BRF ou JBS? Analistas revelam suas preferências após resultados das empresas no terceiro trimestre

Enquanto lucro da JBS aumentou no período com operações no exterior, a BRF seguiu no prejuízo, mas apresentou receitas sólidas

Mitchel Diniz

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Após a divulgação de seus resultados, BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3) se comportaram de formas distintas. As ações da JBS terminaram o dia em alta de 0,87% a R$ 38,19. Enquanto isso, os papéis da BRF, fecharam em baixa de 0,95%, a R$ 22,90. Alguns números das companhias também foram por caminhos opostos no terceiro trimestre e impactaram a avaliação dos analistas.

A JBS registrou uma alta de 142% no lucro líquido no terceiro trimestre de 2021 na base de comparação anual, passando de R$ 3,312 bilhões para R$ 7,585 bilhões. A receita líquida consolidada foi de R$ 92,6 bilhões, um aumento de 32,2%. Novamente o desempenho foi impulsionado pelas operações na América do Norte, que compensaram algumas adversidades no Brasil.

A companhia ainda informou aos acionistas que aprovou a distribuição de dividendos intercalares, com base no lucro líquido do exercício, no montante total de cerca de R$ 2,3738 bilhões, correspondentes a R$ 1 por ação ordinária.

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A XP destacou a participação da JBS USA Beef no resultado em um “trimestre forte”, de acordo com os analistas. Em relação aos dividendos anunciados, a corretora calcula um dividend yield atraente de 8% em 2021, mas com um lucro líquido acumulado de R$ 14 bilhões no ano e baixo nível de alavancagem atual, os analistas acreditam que é possível haver novo anúncio de dividendos.

A casa mantém recomendação de compra para ações da JBS, e preço-alvo de R$ 40,00.

O Itaú BBA destacou o lucro antes de juros, depreciações e amortizações (Ebitda) da empresa, que veio em R$ 13,9 bilhões, 13% acima de suas estimativas e 10% acima do consenso de mercado. O banco diz que todas as divisões do frigorífico registraram resultados melhores do que o esperado, mas a JBS US Beef conduziu a maior parte da surpresa positiva.

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O banco mantém avaliação outperform para ações da JBS, e preço-alvo de R$ 47,00, frente à cotação de quarta-feira (10) de R$ 37,86.

Já a BRF reportou prejuízo de R$ 271 milhões no terceiro trimestre, contra um lucro líquido de 219 milhões no mesmo trimestre do ano passado. O resultado mostrou uma alta de 36,5% do prejuízo reportado no segundo trimestre de 2021, que havia sido de R$ 199 milhões.

O Ebitda ajustado no período, porém, subiu 3,9%, chegando a R$ 1,367 bilhão, contra R$ 1,317 bilhão de um ano atrás.

A XP enxerga sinais positivos, apesar da companhia ter reportado Ebitda abaixo das suas projeções. Isso porque o aumento do volume vendido e também nos preços ficou aquém da alta nos custos. Mas, diante da queda recente nos preços de milho e soja, as perspectivas de curto prazo são positivas.

Os analistas da casa mantêm recomendação de neutra para ações da BRF, e preço-alvo de R$ 30,00.

O Ebtida, contudo, veio 5% acima da estimativa do Itaú BBA e 6% acima do consenso do mercado. O banco diz que a margem de 13,7% da operação brasileira fica 2,4 pontos percentuais acima de sua estimativa, por conta de alta maior do que o esperado nos preços dos alimentos processados.

Os resultados das operações no exterior, porém, foram considerados fracos na avaliação do banco, principalmente por conta de margens menores do que o esperado em três divisões. O Ebitda dessas operações ficou 19% abaixo da expectativa do Itaú BBA. Outro ponto de atenção foi a dívida líquida, que cresceu de R$ 14,791 bilhões no segundo trimestre a R$ 16,682 bilhões.

O Itaú BBA mantém avaliação market perform (perspectiva de valorização dentro da média do mercado) e preço-alvo para 2021 de R$ 25, frente à cotação de quarta de R$ 23,12.

O Bradesco BBI foi mais otimista com o balanço e destacou a receita líquida da empresa, de R$ 12,39 bilhões, 3% acima do consenso do mercado. O analistas mantiveram a avaliação outperform (perspectiva de valorização acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 32.

Após os resultados, o Bank of America reiterou a ação da JBS como a sua top pick do setor, reforçando recomendação de compra com preço-alvo de R$ 55, ressaltando a forte operação nos EUA, o anúncio de dividendos de cerca de R$ 2,4 bilhões e o novo programa de recompra de ações no valor de R$ 4,9 bilhões.

Já para a BRF, os analistas do banco destacaram a melhora operacional, com um Ebitda ajustado acima do esperado por eles, mas ainda apontam que a queima de caixa é uma preocupação em um cenário mais desafiador. Assim, seguem com recomendação neutra para os ativos BRFS3, com preço-alvo de R$ 30,00.

Na mesma linha, de acordo com compilação feita pela Refinitiv, de 13 casas que cobrem o papel da JBS, 12 recomendam compra e só uma tem recomendação neutra, com preço-alvo médio de R$ 46,08, ou potencial de alta de cerca de 22% em relação ao fechamento da véspera. Para a BRF, por sua vez, de 11 casas que cobrem o ativo, apenas 3 recomendam compra e 8 têm recomendação de manutenção, com preço-alvo médio de R$ 28,92, ainda uma alta de 25% em relação ao fechamento anterior. Assim, entre as duas companhias, a JBS segue como preferida após o balanço.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados