Ações da Vale e siderúrgicas caem com minério; PetroRio e Petrobras recuam até 5,7% e apenas 5 ações sobem no Ibovespa

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (20)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão foi de forte queda para o mercado como um todo, acompanhando a forte aversão ao risco das bolsas internacionais, em uma semana marcada tanto pelas decisões de política monetária por diversos Bancos Centrais, com destaque para o Federal Reserve nos EUA e o Banco Central no Brasil.

Mas o grande destaque na sessão ficou mais uma vez para as ações da Vale (VALE3, R$ 83,31, -3,30%), cujos ADRs da companhia (na prática, os ativos da companhia negociados na Bolsa dos EUA) já sinalizavam fortes perdas nesta sessão, de cerca de 5%, em meio à baixa do minério, seguindo as perdas de 2% na sexta apesar do dividendo de R$ 8,10. Os temores acabaram se concretizando, com os papéis caindo mais de 3%.

Sem negociação na China, o dia foi de derrocada para o minério de ferro em Singapura, de cerca de 8%. Os futuros em Singapura caíram para US$ 95 na segunda-feira sob a pressão da China para controlar a produção de aço. O minério de ferro se desvalorizou mais de 50% desde que atingiu um recorde em maio, e alguns participantes do mercado não descartam que a commodity possa cair para US$ 70.

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As ações de CSN (CSNA3, R$ 28,88, -3,09%), Usiminas (USIM5, R$ 13,72, -1,44%) e Gerdau (GGBR4, R$ 24,37, -0,93%) tiveram forte queda também, entre 1% e 3%.

Os ativos da Petrobras (PETR3, R$ 25,23, -1,06%; PETR4, R$ 24,65, -1,12%) e da PetroRio (PRIO3, R$ 18,93, -5,68%) também recuaram. O principal contrato do petróleo tipo brent caiu mais de 1%, a US$ 74 o barril, com o aumento da aversão ao risco pesando nos mercados de ações e impulsionando o dólar dos EUA, enquanto a produção de petróleo do Golfo dos EUA teve retomada.

O dólar, visto como um porto seguro, subiu à medida que as preocupações com a solvência da incorporadora chinesa Evergrande assustavam os mercados de ações e os investidores se preparavam para que o Federal Reserve dê mais um passo em direção à redução gradual esta semana.

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As ações de bancos também tiveram fortes perdas, caso de Bradesco (BBDC4, R$ 19,27, -3,75%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 28,00, -3,25%), Santander Brasil (SANB11, R$ 34,66, -3,27%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,19, -2,26%).

Ainda do lado negativo, atenção para a Braskem (BRKM5, R$ 58,39, -11,54%), que liderou as perdas do dia, caindo mais de 11%. Apesar disso, os papéis seguem como um dos melhores do ano, subindo quase 150% no acumulado de 2021.

Entre as altas, atenção para a Copel (CPLE6, R$ 6,94, +4,68%), com ganhos de cerca de 5%. A companhia informou que não exercerá direito de preferência na aquisição da participação acionária da Gaspetro, o que a XP avaliou como uma decisão positiva, mantendo recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 7,50.

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A elétrica ainda informou na sexta-feira que o Conselho de Administração aprovou o primeiro evento de pagamento de proventos regulares referentes ao exercício de 2021 no montante bruto total de R$ 1,437 bilhão, a serem pagos em 30 de novembro. Do total, R$ 1,197 bilhão se referem a dividendos intercalares e o restante a juros sobre capital próprio (JCP).

Das 91 ações que fazem parte do Ibovespa, apenas 5 fecharam em alta: Além da Copel, subiram Sabesp (SBSP3, R$ 35,91, +1,81%), CVC Brasil (CVCB3, R$ 20,60, +0,88%), Iguatemi (IGTA3, R$ 32,24, +0,40%) e Energias do Brasil (ENBR3, R$ 18,20, +0,11%).

Confira mais destaques abaixo:

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Soma (SOMA3, R$ 17,09, -0,35%) e Cia. Hering

A Cia Hering e a Soma anunciaram o fechamento da operação envolvendo as duas empresas, no qual aqueles que eram titulares de ações da Hering no fechamento do pregão da B3 da última sexta-feira (17) se tornarão titulares de ações da Soma. A iniciativa cria uma das maiores empresas do varejo de moda do Brasil.

Com isso, a partir do pregão da B3 desta segunda-feira, as ações da Hering (HGTX3) não serão mais negociadas.

Em comunicado enviado ao mercado, a Soma ressaltou que está tomando todas as providências necessárias para realizar o pagamento da parcela em dinheiro aos acionistas da Hering e avisará, oportunamente, a data em que será efetivado o pagamento.

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Em abril, as empresas anunciaram uma fusão num acordo no valor total de R$ 5,1 bilhões, sendo 30% do pagamento em dinheiro pela Soma e 70% via troca de ações.

A união entre as empresas junta o portfólio de Hering, Hering Kids, Dzarm, Animale, Farm, Fábula, A.Brand, Foxton, Cris Barros, Off Premium, Maria Filó e NV.

Embraer (EMBR3, R$ 20,36, -2,49%)

A Embraer assinou um contrato de serviços de longa duração com a Alliance Airlines para fornecer suporte à frota de jatos E190 da companhia aérea. O contrato cobre mais de 300 componentes reparáveis e inclui tanto materiais quanto serviços de administração técnica, com apoio das instalações da Embraer na Ásia Pacífico, em Cingapura, informou a companhia, em nota.

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A Alliance adquiriu uma frota de 32 jatos E190, sendo que 12 dessas aeronaves estão atualmente na Austrália, e as 20 restantes programadas para entrar em operação nos próximos 12 meses.

“A Alliance Airlines aumentou rapidamente sua frota de E-Jets, o que provou ser fundamental à medida que aviação doméstica cresce na Austrália. Este contrato de serviços permitirá que a Alliance garanta a disponibilidade de sua frota com soluções eficazes, eficientes e competitivas”, disse Johann Bordais, presidente da Embraer Serviços e Suporte.

Ainda em destaque, a empresa formada pela Embraer, a Eve Urban Air Mobility anunciou nesta segunda uma parceria com a Helipass, plataforma de reserva de voo em helicópteros.

Segundo comunicado, a nova colaboração busca acelerar e implantar aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL), também conhecidas no mercado como EVA (Electrical Vertical Aircraft ou aeronaves elétricas verticais), na França e outros países da Europa.

IRB (IRBR3, R$ 4,88, -5,79%)

O Conselho de Administração da Companhia, em reunião extraordinária realizada no dia 17, elegeu Raphael Afonso
Godinho de Carvalho para o cargo de Diretor Presidente do IRB Brasil RE. O novo Diretor Presidente tomará posse em 1° de outubro de 2021, com mandato unificado com os demais membros da Diretoria Estatutária da Companhia até 2 de julho de 2023.

“A eleição do Sr. Raphael de Carvalho foi precedida de um amplo, profundo e detalhado processo de seleção, com auxílio de empresa de consultoria especializada de renome no mercado. O Sr. Raphael de Carvalho tem larga experiência nos setores financeiro e de seguros, tendo uma carreira de mais de 30 anos em instituições de grande porte. O executivo é graduado em Matemática e Ciências da Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem um MBA em Finanças na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e especializações na Kellog School of Management e em Harvard, ambas nos EUA”, apontou a companhia em comunicado.

Ambipar (AMBP3, R$ 55,71, -2,18%)

A Ambipar informou uma nova aquisição, de 100% da empresa Lehane Environmental & Industrial Services, através de sua controlada integral indireta Ambipar Holdings UK Limited.

