Ações de Neoenergia e Romi avançam após balanços, Petrobras e PetroRio sobem com petróleo; IRB salta 8,5% após dados de maio

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (21)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão foi de fortes variações para diversas ações da B3 nesta quarta-feira (21). Além dos ativos PN da Renova (RNEW4, R$ 3,80, +7,34%), que subiram mais de 7% após a companhia aceitar a proposta do Mubadala pela compra da Brasil PCH, a sessão também foi de ganhos para a estreante Desktop (DESK3, R$ 24,25, +3,19%), que chegou a subir 10% na máxima do dia.

Atenção ainda com a temporada de resultados, com Neoenergia (NEOE3, R$ 18,10, +1,34%) subindo pouco mais de 1%, assim como a Romi (ROMI3, R$ 24,80, +1,10%), sendo elas as primeiras empresas a divulgarem seus números referentes ao segundo trimestre de 2021.

Já PetroRio (PRIO3, R$ 19,00, +1,06%) e Petrobras (PETR3, R$ 27,73, +1,61%; PETR4, R$ 26,96, +1,39%) avançaram em um dia de alta de cerca de 2% para as cotações do petróleo, ainda em um movimento de recuperação após a forte queda de cerca de 7% na segunda-feira.

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Os papéis do IRB (IRBR3, R$ 6,00, +8,50%), por sua vez, subiram forte. O IRB registrou lucro líquido de R$ 7,5 milhões em maio deste ano, ante um prejuízo líquido em maio de 2020 de R$ 202,1 milhões. Já nos cinco primeiros meses de 2021, o lucro líquido foi de R$ 9,4 milhões ante um prejuízo líquido no mesmo período de 2020 de R$ 337,2 milhões.

Além disso, em documento obtido com exclusividade pelo InfoMoney, Luiz Barsi Filho, um dos maiores investidores individuais da Bolsa brasileira, afirmou que tem comprado ações do IRB após “minuciosas análises estruturadas em fundamentos consistentes” e depois de um trabalho de reestruturação feito pelo ex-CEO, Antonio Cassio dos Santos (veja mais aqui).

As ações da Americanas S.A. (AMER3, R$ 57,85, -5,67%), antiga B2W, caíram forte nesta sessão e segundo a equipe de analistas da XP, que mantém a recomendação de compra, alguns fatores pode explicar o movimento, como a prévia do 2º trimestre decepcionando alguns investidores, além de um tempo para ajuste dos papéis após a união dos negócios, pressionados ainda pelo aumento das incertezas no ambiento macroeconômico.

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Por fim, atenção ainda para as siderúrgicas, que sobem diante dos dados do crescimento da produção de minério no Brasil no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Com isso, Gerdau (GGBR4, R$ 30,30, +2,26%), CSN (CSNA3, R$ 45,56, +2,22%) e Usiminas (USIM5, R$ 19,68, +2,50%), além da Vale (VALE3, R$ 114,40, +1,15%), tiveram ganhos neste pregão.

Confira os destaques:

Desktop (DESK3, R$ 24,25, +3,19%)

Na agenda de IPOs, a Desktop estreia suas ações na B3 nesta quarta-feira.

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A companhia precificou sua ação a R$ 23,50 na oferta inicial de ações. O preço ficou perto do piso da faixa estimativa que ia de R$ 23 a R$ 28. Ela captou R$ 715 milhões no IPO.

A Desktop é uma provedora de internet, com a empresa atuando majoritariamente no mercado de prestação de serviços de banda larga com tecnologia de fibra óptica de alta velocidade voltado para o consumidor pessoa física.

Os recursos com a oferta serão destinados para crescimento orgânico, aquisições estratégicas e aumento de posição de caixa.

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IRB (IRBR3, R$ 6,00, +8,50%)

O IRB Brasil registrou lucro líquido de R$ 7,5 milhões em maio deste ano, ante um prejuízo líquido em maio de 2020 de R$ 202,1 milhões. Já nos cinco primeiros meses de 2021, o lucro líquido foi de R$ 9,4 milhões ante um prejuízo líquido no mesmo período de 2020 de R$ 337,2 milhões.

De acordo com a companhia, ao excluir efeito dos negócios descontinuados (run-off) e dos eventos não recorrentes (one-offs), o lucro líquido em maio de 2021 seria de R$ 51,4 milhões. Já nos cinco primeiros meses de 2021 a companhia teria um lucro líquido de R$ 92,9 milhões neste mesmo conceito.

Os resultado antes dos impostos foram de R$ 10,8 milhões, uma melhora em relação a maio de 2020, que apresentou
resultado negativo de R$ 327,9 milhões. Já nos cinco primeiros meses de 2021, o resultado antes dos impostos foi positivo em R$ 21,9 milhões, comparado a um resultado negativo de R$ 500,0 milhões no mesmo período de 2020.

