Bitcoin vive gangorra, vai a US$ 37,7 mil e deve passar por volatilidade ainda maior; Dogecoin reverte e cai 11,7%

Analistas apontam que BTC se prepara para ainda mais volatilidade, mas direção do movimento permanece incerta

Paulo Barros CoinDesk

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Após um início de semana promissor, o Bitcoin (BTC) voltou a cair forte na terça-feira (26), alcançando perdas de cerca de 4,5% que fizeram o preço encostar em US$ 37.700 na madrugada de hoje, o menor desde 13 de março. O movimento segue ligado ao comportamento mais cauteloso de investidores, que eliminam risco das carteiras em meio à incerteza macroeconômica no mundo.

O recuo ocorre apenas um dia depois que a criptomoeda ultrapassou US$ 40.500 com a notícia de que a gigante financeira Fidelity liberou investimento em Bitcoin em planos de aposentadoria privada nos Estados Unidos. Nas primeiras horas do dia, o preço esboça reação e já alcança novamente os US$ 39 mil. Nas últimas 24 horas, a moeda digital desvalorizou 3,3%.

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Já o Ethereum (ETH) vai a  US$ 2.900 na manhã de hoje, uma queda de 3,1%, um dia após ter ultrapassado os US$ 3 mil. A reação negativa do ETH, que costuma dar o tom do movimento de altcoins, impacta em todo o mercado – nesta manhã, nenhuma criptomoeda entre as 100 maiores registra ganhos diários, com exceção da ApeCoin (APE) que sobe 4,8% após investidores digerirem o hack ao projeto Bored Apes.

Destaque de ontem, a Dogecoin (DOGE) reverte o desempenho e tem o pior resultado até o momento ao cair 11,7%, apagando boa parte dos ganhos obtidos com a especulação de traders em torno da possibilidade de adoção da criptomoeda meme pelo Twitter com a iminente compra da rede social por Elon Musk.

As quedas das criptomoedas acompanham os mercados de ações, que caíram enquanto Wall Street digeria um início desfavorável para a temporada de lucros, o aperto fiscal do banco central dos EUA, além de dados econômicos desencorajadores e sinais de que a Rússia intensificaria seus ataques contra a Ucrânia. O índice Nasdaq, focado em tecnologia e que tem forte correlação com o preço do Bitcoin, caiu 3,9%, enquanto o S&P 500 cedeu 2,8%.

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“O Bitcoin reverteu para baixa quando a aversão ao risco voltou a Wall Street, com as ações de tecnologia liderando a queda”, avalia o analista de mercado sênior da Oanda Americas, Edward Moya, apontando a decisão da Rússia de suspender exportações de gás para a Polônia como uma das notícias ruins que compõem o conjunto de incertezas entre investidores. “O Ethereum também foi negociado em território negativo e continuará a acompanhar o que acontece em Wall Street”.

A maioria dos analistas concorda que o Bitcoin está se preparando para passar por ainda mais volatilidade. Segundo o analista Will Clemente, o movimento que se aproxima só aconteceu outras seis vezes nos últimos dois anos. No entanto, a direção do movimento permanece incerta. Alguns indicadores sugerem que uma queda com perda de suporte (preço com alta demanda de compra) pode ocorrer, enquanto outros apontam para um salto de preço de curto prazo.

Atualmente, o mercado de opções, que costuma ser um termômetro confiável para prever preços futuros, coloca uma probabilidade de 60% de que o BTC seja negociado acima de US$ 36 mil em maio.

No mercado futuro de Bitcoin, a média diária, ou a diferença entre o preço à vista e o preço futuro, atingiu a mínima de um ano, o que pode ser considerado positivo para o sentimento de mercado entre traders de futuros.

“A base só atingiu mínimas semelhantes em duas ocasiões anteriores no ano passado: em julho [de 2021], antes do short squeeze do verão [no hemisfério Norte], e em fevereiro. A mínima de julho coincidiu com o fundo do mercado, enquanto a de fevereiro foi seguida por mais consolidação”, escreveu a casa de análise Arcane Research em um relatório publicado ontem.

Segundo Humberto Andrade, analista de trading do Mercado Bitcoin, chama a atenção o fato de que na recente virada de posição do mercado, de US$ 38,2 mil para US$ 40 mil, nenhum dos lados ganhou dinheiro, uma vez que não houve aumento da lucratividade das posições de curto e de longo prazo.

