Ação da Vale fecha em alta de 3,5%, Usiminas e Gerdau saltam até 9% com alívio do minério; aéreas disparam e Petrobras sobe 3%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (22)

Lara Rizério

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SÃO PAULO –  As ações de Vale (VALE3, R$ 87,11, +3,55%) e siderúrgicas foram destaque na sessão desta quarta-feira (22), em um cenário de maior apetite ao risco do mercado e com a alta do minério após uma unidade da Evergrande dizer que chegou a um acordo com credores de títulos em yuans sobre o pagamento de juros. Com isso, as cotações do minério registraram recuperação (veja mais aqui).

Os papéis VALE3 chegaram a avançar mais de 6% mas depois amenizaram e fecharam com ganhos mais modestos, de 3,55%,  enquanto a Usiminas (USIM5, R$ 15,17, +8,20%), que chegou a subir mais de 9%, fechou com alta mais expressiva. A CSN (CSNA3, R$ 29,33, +1,95%) chegou a saltar 8,7%, para depois amenizar a alta, enquanto os ativos da Gerdau (GGBR4, R$ 25,56, +5,84%) saltaram quase 6%. Fora do índice, a ação da CSN Mineração (CMIN3, R$ 5,99, +2,57%) também teve ganhos.

Os futuros do minério de ferro na Bolsa de Dalian registravam alta de 6,3%, e os contratos futuros do aço também subiram em Xangai. As negociações na China foram reabertas depois de um feriado de dois dias. Contudo, cabe destacar que o cenário segue de incerteza e volatilidade para o minério, o que fez inclusive com que o Bank of America cortasse a recomendação para os ADRs da Vale de compra para neutra. Por outro lado, o banco americano elevou o preço-alvo para CBA (CBAV3, R$ 14,65, +13,04%) com uma visão positiva para alumínio, com a ação disparando cerca de 12%.

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Outras companhias de commodities com sua demanda ligadas à China, como Suzano (SUZB3, R$ 53,84, +3,64%), também avançaram, mais de 3%.

Também em destaque entre as altas em meio ao ambiente de maior apetite ao risco, estão ações mais impactadas pela pandemia, caso de aéreas e empresas de turismo, caso de Azul (AZUL4, R$ 36,60, +8,19%), Gol (GOLL4, R$ 20,73, +5,77%), Embraer (EMBR3, R$ 21,30, +5,39%).

A sessão também foi de ganhos para a Petrobras (PETR3, R$ 26,46, +3,24%;PETR4, R$ 25,85, +2,54%) e para a PetroRio (PRIO3, R$ 20,70, +7,30%), com alta de cerca de 3% para os ativos da estatal e de mais de 7% para PRIO3, em um dia de alta do petróleo. O brent para novembro fechou com alta de 2,46%, a US$ 76,19 o barril, enquanto o WTI subiu 2,47%, a US$ 72,23.

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Os estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram queda de 3,481 milhões de barris, a 413,964 milhões de barris, na semana encerrada em 17 de setembro, segundo informou nesta quarta-feira o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. O resultado foi de um recuo maior do que o previsto por analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, de 2,4 milhões de barris.

Por outro lado, entre as maiores quedas do Ibovespa, estiveram as ações de Hapvida (HAPV3, R$ 14,59, -3,89%) e Notre Dame Intermédica (GNDI3, R$ 79,57, -3,88%), em meio a ameaças de senadores em sessão da CPI da Covid para convocar executivos da primeira companhia para depor. Veja mais clicando aqui. 

Confira mais destaques:

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras informa que o conselho de administração da sua subsidiária Transpetro recebeu carta de renúncia de Gustavo Santos Raposo ao cargo de presidente da companhia, com efeitos a partir do dia 24 de setembro.

O conselho irá deliberar sobre a nomeação do diretor de Serviços da Transpetro, Luiz Eduardo Valente, para assumir a presidência, observada a governança de indicações da Petrobras.

Totvs (TOTS3)

A Totvs precificou sua oferta subsequente de ações (follow-on, em inglês) a R$ 36,75, representando um desconto de 0,9% em relação ao preço do último fechamento (de R$ 37,10) e levantando cerca de R$ 1,44 bilhão. O capital deve ser utilizado para potenciais compras e investimentos em tecnologia.

