O Ipec, instituto fundado por executivos do extinto Ibope Inteligência, realiza suas pesquisas de intenção de voto a partir de entrevistas pessoais feitas em domicílio.

Instituto:Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria)
Metodologia:Pesquisa presencial em domicílio
Principal(is) contratante(s):Veículos de comunicação
Quantidade de entrevistas:em média, 2.000 entrevistas para pesquisa nacional

A amostra das pesquisas Ipec é formada por conglomerados, selecionada em três estágios. A seguir, detalhamos cada um deles:

Estágios para definição da amostra

No primeiro estágio faz-se um sorteio probabilístico dos municípios que vão compor a amostra, por um método com probabilidade proporcional ao tamanho (PPT).

Depois disso, é feito um sorteio probabilístico dos setores censitários ‒ ou seja, os conjuntos de quarteirões ‒ onde as entrevistas serão realizadas, pelo mesmo método, tomando a população de 16 anos ou mais residente nos setores como base.

No terceiro e último estágio para definição da amostra, dentro dos setores sorteados, os respondentes são selecionados através de cotas amostrais proporcionais em função de gênero, idade, escolaridade e condição de atividade.

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Como funciona a pesquisa presencial em domicílio?

Os pesquisadores terão de respeitar seus respectivos perímetros nos mapas para cumprirem suas cotas de entrevista, batendo de casa em casa. São feitas 8 entrevistas em cada setor censitário. Caso haja dificuldades para concluir o processo, o entrevistador é autorizado a abordar pessoas na rua, desde que se certifique de que elas são moradoras da área selecionada.

“O modelo de amostragem que utilizamos pressupõe que se defina a priori qual é o fator de conglomeração. No nosso caso, é de 16 entrevistas ‒ é o mínimo que fazemos em cada município selecionado. É claro que São Paulo vai cair várias vezes por conta do tamanho”, explica Márcia Cavallari, CEO do Ipec.

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Quanto maior o número de entrevistas por conglomerado, menos espalhada geograficamente é a amostra, e, consequentemente, mais barata se torna a pesquisa.

“Para chegarmos ao fator 16, fizemos vários estudos ‒ com 12, com 14, com 16, com 18 e com 20 ‒ e fomos analisando o grau de espalhamento geográfico da amostra no Brasil e nos estados. Entendemos 16 [de fator] como nível ótimo na relação de custo benefício”, complementa.

Definição da amostra

Na pesquisa nacional registrada em 09 de agosto de 2022 (BR-03980/2022), o Ipec definiu a seguinte distribuição amostral esperada: idade entre 16 e 24 (masculino: 17%) (feminino: 15%); de 25 a 34 (masculino: 20%) (feminino 20%); de 35 a 44 (masculino: 21%) (feminino 21%); de 45 a 59 (masculino: 25%) (feminino: 26%); a partir de 60 anos (masculino: 16%) (feminino: 18%); nível de instrução até o Ensino Médio (masculino: 77%) (feminino: 72%); até o Ensino Superior (masculino: 23%) (feminino: 28%); economicamente ativo (masculino: 67%) (feminino: 47%) e não economicamente ativo (masculino: 33%) (feminino: 53%).

O Ipec não utiliza renda como variável de controle. O dado é levantado como resultado nas pesquisas do instituto, assim como religião. “Renda é uma variável que muda muito em função da economia. Agora estamos em um período de queda de renda ‒ qual é a atualização deste número? Também tem o problema de que quem ganha mais fala que ganha menos, e quem ganha menos fala que ganha mais. Com isso, o miolo fica superestimado”, justifica Cavallari.

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O instituto utiliza dados da Pnad como importante parâmetro para suas amostras nas pesquisas. A base de dados do TSE, por outro lado, é usada somente para aferir informações do eleitorado com idade entre 16 e 17 anos (em que o voto não é obrigatório). A justificativa é que se trata de dado mais “fresco”, além de oferecer um recorte dos subgrupos que a Pnad não é capaz neste caso (como o voto é facultativo, muitos não tiram o título de eleitor nestas idades, e, por não votarem, não fazem parte do universo das pesquisas).

Em seus registros, o Ipec a realização de eventual ponderação para correção das variáveis sexo e idade caso ocorram diferenças superiores a 3 pontos percentuais entre o previsto na amostra e a coleta de dados realizada. Já para as variáveis de grau de instrução e nível econômico do entrevistado, o fator previsto para ponderação é 1 ‒ o que corresponde aos resultados obtidos em campo, sem intervenções.

“Em teoria, nós não fazemos ponderação. A amostra já está desenhada proporcional [ao universo de eleitores] e os entrevistadores têm que cumprir aquelas cotas. É raríssimo [haver necessidade de ponderação]. Só em casos excepcionais, como intempéries em campo”, pontua Cavallari. E em caso de ser aplicado um fator de ponderação, o máximo que o instituto utiliza é 1,8.

Qual é a margem de erro das pesquisas?

O Ipec costuma trabalhar com nível de confiança estimado de 95% e margem de erro máxima, considerando um modelo de amostragem aleatório simples, de 2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. Este caso se aplica a pesquisas com 2.000 entrevistas, mas varia de acordo com o tamanho da amostra. Tudo o mais constante, quanto maior o número de entrevistas, menor a margem de erro.

Todas as pesquisas do instituto são realizadas em tablets, gravadas e com dispositivo de geolocalização, utilizado na verificação do cumprimento dos mapas definidos na amostragem. Os questionários são submetidos a uma fiscalização de cerca de 20% por entrevistador, para verificação das respostas e da adequação dos entrevistados aos parâmetros amostrais.

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