Bitcoin pode virar reserva de outras criptomoedas e gerar nova onda de adoção, diz especialista

Novo experimento pode estimular o uso de Bitcoin como garantia de projetos cripto, criando ainda mais demanda para a moeda digital

Equipe InfoMoney CoinDesk

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O Bitcoin sobe na última semana em meio a um noticiário positivo que parece dar o sinal verde para investidores voltarem às compras – inclusive os institucionais. Vistos como principais catalisadores da disparada da criptomoeda de 2020 a 2021, esse perfil de investidor passou a comprar o ativo digital como estratégia de diversificação de portfólio.

Agora, outras criptomoedas começam a fazer o mesmo, em movimento visto como uma possível inauguração de uma nova era de adoção do BTC como reserva de empresas de dentro do mundo cripto.

A iniciativa em questão é capitaneada pelo projeto Terra (LUNA), por intermédio da empresa Terraform Labs e da Luna Foundation Guard, responsável por administrar os recursos do projeto. O token Luna é atualmente o oitavo mais valioso do mundo, com capitalização de US$ 37,7 bilhões.

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Seu sucesso está diretamente ligado à popularização da stablecoin Terra USD (UST), criada pela mesma Terraform Labs. Ao contrário de outras criptos de dólar como Tether USD (USDT) e USD Coin (USDC), a UST não tem reservas depositadas em um banco.

No lugar de garantias tradicionais, o ativo busca a paridade com o dólar por meio do token Luna: US$ 1 em Luna é emitido ou retirado de circulação para fazer o preço do UST se aproximar de US$ 1. O mecanismo é governado por contratos inteligentes e obedece apenas a dinâmica de oferta e demanda pela stablecoin.

Isso, no entanto, está prestes a mudar. Nos últimos dias, a Luna Foundation Guard anunciou que começaria um programa de compras ousado de Bitcoin para compor as reservas da UST. Com isso, além do mecanismo atrelado à Luna, a criptomoeda estável teria uma garantia extra em BTC.

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De início, a iniciativa previa criar uma reserva de US$ 3 bilhões, mas o valor-alvo foi logo aumentado para US$ 10 bilhões, ainda mais do que os cerca de US$ 6 bilhões em BTC em posse da MicroStrategy. A organização ligada à blockchain Terra já teria começado a acumular a criptomoeda com uma compra inicial de US$ 125 milhões.

“Torço para que esse experimento dê certo. Sou um dos que acredita que o Bitcoin é a melhor forma de colateral já inventada. Por uma simples razão: o fato de ser uma moeda digital e poder ficar em staking [depósito em um contrato inteligente], garante que você não vai ter casos de insolvência”, aponta Safiri Félix, diretor de produtos e parcerias da Transfero, em entrevista ao Cripto+ na noite de ontem (28).

Cripto de dólar sem dólares

“Esse movimento da Terra (LUNA) é atrelado à tese de que criar uma stablecoin baseada em dólar, que por definição é uma moeda inflacionária, ou seja, que tende a perder valor e poder de compra ao longo do tempo, é uma estrutura condenada”, avalia Félix.

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Na visão do especialista, a solução de usar Bitcoin como garantia de stablecoins permite emitir o mesmo instrumento usando um colateral de melhor qualidade. Se der certo, a projeção é de que a solução seja adotada por outras stablecoins, criando uma nova onda de demanda de BTC por projetos dentro do ecossistema de criptomoedas.

O resultado, avalia o executivo da Transfero, deverá ser a continuidade da valorização da moeda digital.

“A gente volta para a base da tese de investimento em Bitcoin, que é o conceito da escassez digital programada em um cenário onde surgem novos casos de uso. Já existe uma demanda recorrente de Bitcoin como instrumento de diversificação, e um processo acelerado de institucionalização e criação de produtos regulados de Bitcoin”, conta.

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“E existe agora esse novo vetor de compra, que são os próprios projetos do mercado cripto. Quando a gente junta tudo isso e compara com a taxa de crescimento e distribuição de novas moedas [de bBtcoin], parece que está se formando uma profecia autorrealizável: uma curva de oferta extremamente rígida e decrescente e, do outro lado, vários vetores adicionais de demanda”.

Apesar da alta recente, o Bitcoin ainda está 31% abaixo da máxima de todos os tempos, próxima de US$ 69 mil. Mesmo assim, o diretor da Transfero vê o momento com otimismo, e avalia os últimos meses como um período de acumulação. No jargão técnico de criptos, a expressão aponta para uma zona de preço atrativa para compras antes de uma disparada para novas máximas.

“Mas o que é importante salientar é que do macro ciclo de Bitcoin ninguém escapa. Ele é determinado pelo halving [corte pela metade na emissão de bitcoins]. O que me parece é que, à medida em que o evento vai se aproximando, a narrativa da escassez vai tomando corpo”.

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O próximo corte na emissão de Bitcoin, evento conhecido como halving, está previsto para abril 2024.

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