Bitcoin estaciona em ponto crítico, Ethereum aponta para deflação e cripto move-to-earn dispara 143%

Comportamento de mineradores acende alerta para possível topo local de preço do Bitcoin

Paulo Barros CoinDesk

(Pierre Borthiry/Unsplash)

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O preço do Bitcoin (BTC) amanhece próximo da estabilidade nesta quarta-feira (30), no que analistas apontam como um comportamento esperado após oito dias de alta. Porém, negociado a US$ 47.249 às 7h15, especialistas recomendam cautela para quem ainda está fora do mercado, apontando que a zona atual oferece mais riscos do que o comum para uma abertura de posição.

Um dos indicativos de uma maior pressão de venda é o comportamento de mineradores. Conhecidos por vender os bitcoins minerados em momentos estratégicos, eles começaram a se desfazer de unidades de BTC nos últimos dias em negociações de balcão, apontam dados da casa de análise CryptoQuant.

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Por outro lado, alguns especialistas seguem otimistas com a alta de preços das criptos no médio prazo, ressaltando para um cenário global mais favorável, decorrente da eliminação de incertezas, que vão do tamanho do aperto monetário à guerra na Ucrânia.

Para Jeff Dorman, COO da gestora de ativos Arca, “metade da Europa e da Ásia não são investíveis” agora. “Então, para onde vai o dinheiro? Não vai ficar em dólar para sempre. Vai para lugares mais seguros, que são ações e imóveis dos EUA e também, talvez ironicamente para alguns, ativos digitais”, afirmou em entrevista ao CoinDesk.

Uma das provas do movimento foi a volta das entradas líquidas positivas em produtos de investimento de ativos digitais na semana passada. Entre os catalisadores da alta, dizem especialistas, está ainda a adoção de BTC como reserva por projetos de criptomoedas, o que pode gerar um novo caso de uso para o ativo digital.

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“Existe agora esse novo vetor de compra, que são os próprios projetos do mercado cripto. Quando a gente junta tudo isso e compara com a taxa de crescimento e distribuição de novas moedas [de Bitcoin], parece que está se formando uma profecia autorrealizável: uma curva de oferta extremamente rígida e decrescente e, do outro lado, vários vetores adicionais de demanda”, afirmou Safiri Félix, diretor da Transfero, em entrevista ao Cripto+.

As principais criptomoedas entre as 10 com maior valor de mercado acompanham movimento similar ao do Bitcoin hoje, e mostram que ainda estão em situação de dependência do desempenho da criptomoeda: se a principal moeda digital vai bem, elas deslancham; se ela para de subir, as altcoins estagnam ou recuam.

O Ethereum (ETH) opera neste momento a US$ 3.387, em queda de 1% nas últimas 24 horas. No entanto, alguns sinais já começaram a surgir de uma possível crise de liquidez no lado da compra da criptomoeda.

A emissão diária líquida do ETH, que leva em conta o fornecimento diário ajustado para o número de tokens queimados diariamente, está caindo.

Segundo dados do IntoTheBlock, a emissão líquida do ativo digital caiu de 2.960 ETH para 6.170 ETH na segunda-feira (28), o menor valor diário desde 24 de fevereiro. Segundo especialistas, o movimento indica que a métrica saiu de uma tendência de alta.

“Depois de atingir o pico em 12 de março, as emissões líquidas diárias parecem estar diminuindo à medida que a demanda pela rede aumenta”, disseram analistas do IntoTheBlock em uma live ontem. “O ETH não teve um dia de deflação desde 2 de fevereiro, mas isso pode mudar em breve.”

Um declínio contínuo na emissão pode acelerar o rali do ETH. A criptomoeda subiu quase 40% em duas semanas, graças ao otimismo em torno da iminente atualização que mudará o sistema de mineração para a prova de participação, prevista para o final de junho.

A mudança, na prática, será uma fusão da rede atual com uma cadeia secundária que já está rodando em modo experimental.

“A [expectativa pela] fusão do Ethereum está galvanizando o interesse no potencial impacto no preço da ETH”, disse Noelle Acheson, chefe de insights de mercado da Genesis Global Trading.

Enquanto isso, várias criptos menores disparam de preço hoje, com destaque para o projeto STEPN (GMT), que acaba de entrar no ranking das 100 maiores após disparada de 85% em apenas 24 horas. Em sete dias, a alta já alcança 143%.