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O prêmio emitido de R$ 585,9 milhões em maio apresentou queda de 26,1% em relação a maio de 2020, sendo R$ 388,2
milhões no Brasil e R$ 197,7 milhões no exterior. O prêmio emitido no Brasil cresceu 33% em relação a maio de 2020, sendo compensado pela redução de 60,6% no exterior.

Multilaser

Já o IPO da empresa de produtos eletrônicos Multilaser saiu a R$ 11,10 cada, perto do piso da faixa estimada pelos coordenadores, de R$ 10,80 a R$ 13,00 por papel, de acordo com informações registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na terça.

A operação envolveu a venda de 198.160.223 ações, movimentando R$ 2,2 bilhões. Desse total, cerca de R$ 1,9 bilhão correspondem à oferta base. Como a operação envolve apenas a venda de ações novas, os recursos devem ir para o caixa da companhia, que pretende usá-los para reforçar o caixa, pagar dívidas e fazer aquisições. A companhia tem a previsão de estrear no pregão da B3 na próxima quinta-feira, negociada sob o ticker MLAS3.

Focus Energia (POWE3, R$ 15,75, -13,46%)

A Focus Energia informou na terça por meio de fato relevante que fechou contrato com a Trina Solar para o fornecimento de módulos fotovoltaicos ao Projeto Futura 1, empreendimento com 22 parques de energia solar que está sendo desenvolvido pela companhia.

O contrato com a Trina Solar substitui acordo anterior que a Focus mantinha com a Risen Energy para os serviços. Segundo a Focus, a alteração do fornecedor faz parte de plano de contingência para mitigar riscos e garantir o cumprimento do cronograma do projeto.

Petrobras (PETR3, R$ 27,73, +1,61%; PETR4, R$ 26,96, +1,39%)

Na terça, a Petrobras informou que recebeu ofício do Ministério de Minas e Energia com indicações para a composição da chapa da União para cargos no conselho de administração da empresa, cuja eleição ocorrerá na próxima Assembleia Geral Extraordinária (AGE). O ofício prevê a recondução de Eduardo Bacellar Leal Ferreira à presidência do conselho, bem como a recondução de Joaquim Silva e Luna, atual presidente-executivo da estatal, à sua posição no colegiado.

Também foram apontadas as reconduções de Ruy Flaks Schneider, Sonia Julia Sulzbeck Villalobos (para vaga destinada ao Ministério da Economia), Márcio Andrade Weber, Murilo Marroquim de Souza e Cynthia Santana Silveira (selecionada em lista tríplice elaborada por empresa especializada). Houve ainda a indicação de Carlos Eduardo Lessa Brandão para cargo de conselheiro, também como nome selecionado em lista tríplice elaborada por empresa especializada.

Neonergia (NEOE3, R$ 18,10, +1,34%)

O lucro líquido da elétrica Neoenergia atingiu R$ 1 bilhão no segundo trimestre de 2021, salto de 137% em relação a igual período do ano anterior, impulsionado pela recuperação do mercado após medidas mais rígidas para contenção da Covid-19, informou a empresa na terça. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia, controlada pela espanhola Iberdrola, avançou 108% no trimestre até junho, para R$ 2,3 bilhões.

Romi (ROMI3, R$ 24,80, +1,10%)

As Indústrias Romi lucraram R$ 42,8 milhões no segundo trimestre de 2021, número que foi 106,4% maior do que os R$ 20,74 milhões registrados no trimestre anterior e 277% superior aos R$ 11,36 milhões reportados no mesmo período do ano passado.

Embraer (EMBR3, R$ 18,87, +3,00%

A Embraer comunicou nesta quarta-feira que entregou 34 jatos no segundo trimestre, sendo 14 comerciais e 20 executivos (12 leves e oito grandes), mostrando crescimento frente aos 22 aviões entregues no primeiro trimestre do ano.

A carteira de pedidos firmes (backlog) somou US$ 15,9 bilhões no final de junho, alta de 12% em relação ao primeiro trimestre, em um retorno aos níveis pré-pandemia, de acordo com a fabricante de aeronaves.

A atual carteira de pedidos firmes inclui o contrato de 30 aeronaves E195-E2 da Porter Airlines, do Canadá.

Grupo Soma (SOMA3, R$ 19,10, -3,05%) e Cia. Hering (HGTX3, R$ 39,27, -1,55%)

O Grupo Soma, dono das marcas Animale e Farm e que recentemente comprou a gigante das confecções Hering, levantou R$ 888 milhões com sua oferta subsequente de ações (follow-on), com as ações vendidas a R$ 19,20, representando um ágio de 18% em relação à data do anúncio da oferta.

Foram vendidas 46 milhões ações ordinárias, sem lotes adicionais. O grupo Soma entrou na B3, a Bolsa brasileira, há um ano, com uma oferta de ações (IPO, na sigla em inglês) de R$ 1,823 bilhão.

