trimestre de 2022, em 4 de novembro do ano passado, as ações ALPA4 desabaram mais de 15%. A dona da marca Havaianas reportou resultados fracos no 3T22, com volumes piores do que o esperado no Brasil, EUA e China e margens pressionadas nas operações internacionais, apesar de preço e mix sólidos, avaliou a XP. O lucro líquido consolidado de cerca de R$ 45 milhões ficou 38% abaixo das expectativas da casa, pelas maiores despesas tributárias e Ebitda ligeiramente abaixo do esperado.

Já o BBI destacou na ocasião: “apesar da pressão inflacionária persistente sobre o balanço, esperamos que os custos das matérias-primas, especialmente aqueles associados ao petróleo (butadieno e estireno), diminuam um pouco nos próximos trimestres, mas não vemos isso como um divisor de águas para a Alpargatas”.

Com algumas pressões devendo persistir, a XP cortou neste fim de janeiro a recomendação para as ações ALPA4, de compra para neutra.

Os analistas acreditam que os lucros devam permanecer pressionados pelo menos até o segundo trimestre de 2023, quando poderão ser vistos melhores resultados na operação internacional. Enquanto isso, a Rothy’s – empresa dos EUA de calçados sustentáveis natural adquirida em 2021 – pode demorar mais para atingir o ponto de equilíbrio. Desta forma, os analistas adotam uma visão de longo prazo mais conservadora. O preço-alvo foi cortado de R$ 28 para R$ 15.

BTG Pactual (BPAC11): em baixa de 9,15% com “efeito Americanas”

Se o Magalu foi destaque de alta pelo efeito Americanas, a unit do BTG Pactual esteve entre os destaques de baixa pelo mesmo motivo.

O banco é um dos maiores credores da varejista e, ainda que o valor nominal das dívidas da companhia com o BTG não seja o maior, o impacto em relação à carteira de crédito sim.

No último dia 25, a Americanas apresentou sua lista de credores e o BTG aparecia com R$ 3,5 bilhões a receber da companhia em recuperação judicial.

Em análise sobre o impacto nos bancos, a XP destacou o BTG como um dos mais afetados. “Esperamos que o impacto nos resultados seja mais significativo para BTG, Santander e Bradesco (em torno de 20% a 30% de seu lucro líquido). Por outro lado, Banco do Brasil e Itaú devem ser os bancos menos afetados (menos de 10% do lucro líquido)”, apontou.

Na mesma linha, o Morgan ressaltou que “apenas para o BTG Pactual a exposição parece bem representativa em relação ao demonstrativo de lucros e perdas (P&L) deste ano”.

Neste contexto, foi deflagrada uma disputa judicial da varejista com vários bancos, incluindo o BTG. Em meio a diversas decisões, o  Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve bloqueados no BTG R$ 1,2 bilhão, após recursos do banco contra decisão anterior da Justiça do Rio de Janeiro que dava acesso à companhia ao montante.

Nesta terça, o Estadão informou que a Americanas contratou Cristiano Zanin, advogado que defendeu o presidente Lula durante a Operação Lava Jato, para a defesa no processo específico do BTG.

Locaweb (LWSA3): empatada com JBS entre as maiores baixas

Visão de uma empresa de boa qualidade, mas sem catalisadores de curto prazo e contando com um cenário macroeconômico desafiador: neste ambiente, as ações da Locaweb se destacaram como uma das maiores quedas do Ibovespa no mês.

No último dia 16, o Itaú BBA manteve recomendação neutra para os ativos, mas cortou o preço-alvo de R$ 10 para R$ 7,50 no fim do mês.

“Diante da perspectiva incerta no Brasil para 2023, com a taxa Selic mais alta e um horizonte mais difícil para as pequenas e média empresas (PME), com desafios tanto para os pagamentos quanto para as finanças agregadas, além de um aumento da rotatividade (churn), decidimos manter nossa recomendação, mas reduzimos nosso preço-alvo, refletindo aquilo que acreditamos ser o mais próximo de um cenário justo”, apontaram os analistas.

O BBA avalia que há um alto grau de incerteza em muitas premissas. “Aqui estão algumas possibilidades: a Locaweb pode alcançar os números previstos para 2030 mais cedo ou mais tarde do que o esperado; um take-rate (valor que incide sobre cada transação) de software mais baixo no longo prazo (em relação aos nossos 10%); ou o negócio de geração de oportunidades (leads) pode se tornar uma fonte significativa de receitas para a empresa (atualmente assumimos que isto será capturado pela Google/Meta/TikTok/etc.)”, aponta.

Entre os destaques, os analistas avaliam que a unidade denominada Comércio da Locaweb é um negócio em fase inicial.
Assim, a companhia consolidada tem uma gama muito ampla de possibilidades de valor justo (R$ 3,00 a R$ 14,00
por ação). “Uma gama tão grande não é incomum para empresas nesta fase de maturação”, aponta.

O Credit Suisse também manteve recomendação neutra para Locaweb, com preço-alvo em R$ 7,50, considerando o múltiplo de preço sobre o lucro esperado para 2023 de 36 vezes.

Confira as maiores baixas do Ibovespa em janeiro:

Empresa Ticker Preço Variação percentual
Raízen RAIZ4 R$ 3,29 -12,03%
Marfrig MRFG3 R$ 7,70 -11,49%
Alpargatas ALPA4 R$ 13,61 -9,75%
BTG Pactual BPAC11 R$ 21,62 -9,15%
*Locaweb LWSA3 R$ 6,41 -8,69%
*JBS JBSS3 R$ 20,08 -8,69%

*Locaweb e JBS empataram em quinto lugar e, por isso, há seis ações na lista das 5 maiores quedas do mês

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.