O token é um ativo de governança de um aplicativo move-to-earn (mover-se para ganhar): em de jogar games para ganhar (play-to-earn), a proposta é recompensar usuários que praticam exercícios físicos.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h15:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 47.249,65 -0,5%
Ethereum (ETH) US$ 3.387,97 -1%
Binance Coin (BNB) US$ 436,24 -0,2%
XRP (XRP) US$ 0,860356 -1,6%
Cardano (ADA) US$ 1,19 -1,9%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
STPEN (GMT) US$ 2,02 +84,4%
Ziliqa (ZIL) US$ 0,147634 +45,3%
Aave (AAVE) US$ 236,30 +30,5%
Chiliz (CHZ) US$ 0,316452 +17,8%
VeChain (VET) US$ 0,082652 +11,8%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Juno (JUNO) US$ 26,87 -7,5%
Axie Infinity (AXS) US$ 65,33 -5,4%
OKB (OKB) US$ 21,14 -4,6%
Convex Finance (CVX) US$ 29,58 -4%
Leo Token (LEO) US$ 5,89 -3,7%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 41,25 +0,24%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 54,06 -1,26%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 48,67 -0,16%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 45,70 +2,54%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 14,28 -1,17%
QR Ether (QETH11) R$ 12,04 +2,2%
QR DeFi (QDFI11) R$ 8,34 +4,38%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta quarta-feira (30):

Carrefour terá novos caixas eletrônicos de criptomoedas em SP e no DF

O Grupo Carrefour Brasil prepara até amanhã a instalação de quatro caixas eletrônicos de criptoativos em São Paulo. A primeira unidade já está em funcionamento no Jardim Pamplona Shopping, em São Paulo.

Demais máquinas chegarão a galerias comerciais do complexo dos hipermercados Carrefour de São José dos Campos e Anchieta (SP), e em Brasília (DF).

Os caixas são da Coin Cloud, empresa que possui 23 terminais instalados pelo país, nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Curitiba, Rio de Janeiro, Pernambuco, Goiás, Espírito Santo e Santa Catarina.

Os equipamentos permitem comprar em vender criptomoedas, e convertem criptos em papel-moeda. Para transacionar, o cliente precisa ter uma carteira digital. O valor mínimo de compra é de R$ 10, e os saques são permitidos para valores acima de R$ 50.

Navegador Opera será compatível com mais oito blockchains

O navegador Opera anunciou que vai adicionar suporte para mais oito blockchains na carteira de criptomoedas integrada ao programa de computador.

Solana, Polygon, StarkEx,Celo, Nervos DAO, IXO e Bitcoin, além da Ronin, que foi alvo de ataque hacker ontem, se somarão ao Ethereum, disse a empresa norueguesa em nota.

Segundo a empresa, o navegador já liberou compatibilidade com a rede Polygon e “em breve” se conectará ao restante das blockchains.

Além do Opera, o Brave também conta com uma carteira cripto integrada, também com planos para rodar em mais redes.

PLs de criptomoedas no Senado serão combinados em um só

Os Projetos de Lei que tramitam no Senado e propõem a regulamentação do setor de criptomoedas no Brasil serão apensados em um só pela similaridade com a qual tratam o tema.

Segundo o senador Irajá (PSD/TO), relator de ambas as matérias, os PL 2303/2015 e PL 3825/2019, este já aprovado em comissão, deverão ser debatidos de forma conjunta pelo plenário.

Segundo ele, os PLs foram “construídos sob a mesma linha de princípios e entendimentos”, e, por isso, devem ser combinados.

Os projetos, portanto, passam a caminhar em conjunto no Senado. A expectativa é que a matéria seja discutida ainda este ano.

Binance suspende saques em rede alvo de ataque hacker

A exchange de criptomoedas Binance anunciou na manhã de hoje que os depósitos e saques na rede Ronin, da Axie Infinity, foram suspensos desde terça-feira.

A Ronin foi alvo ontem de um ataque hacker considerado o maior de todos os tempos a um projeto de criptomoedas. Segundo um comunicado oficial, o invasor “usou chaves privadas hackeadas para forjar saques falsos”. As perdas foram calculadas em mais de US$ 625 milhões.

A Binance também afirmou ter bloqueado possíveis endereços dos hackers, e diz estar monitorando eventuais tentativas de conversão das criptos roubadas em dinheiro.

Segundo a corretora, os saques e depósitos na Ronin serão restabelecidos assim que a rede se mostrar suficientemente estável.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos