O Instituto Ideia realiza pesquisas eleitorais nas mais diversas e conhecidas modalidades: presenciais em pontos de fluxo, telefônicas conduzidas por operadores e telefônicas com robôs.
Instituto: | Ideia Instituto de Pesquisa |
Metodologia: | Na maioria dos casos, pesquisa telefônica conduzida por operadores |
Principal(is) contratante(s): | Veículos de comunicação, mercado financeiro |
Quantidade de entrevistas: | variável, mas em média 1.500 entrevistas |
“Eu sou completamente agnóstico em relação a metodologia. Não sou casado com nenhuma, trabalho com todas”, afirma Maurício Moura, CEO do instituto.
Na maioria dos levantamentos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e divulgados na imprensa, contudo, o Ideia utiliza o modelo telefônico CATI (Computer Assisted Telephone Interwiew), com entrevistas realizadas por pesquisadores treinados.
“Sendo muito honesto intelectualmente, cada um (dos modelos de pesquisa) tem suas vantagens e limitações”, observa Moura. “É preciso administrar isso de acordo com o objeto da pesquisa, o perfil do questionário, o universo que estamos estudando. Tentamos sempre equacionar todas as variáveis, mas trabalhamos com todas as metodologias”.
No caso das entrevistas telefônicas, o dinamismo, o baixo custo, o ganho de possibilidades operacionais em termos geográficos e o maior alcance a eleitores de alta renda (que poderiam ser menos acessados na modalidade presencial) são algumas das vantagens.
Por outro lado, há mais dificuldades em alcançar e engajar grupos de eleitores com renda mais baixa e na eventual aplicação de questionários mais extensos. Pontos que, segundo o especialista, podem ser superados com alguns cuidados.
O plano amostral das pesquisas Ideia é realizado a partir da estratificação por região geográfica e natureza dos municípios (capital, região metropolitana ou interior). Em cada estrato, num primeiro estágio, são sorteados os municípios que farão parte do levantamento, respeitando a proporcionalidade de cada região do país.
O método utilizado é o de probabilidade proporcional ao tamanho (PPT), em que municípios que concentram mais eleitores têm mais chances de serem selecionados do que aqueles menores, de modo a garantir a representatividade da população analisada pela amostra. O procedimento é o mesmo que adotado pelo instituto em levantamentos presenciais.
O Ideia normalmente utiliza como cotas para a realização de entrevistas em seus levantamentos as variáveis relacionadas a gênero, idade e renda. Dados de religião, por outro lado, entram como variáveis de controle.
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Definição da amostra
Ema pesquisa nacional registrada em 2022 (BR-09608/2022), o instituto definiu a seguinte distribuição amostral esperada: homens (47%), mulheres (53%); com idade entre 16 e 24 anos (13%), de 25 a 34 anos (21%), de 35 a 44 anos (21%), de 45 a 59 anos (25%), a partir de 60 anos (20%); sem instrução (11%), Ensino Fundamental (30%), Ensino Médio (42%), e Ensino Superior (14%); economicamente Ativo (70%) e não economicamente ativo (30%).
O Ideia sempre realiza ponderações posteriores ao campo em suas pesquisas, com fatores que variam de acordo com o levantamento, mas não superam os 6 pontos percentuais para cima ou para baixo nas subamostras (que, por serem uma fatia da amostra, naturalmente possuem margens de erro maiores).
O instituto utiliza valores de referência do TSE e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a população em análise como forma de aproximar o perfil da amostra.
Para renda, são utilizados dados do último Censo, realizado em 2023, e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Já para religião, o instituto combina uma referência do mesmo indicador com consultas a especialistas no tema.
Nas entrevistas, o instituto utiliza um modelo conhecido como Random Digit Dialing (RDD) para a realização das ligações. Essa tecnologia consiste no sorteio dos números que participarão da pesquisa (mantendo os DDDs selecionados para a amostra de modo a não distorcer as proporções geográficas), respeitando o princípio estatístico da aleatoriedade.
Margem de erro da pesquisa Ideia
O Ideia costuma trabalhar com nível de confiança estimado de 95% e margem de erro máxima, considerando um modelo de amostragem aleatório simples, de 3 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. Este caso se aplica a pesquisas com 1.500 entrevistas, mas muda de acordo com o tamanho da amostra.