“São sinais claros de que a faixa de preço atual está servindo para aumentos de posições. E essa conclusão também é reforçada pelo declínio do saldo de bitcoins mantido nas exchanges, o que aponta para uma forte fase de acumulação e sugere otimismo com o futuro do criptoativo“, afirmou em nota.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h15:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 39.051,77 -3,3%
Ethereum (ETH) US$ 2.900,39 -3,1%
Binance Coin (BNB) US$ 392,49 -1,8%
Solana (SOL) US$ 99,71 -0,7%
XRP (XRP) US$ 0,651448 -4,1%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
ApeCoin (APE) US$ 19,09 +4,8%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Dogecoin (DOGE) US$ 0,142809 -11,7%
Zcash (ZEC) US$ 149,03 -11,3%
Near Protocol (NEAR) US$ 13,10 -11%
Monero (XMR) US$ 231,07 -11%
The Graph (GRT) US$ 0,350232 -10,4%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 34,30 -3,24%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 45,67 -0,5%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 41,92 -2,44%+
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 39,98 -0,54%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 39,10 -6,19%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 12,14 -2%
QR Ether (QETH11) R$ 10,29 -3,1%
QR DeFi (QDFI11) R$ 6,75 -6,89%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta quarta-feira (27):

Senado aprova PL que regula criptomoedas no Brasil

O Senado aprovou na noite de ontem o Projeto de Lei 3.825/2019, de autoria do senador Flávio Arns (Podemos-PR), que regula operações realizadas com criptoativos no Brasil.

O PL tem impacto principalmente em empresas que atuam no setor de criptoativos. Do ponto de vista do usuário, nada muda para quem apenas compra e vende criptos. Permanecem, por exemplo, as exigências de declaração de bens no Imposto de Renda, e de ganhos de capital mensalmente à Receita Federal.

Para virar lei, o PL 3.825/2019 ainda precisa ir à votação no plenário da Câmara, que atuará como casa revisora, para só então ser encaminhado para sanção presidencial.

Carteira de Bitcoin de El Salvador registra abandono de 60%

Apenas quatro em cada 10 salvadorenhos que baixaram a carteira de Bitcoin estatal Chivo disseram que ainda a usam depois de obter o incentivo de US$ 30 em BTC do governo do presidente Nayib Bukele, de acordo com um relatório publicado pelo Bureau Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA.

“A maioria dos usuários que usaram a Chivo depois de gastar o bônus de US$ 30 não se envolvem com o aplicativo de forma intensiva”, disse o estudo, baseado em pesquisas presenciais com adultos em 1.800 lares em El Salvador feitas em fevereiro.

“O usuário médio não relata saques em caixas eletrônicos e nenhum pagamento enviado ou recebido em bitcoin em um determinado mês”, apontou o relatório, acrescentando que, embora “a maioria dos cidadãos de El Salvador tenha um telefone celular com internet, menos de 60% deles baixaram a carteira Chivo”.

Primeiro ETP do mundo que combina Bitcoin e ouro chega ao mercado

O primeiro produto negociado em bolsa (ETP) do mundo que combina exposição ao Bitcoin e ao ouro foi listado na bolsa de valores suíça SIX.

O produto foi desenvolvido pelo emissor ETP 21Shares e pelo provedor de dados de criptoativos ByteTree Asset Management.

O ByteTree Asset Management Bold ETP rastreará um índice de referência personalizado composto por Bitcoin e ouro que é reequilibrado mensalmente de acordo com a volatilidade comparativa dos dois ativos. O que tiver sido menos volátil nos últimos 360 dias receberá a maior ponderação.

No lançamento, a ponderação é de 18,5% em Bitcoin e 81,5% em ouro.

Cardano atualiza e aumenta tamanho do bloco

Uma nova atualização na Cardano (ADA) aumentou o tamanho do bloco da rede em 10%, segundo comunicado dos desenvolvedores.

“Antes do fim de semana, foi feita uma proposta de atualização para aumentar o tamanho do bloco da rede principal da Cardano em 8 KB”, disse a empresa de desenvolvimento Cardano Input Output via Twitter. “O tamanho do bloco atual é de 80 KB e, após essa alteração, será de 88 KB”.

Blocos são lotes de transações que são confirmadas e registradas em uma blockchain. Tamanhos maiores significam que mais transações podem ser incluídas em cada lote, mas também podem afetar o tempo de transação e a capacidade geral da rede.

A Input Output disse que o aumento de 10% no tamanho do bloco de rede ajudaria a aumentar a taxa de transferência de dados e a escalabilidade. Espera-se também que o desempenho de aplicativos descentralizados (serviços que dependem de contratos inteligentes) na Cardano melhore.

Exchange FTX fecha parceria com organização brasileira de eSports

A exchange de criptomoedas FTX anunciou hoje uma parceria com a organização brasileira de eSports Furia, com foco em inovação em blockchain e educação em criptomoedas para ajudar empreendedores.

Em nota, as empresas afiram que irão trabalhar juntas para que “uma nova geração possa construir um futuro profissional neste espaço em rápido crescimento com o domínio da tecnologia blockchain, do setor de criptomoedas e do público de eSports”.

Por meio da parceria, a Furia planeja acançar com projetos envolvendo novas tecnologias, como criptomoedas e NFTs.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos