Alemanha detém 3,9 bilhões de euros de ativos da Rússia congelados por sanções

Valor inclui ativos congelados de pessoas físicas e jurídicas que estão na lista de sanções, assim como dinheiro, investimentos corporativos e bens como iates; inclui ainda ativos do Banco da Rússia.

Roberto de Lira

O presidente Vladimir Putin, durante entrevista em Moscou - 12/3/2024 (Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via Reuters)

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As autoridades alemãs têm atualmente cerca de 3,9 bilhões de euros (cerca de R$ 21,8 bilhões) de ativos russos congelados ao abrigo das sanções da União Europeia, de acordo com o serviço de imprensa do Ministério das Finanças alemão.

O ministério disse em resposta a um pedido da agência de notícias russa Tass que esse valor inclui ativos congelados de pessoas físicas e jurídicas que na lista de sanções, assim como dinheiro, investimentos corporativos e bens como iates. Inclui ainda ativos do Banco da Rússia.

Segundo as informações, o valor está sujeito às flutuações do mercado e depende, por exemplo, da exclusão de indivíduos das listas da UE, enfatizou o ministério.

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A governadora do Banco da Rússia, Elvira Nabiullina, disse no final de março que, se o Ocidente usar ativos russos congelados, o Banco da Rússia tomará medidas apropriadas para proteger seus interesses.

Já o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, disse mais cedo que os bancos europeus entendem as consequências catastróficas que resultarão da expropriação dos ativos da Rússia

“O serviço jurídico de qualquer banco entende as consequências catastróficas de tal atividade no confisco de bens. Se tais decisões forem implementadas, isso acarretará consequências muito graves para aqueles que as tomaram e para aqueles que as implementaram”, disse Peskov.

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Mais cedo, a Reuters noticiou, citando fontes, que bancos europeus estavam pressionando Bruxelas para esquecer esse aproveitamento dos ativos congelados da Rússia.

A UE está considerando introduzir um imposto próximo de 100% sobre os ativos russos congelados após o início da guerra na Ucrânia. Os fundos recebidos iriam diretamente para a Comissão Europeia, que pretende posteriormente transferi-los para Kiev.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, apoia a decisão, explicando que, em sua opinião, esses fundos não pertencem a ninguém. Portanto, poderiam ser usados para comprar armas e munições para a Ucrânia.