Vale (VALE3)

A Vale informou que o então CFO da AES (AESB3) Gustavo Pimenta assumirá a vice-presidência executiva de Finanças e Relações com Investidores da mineradora, com a mudança de Luciano Siani para o cargo de vice-presidente executivo de Estratégia e Transformação de Negócios, conforme comunicado divulgado na terça-feira.

Ainda em destaque para a empresa, está a cotação do minério de ferro, com a volatilidade continuando para a commodity. Os preços interromperam um período de baixa sem precedentes e subiram na quarta-feira, impulsionados por notícias que ajudaram a tranquilizar investidores que monitoram a crise da chinesa Evergrande.

A unidade onshore da incorporadora disse que chegou a um acordo com credores de títulos em yuans sobre o pagamento de juros, o que ofereceu certo alívio depois da venda global de ativos de risco provocada por incertezas sobre a estabilidade financeira da Evergrande.

Os futuros do minério de ferro na Bolsa de Dalian registravam alta de 6,3%, e os contratos futuros do aço também subiram em Xangai. As negociações na China foram reabertas depois de um feriado de dois dias.

Itaú (ITUB4)

O Itaú Unibanco anunciou nesta terça-feira que emitiu R$ 5,5 bilhões em letras financeiras subordinadas, com prazo de vencimento em 10 anos e opção de recompra a partir de 2026, mediante autorização do Banco Central.

Os papéis foram negociados de forma privada junto a “investidores profissionais” e vão compor capital de nível 2, com impacto de 0,52 ponto percentual no índice de capitalização.

GPS (GGPS3)

A prestadora de serviços de limpeza, segurança e logística GPS anunciou nesta terça-feira a compra do grupo de segurança Rudder por meio de uma de suas controladas. O valor do negócio não foi revelado.

A Rudder presta serviços de segurança privada, sistemas eletrônicos de segurança e serviços de “facilities”, com forte presença no Rio Grande do Sul e teve receita bruta de cerca de R$ 255 milhões nos 12 meses encerrados no final de agosto, afirmou a GPS em fato relevante ao mercado.

WEG (WEGE3)

A WEG comunicou ter aprovado a distribuição de JCP (juros sobre capital próprio) de mais de R$ 86 milhões, que são correspondentes a R$ 0,0207 por ação.

A partir do dia 27, as ações serão negociadas “ex-juros sobre capital próprio”, com o pagamento do provento sendo feito  no dia 16 de março de 2022.

IRB (IRBR3)

O IRB informou ao mercado que registrou prejuízo líquido de R$ 97,6 milhões em julho de 2021; a companhia havia divulgado um prejuízo de R$ 62,4 milhões em julho do ano passado. Os números também foram enviados à Superintendência de Seguros Privados (Susep).

No acumulado de 2021 até julho, o prejuízo foi de R$ 253,7 milhões, perdas 62,63% menores ante o mesmo período de 2020, de R$ 678,8 milhões.

A companhia informou ainda que, quando excluídos os efeitos do runoff – custos com carteiras passadas – nos sete primeiros meses de 2021, a empresa alcança o breakeven – ponto de equilíbrio, em que receitas e custos se equiparam -, com um resultado líquido negativo de R$ 13,3 milhões, “o que confirma a trajetória positiva das medidas adotadas neste período”, apontou.

Em julho, o prêmio emitido pela companhia totalizou R$ 1,1673 bilhão, com queda de 24,5% em relação a julho de 2020, sendo R$ 933,7 milhões no Brasil e R$ 233,6 milhões no exterior. O prêmio emitido no Brasil decresceu 8,0% em relação a julho de 2020, enquanto no exterior ocorreu uma redução de 56,1%.

Engie (EGIE3)

Na terça, a Engie divulgou um comunicado ao mercado informando que tem interesse em acatar a proposta da ANEEL para encerrar a disputa relacionada a repactuação do risco hidrológico (GSF) prorrogando a concessão de 11 usinas hidrelétricas por 2,4 anos em média.

A XP ressalta que a discussão sobre a repactuação do risco hidrológico teve início diante de inúmeras ações judiciais ante o inconformismo das hidrelétricas, quando em meados de 2015, devido à redução dos reservatórios causada pela estiagem no País e o aumento no consumo de energia, o Governo despachou energia a partir das Usinas Termelétricas (fora da ordem de mérito), impedindo que as hidrelétricas vendessem energia, com a pretensão de poupar seus reservatórios. O despacho de energia de Usinas Termelétricas gerou o aumento no custo da energia, criando uma dívida que seria, posteriormente, rateada entre o mercado de energia – geradoras, transmissoras e consumidores.

