Raízen (RAIZ4): grande acionista fará um “block trade” acima de R$ 1 bilhão e ações fecham em queda de 5%

Holding Hédera venderá toda a sua posição de cerca de 330 milhões de ações (24,32% das ações em circulação) por R$ 3,15 por ação

Equipe InfoMoney

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Um acionista da Raízen (RAIZ4) fará grande block trade (venda de ações em bloco) da companhia, de acordo com informações de mercado. Com isso, a ação RAIZ4 fechou em queda de 4,97%, a R$ 3,25, na sessão desta segunda-feira (30). As informações foram publicadas inicialmente pelo Brazil Journal.

Em relatório, a XP afirmou que o leilão era para a Hédera, do Grupo Louis Dreyfus, ex-controlador da Biosev, vender sua participação integral na joint venture entre a Shell e Cosan (CSAN3).

Com o block trade, será vendida toda a posição de cerca de 330 milhões de ações (24,32% das ações em circulação) da holding por R$ 3,15 por ação, resultando em um valor total de cerca de R$ 1,1 bilhão. A Hédera passou a deter 24,32% do free float após a compra da Biosev pela Raízen , negócio que envolveu a troca de ações (3,5% do total de ações), além do pagamento à vista de R$ 3,6 bilhões para refinanciamento da dívida.

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Na avaliação da XP, a venda total da participação da Hédera, resultando em um negócio nesse tamanho e nesse nível de preço, traz uma visão negativa para a empresa. “No entanto, é preciso esclarecer se o motivo da venda da Hédera se deve a preocupações macro, como incertezas quanto à política de preços da Petrobras PETR4, ou específicas da empresa”, apontou.

Isso porque, as indefinições sobre a política de paridade de preços da Petrobras, aliada à dúvida sobre se voltarão ou não os impostos sobre os combustíveis (e, caso voltem, qual será a política), trazem um alto grau de incerteza para a Raízen no curto prazo, apontam os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, que assinam o relatório.

Eles entendem ainda que os pares estão evoluindo em relação à Raízen, e a diferenciação de atendimento da marca Shell parece diminuir. “O alto nível de incerteza aliado ao aumento das avaliações negativas em relação à Raízen tem afastado os investidores da tese, enquanto os novos negócios (E2G, Biogás, Pellets) ainda possuem alto risco de execução ao seu redor”, apontam, mostrando um cenário de maior ceticismo com a empresa.

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Os analistas citam a informação da fatia da Hédera na Raízen ter sido dada como garantia de uma dívida da LDC (controladora da Hédera), mas esperam mais detalhes oficiais sobre o motivo.