Os recursos captados na nova oferta serão direcionados para compor a aquisição da Hering.

Trisul (TRIS3, R$ 9,33, -0,53%)

A Trisul divulgou sua prévia operacional do segundo trimestre de 2021, informando o lançamento de dois projetos de média renda no período, que somaram um Valor Geral de Vendas (VGV) total de R$ 413 milhões (crescimento de 14% ano contra ano e 26% trimestre contra trimestre), o que levou a companhia a mais que dobrar seus lançamentos no primeiro semestre de 2021 (R$ 742 milhões) versus primeiro semestre de 2020 (R$ 361 milhões).

As vendas líquidas atingiram R$ 246 milhões (crescimento de 42% ano contra ano e 39% trimestre contra trimestre), levando a uma velocidade de vendas (VSO) de 15% (contra 14% no trimestre anterior), o que vemos como positivo dado as restrições comerciais em São Paulo até o final de abril.

“A Trisul reportou sólida prévia operacional referente ao segundo trimestre. Mantemos nossa visão positiva para o papel e recomendação de compra e preço-alvo de R$ 14 por ação”, destaca a XP.

C&A (CEAB3, R$ 12,53, 0,00%)

A C&A publicou um fato relevante ontem à noite informando uma decisão favorável do STF em relação ao reconhecimento de créditos tributários referentes à exclusão do ICMS da base de Pis e Cofins.

Os valores finais ainda estão sendo apurados mas estimativas iniciais indicam um total de R$230 milhões (5,9% do valor de mercado), a ser reconhecido no resultado do segundo trimestre. “Vemos o anúncio como positivo e mantemos recomendação de compra com preço alvo de R$18,0 por ação”, aponta a XP.

Renova (RNEW11, R$ 12,02, +7,42%)

A Renova Energia, em recuperação judicial, informou na noite da véspera ter aceitado proposta do fundo Mubadala para a compra da Brasil PCH, subsidiária da Renova Energia.

Segundo a empresa, pela proposta, o fundo pagará R$ 1,1 bilhão pelos 51% que a Renova tem na Brasil PCH, empresa que tem um portfólio de 13 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) espalhadas pelo país, e que é considerado o melhor ativo da Renova e a aposta da empresa para conseguir resolver boa parte de suas pendências financeiras.

Eternit (ETER3, R$ 22,21, -0,72%)

O Conselho de Administração da Eternit elegeu, em reunião realizada em 20 de julho, José Ricardo Reichert para ocupar o cargo de Diretor Industrial do Grupo Eternit a partir de 1 de agosto, com mandato unificado com os demais membros da diretoria.

Reichert ingressou na companhia em 2019 e atualmente ocupa o cargo de superintendente industrial. Ele é “formado em Engenharia Mecânica pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos e com Pós-Graduação em Planejamento e Gestão Organizacional pela Universidade de Pernambuco, o executivo, possui sólida experiência na indústria de construção civil, adquirida como Diretor Industrial do Grupo Saint Gobain”, destacou a companhia.

Educacionais

O Morgan Stanley publicou uma avaliação sobre serviços de educação no Brasil. O banco afirma que a recuperação do volume de alunos presenciais deve começar em 2022. A vacinação e um ambiente econômico melhor devem levar à reabertura de escolas, demanda maior de ensino pós-secundário e menos desistências. No primeiro semestre de 2022, a projeção é de alta de 21% na inclusão orgânica de alunos presenciais, de 45% quando incluídas fusões e aquisições já anunciadas.

O banco diz que prefere empresas mais atreladas à possível recuperação das aulas presenciais, e com fortes balanços, mas também com exposição ao ensino a distância. O segmento médico deve continuar forte, mas os preços atuais já precificam a expectativa de bom desempenho. O banco afirma que a Cruzeiro do Sul é sua top pick (escolha preferida), com avaliação overweight (exposição acima da média) e preço-alvo em R$ 19. Em seguida, vêm Yduqs e Vitru, ambas com avaliação overweight.

O banco rebaixou a avaliação da Afya de overweight para equal-weight (exposição em linha com a média), e reduziu seu preço-alvo a US$ 28,50 do papel negociado na Nasdaq. O banco reiterou a avaliação da Ser Educacional como equal-weight, e elevou o preço-alvo a R$ 20.

O Morgan Stanley rebaixou a avaliação da Cogna de equal-weight para underweight (exposição abaixo da média) e reduziu o preço-alvo a R$ 4,50, devido a rendimentos mais fracos, endividamento alto e reestruturação complexa. O banco também reiterou a avaliação underweight para a Anima e elevou o seu preço-alvo a R$ 14,50. O banco diz ver riscos de execução relacionados à Laureate e uma integração grande e complexa, com um plano de redução do endividamento que inclui desinvestimentos em instituições em um mercado de compradores.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.