Em agosto de 2021, a ANEEL homologou, por meio da Resolução 2.932/2021, que como medida compensatória desse imbróglio alguns complexos hidrelétricos afetados têm o direito de prorrogar a concessão à medida que abrem mão da judicialização.

A XP aponta ver a notícia como positiva, pois como não há outorga associada a esta prorrogação. “Estimamos um aumento de R$ 2,5 bilhões no valor para o acionista, o que adicionaria R$ 3 poração ao nosso preço alvo, ou 8% do atual valor de mercado da Engie. Mantemos a nossa recomendação Neutra em Engie, com um preço-alvo de R$ 48 por ação”, ressaltam os analistas.

Ambev (ABEV3)

O Bradesco BBI comentou a notícia de que a Heineken terá que suspender a construção de sua fábrica em Pedro Leopoldo, no estado de Minas Gerais, por conta de preocupações de que ela traz ameaças a um sítio arqueológico. A Heineken disse que as atividades serão suspensas imediatamente. O investimento deve ser de R$ 1,8 bilhão, e a fábrica terá capacidade de produção de 760 milhões de litros por ano. O banco diz que a notícia parece positiva para os papéis da Ambev, para os quais tem avaliação outperform e preço-alvo de R$ 21, frente à cotação de terça de R$ 15,66. Isso porque os investimentos anunciados pela Heineken entre 2019 e 2023 são uma tentativa da empresa de solucionar gargalos de produção que vinha enfrentando.

Braskem (BRKM5)

Segundo a coluna do Broad, do Estadão, os bancos credores da Novonor (antiga Odebrecht) estão debruçados sobre a proposta apresentada pela companhia, em recuperação judicial, para a venda de sua fatia na Braskem por meio de algumas rodadas de oferta de ações da petroquímica em Bolsa.

Na segunda-feira, o grupo se reuniu com as instituições financeiras, que têm as ações da Novonor na Braskem como garantias de empréstimos, para apresentar opções de venda da Braskem. A ideia de dividir a oferta veio do fato de que a transação poderia alcançar um valor alto demais, caso a Petrobras exerça seu direito de vender sua participação em Bolsa, com a Novonor.

“Em nossa opinião, o plano de saída ainda apresenta incertezas consideráveis. No entanto, do lado dos grandes bancos, a recuperação judicial da Braskem é mais provavelmente provisionada pelos bancos, portanto, um acordo bem-sucedido poderia ajudar na recuperação de seus empréstimos”, apontam os analistas do BBI.

Grupo Mateus (GMAT3)

O Plenário da Câmara aprovou regime de urgência para projeto que estende, até 2032, o prazo de fruição de benefícios de ICMS ao comércio convalidados pelo Convênio Confaz n° 190/17. Esse é o principal benefício do utilizado pelo Grupo Mateus hoje.

Segundo a equipe da XP Política, a expectativa é que a votação de mérito ocorra até a próxima semana, com anuência da base do governo e uniformidade dos líderes nas orientações.

“Vemos isso como um trigger positivo uma vez que elimina uma das principais preocupações dos investidores com a empresa (atualmente, os benefícios fiscais expiram em dezembro de 2022)”, aponta a equipe de research da XP, que mantém recomendação de compra e preço alvo de R$ 11 por ação.

Eztec (EZTC3), Cyrela (CYRE3) e Direcional (DIRR3)

O Bradesco BBI elevou a recomendação para a ação da EzTec de neutra (perspectiva de valorização dentro da média do mercado) para outperform (acima da média), e a posicionou entre suas “top picks” (escolhas favoritas), ao lado de Cyrela e Direcional.

O banco diz que as construtoras estão sendo negociadas, em média, 13% abaixo de seus valores líquidos do ativo. Além disso, o rendimento do setor está sendo de, em média, 11,8% no período entre 2021 e 2022. Segundo o banco, isso deve ajudar a navegar o noticiário turbulento.

O banco reduziu a perspectiva de rendimentos por ação para 2022 em 6% em médias e os preços-alvos em 17%. O banco presume que 90% das diretrizes (guidances em inglês) de 2021 serão atingidas. Apesar disso, o banco diz que vê uma perspectiva considerável de valorização para a maioria dos nomes, apesar de o desempenho dos papéis continuar dependente de catalisadores macro. A Cyrela é sua escolha favorita, e a Eztec é outra alternativa líquida.

(com Bloomberg, Estadão Conteúdo e Reuters)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.