Publicidade
SÃO PAULO – Impulsionado pela alta da taxa básica de juros (Selic), o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) registrou valorização de 24,09% entre setembro de 2013 e setembro de 2015. Isso quer dizer que um investidor que aplicou R$ 100 mil em um fundo DI que rendeu 100% do CDI teria hoje R$ 124.090 menos o Imposto de Renda, que após dois anos tem alíquota de 15%.
Você está investindo bem seu dinheiro? Faça o teste aqui
No entanto, boa parte dos brasileiros não aproveitou esta alta dos juros como poderia. De acordo com um levantamento da XP Investimentos, 94% dos cotistas desta categoria de fundos receberam rendimentos menores que o CDI nos últimos 24 meses encerrados em setembro. Além disso, 42 fundos DI tiveram retorno inferior a 20% nestes dois anos – o que equivale a apenas 83% do CDI. Somados, estes 42 fundos tinham um total de 836 mil cotistas.
Oferta Exclusiva para Novos Clientes
CDB 230% do CDI
Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney
Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.
Já quando se analisa a quantidade de fundos que conseguiram bater o rendimento do CDI o número é um pouco maior, mas ainda assim longe do ideal. Segundo o levantamento, 71,3% dos fundos DI não atingiram retorno igual ou superior ao indicador nos últimos 24 meses. “Isso mostra que há uma concentração de investidores em fundos com uma rentabilidade que deixa a desejar”, afirma Gustavo Pires, responsável pela área de fundos da XP Investimentos.
O levantamento levou em consideração 334 fundos de 54 gestoras de recursos, todos da categoria referenciado DI, com patrimônio acima de R$ 10 milhões e no mínimo 10 cotistas. Segundo a pesquisa, mais de 2,5 milhões de pessoas investem nestes fundos atualmente no país – o patrimônio líquido total dos fundos estava em R$ 632,1 bilhões.
A diferença pode parecer irrelevante, mas aplicar em um fundo que oferece um retorno muito abaixo do CDI tem um grande impacto no seu bolso. Para se ter ideia, o fundo DI com menor rentabilidade neste período foi o Classic, da Santander Gestão de Recursos, que rendeu apenas 12,47% em dois anos. O investidor que aplicou R$ 100 mil neste fundo em setembro de 2013 teria hoje R$ 112.470 (menos o imposto de renda), uma diferença de quase R$ 12 mil para quem investiu em um fundo que rende 100% do CDI.
Continua depois da publicidade
Com mais de 155 mil cotistas, o Classic cobra uma taxa de administração de 5% ao ano – aí está o principal motivo para o rendimento tão baixo. Segundo especialistas, é importante procurar fundos com taxa de administração menores que 1% ao ano para essa classe – taxas maiores do que está costumam impactar fortemente o retorno do fundo.
A Santander Gestão afirma que este fundo tem como objetivo remunerar os recursos parados em conta corrente no curtíssimo prazo e tem como diferencial o resgate automático. “Para recursos de investimentos de longo prazo, o Santander oferece portfólio completo de fundos de renda fixa, multimercados e ações”, destaca a gestora.
No entanto, em boa parte dos casos, o investidor acaba deixando o dinheiro parado por um bom tempo e ganha menos do que poderia se escolhesse um produto mais rentável. Por isso, especialistas em finanças insistem que é fundamental que o investidor avalie sua necessidade de liquidez e escolha produtos que se adequem a esta realidade.
É preciso ter muito dinheiro?
Uma das principais reclamações dos investidores é que os fundos DI que pagam um retorno mais alto normalmente estão acessíveis apenas para quem tem muito dinheiro. Mas isso nem sempre é verdade. Um bom exemplo é o fundo BTG Pactual Yield DI Credito Privado, que rendeu 101,5% do CDI nos últimos 24 meses e possui um tíquete de entrada de apenas R$ 3 mil. “É importante que o investidor pesquise e entenda que muitas vezes os melhores fundos não serão oferecidos pelo seu banco”, diz Pires.
Entenda o CDI
O CDI foi criado para lastrear as operações de curtíssimo prazo entre os bancos. Estas instituições têm necessidade manter o equilíbrio do caixa diariamente e para isso elas emitem este título. “Esse sistema gera fluidez ao mercado financeiro, pois o banco que tem excesso de depósitos em um dia cobre com a emissão de CDI aquele banco que tem excesso de saques no mesmo dia”, explica Igor Franco Silva, sócio da Prime Seniors Investimentos.
A taxa média diária do CDI (CDI Over) é calculada com base nas operações de emissão de certificados de um dia e é sempre muito próxima da taxa de juro básica da economia – a Selic. Por ser muito importante no mercado interbancário, o CDI acaba servindo de referência (benchmark) para a rentabilidade das aplicações financeiras, principalmente de renda fixa. Ela também é conhecida como taxa livre de risco brasileira, ou seja, a taxa que garante retorno com o mínimo de risco possível.
Os fundos referenciados DI investem no mínimo 95% do seu patrimônio em títulos que busquem acompanhar as variações do CDI ou Selic. Recentemente, a classificação “CVM Referenciado DI” foi incorporada pela “classificação CVM Renda Fixa”, passando a ser uma das suas subclasses.
Leia também:
Você investe pelo banco? Curso gratuito mostra como até dobrar o retorno de suas aplicações
Baixe um pacote de planilhas financeiras gratuitas
Descubra qual é a aplicação financeira de risco baixo mais rentável
Milhões de brasileiros investem errado em previdência; é o seu caso?
Imóvel é sempre bom negócio? Teste mostra que alugar é melhor
Seu carro facilmente lhe custa R$ 2.500 por mês. Duvida?
Qual é o melhor CDB: pré, pós ou indexado à inflação? Planilha mostra
Planeja investir no Tesouro Direto? Ebook gratuito mostra o caminho