BC russo amplia controle de moedas estrangeiras e Fitch rebaixa rating, citando default ‘iminente’

Dia foi marcado ainda pelas suspensões da atividades na Rússia das gigantes Coca-Cola, Starbucks e McDonald's

Equipe InfoMoney

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Após o anúncio de sanções à compra de petróleo por parte dos EUA, criando mais instabilidade, o Banco Central da Rússia anunciou nesta terça-feira, 8, novas medidas que limitam as transações com moedas estrangeiras no país.

Segundo comunicado, até o dia 9 de setembro, os clientes dos bancos russos poderão retirar no máximo US$ 10 mil de suas contas. Em caso de valor excedente, o mesmo será convertido em rublos russos com a taxa de mercado do dia.

Os bancos também não venderão dinheiro aos cidadãos durante a vigência da ordem temporária, segundo a publicação, o que tem potencial de levar a transações no mercado paralelo.

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Além disso, os cidadãos poderão abrir novas contas e depósitos em moeda estrangeira, mas só será possível retirar fundos delas em rublos, aponta o Banco Central russo.

Segundo o comunicado, nos bancos russos, cerca de 90% das contas em moeda estrangeira não excedem o valor de US$ 10 mil, ou seja, 90% dos titulares de depósitos ou contas em moeda estrangeira poderão receber integralmente seus fundos em dinheiro.

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Default russo

Por conta deste cenário adverso, a Fitch rebaixou nesta terça-feira, 8, o rating da Rússia de B para C, classificação na qual as perspectivas não costumam ser oferecidas. Em relatório, a avaliação é de que um default por parte do país é “iminente”. Na última quarta-feira, a agência já havia rebaixado o nível do país de BBB para B.

Na avaliação da Fitch, de maneira mais geral, o aumento das sanções contra a Rússia e propostas que poderiam limitar o comércio de energia aumentam a probabilidade de uma resposta política que inclua pelo menos o não pagamento seletivo de suas obrigações de dívida soberana.

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A Fitch cita um decreto presidencial de 5 de março, que pode forçar uma redenominação dos pagamentos da dívida soberana em moeda estrangeira para a moeda local para credores em países específicos.

Além disso, a aplicação do regulamento do Banco Central da Rússia restringiu a transferência de cupons de dívida em moeda local para não residentes desde o final da semana passada, aponta.

Em menor grau, o risco de imposição de barreiras técnicas ao serviço da dívida, inclusive por meio do bloqueio direto da transferência de fundos, ou por meio de sistemas de compensação e liquidação, também aumentou um pouco desde a última revisão, avalia a Fitch.

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Embargos

O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou embargo à compra de petróleo da Rússia. Já o Reino Unido informou que eliminará gradualmente as importações de petróleo russo até o fim de 2022. Os preços chegaram a desacelerar, mas ainda com ganhos superiores a 4% para o brent nesta sessão.

O petróleo chegou a flertar com os US$ 140 o barril, no maior nível desde 2008, nesta semana, pressionado pela possibilidade de um boicote às exportações da Rússia também pela União Europeia, o que não ocorreu, já que a região é bem mais dependente da commodity vindo da Rússia.

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Saída da Rússia

Outros anúncio que terão impacto muito simbólico são os da saída de grandes empresas capitalistas, que ingressaram no país após o colapso da antiga União Soviética.

As gigantes norte-americanas de bebidas Coca-cola e Starbucks e a rede de fast-food Mcdonald’s decidiram suspender operações na Rússia. O movimento amplia ainda mais a lista de empresas que cancelaram Moscou após os ataques à Ucrânia.

O Mcdonald’s opera há mais de 30 anos na Rússia e afirmou que manterá o salário dos 62 mil empregados que possui no país. “O McDonald’s decidiu fechar temporariamente todos os nossos restaurantes na Rússia e pausar todas as operações no mercado”, escreveu o CEO do grupo.

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Já a Coca-cola disse que está suspendendo suas operações na Rússia, mas não informou números nem o impacto da decisão. Disse ainda que vai continuar monitorando a situação. “Nossos corações estão com as pessoas que estão sofrendo os efeitos inconcebíveis desses trágicos eventos na Ucrânia”, afirmou a companhia.

(Com Estadão Conteúdo)

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