Fundada em 1976, a Lehane Environmental possui 45 anos de know how acumulados em atendimentos de emergências ambientais e serviços industriais. Possui 2 bases operacionais na Irlanda, em Cork e Dublin. Em linha com o plano de expansão, a Companhia passa a contar com 11 bases estrategicamente localizadas na região e com presença em 6 Países.

Segundo o Brazil Journal, a empresa realizará o IPO de seu negócio de gestão de resíduos, batizado de Enviromental ESG Participações. A ação deve estrear em 11 de outubro com o ticker #EESG3.

Petrobras (PETR3, R$ 25,23, -1,06%; PETR4, R$ 24,65, -1,12%)

A Petrobras declarou a Excelerate Energy vencedora no processo de arrendamento do Terminal de Regaseificação de GNL da Bahia (TR-BA), e disse que avançará agora para fase de recursos no processo, segundo circular publicada no site da estatal.

Localizado na Baía de Todos os Santos, o terminal de GNL da Petrobras na Bahia tem capacidade de regaseificação máxima de 20 milhões de metros cúbicos por dia.

A concessão do terminal na Bahia atende a um acordo firmado entre Petrobras e órgão antitruste Cade, uma vez que a companhia se comprometeu em colaborar com abertura do mercado de gás no país.

A nova empresa que vai assumir o terminal de GNL na Bahia irá instalar um navio no local, permitindo então que a Petrobras desloque um navio regaseificador da unidade baiana para o Terminal de Regaseificação de GNL de Pecém, no Ceará.

Anteriormente, para ajudar o Brasil a lidar com a crise hidrelétrica, a Petrobras deslocou seu navio regaseificador do terminal de Pecém para o terminal da Bahia, em um movimento que permitiu maior oferta de termoeletricidade.

Rumo (RAIL3, R$ 17,31, -1,25%)

A Rumo informou que está prevista a assinatura do contrato de adesão, perante o Estado do Mato Grosso, para construção, operação, exploração e conservação da ferrovia que conecta de modo independente o terminal rodoferroviário de Rondonópolis a Cuiabá (MT) e a Lucas do Rio Verde (MT).

O investimento do projeto é estimado entre R$ 9 bilhões e R$ 11 bilhões, com previsão de operação do primeiro terminal entre 2025 e 2026, e sua conclusão em 2030.

A vigência do contrato é de 45 anos, prorrogável sucessivamente por iguais períodos, conforme cumprimento dos requisitos contratuais.

O Credit Suisse avalia a notícia como positiva para a Rumo, por viabilizar que a Rumo absorva o aumento da produção no Mato Grosso nos próximos anos. O banco mantém avaliação outperform e preço-alvo de R$ 27, frente à cotação de sexta de R$ 17,53.

Cesp (CESP6, R$ 24,25, -0,29%)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) homologou o prazo de extensão de outorga das usinas hidrelétricas participantes do mecanismo de realocação de energia (MRE), entre elas a usina Porto Primavera, da Cesp.

Copel (CPLE6, R$ 6,94, +4,68%)

A elétrica Copel informou na sexta-feira que o Conselho de Administração aprovou o primeiro evento de pagamento de proventos regulares referentes ao exercício de 2021 no montante bruto total de R$ 1,437 bilhão, a serem pagos em 30 de novembro.

Do total, R$ 1,197 bilhão se referem a dividendos intercalares e o restante a juros sobre capital próprio (JCP).

Conforme prevê a política da companhia, os dividendos regulares do exercício são pagos no mínimo em dois eventos anuais, sendo o primeiro evento dentro do próprio exercício.

O segundo deverá ser definido após a aprovação das demonstrações financeiras do exercício de 2021.

Braskem (BRKM5, R$ 58,39, -11,54%)

Segundo o Valor, a Novonor (ex-Odebrecht) vai apresentar hoje a um grupo de credores (Bradesco, Itaú, Santander, BB e BNDES) um plano para vender, em bolsa, sua fatia na Braskem. A participação da Novonor na petroquímica é de 50,1% do capital votante e 38,3% do capital total, que vale R$ 19,3 bilhões em Bolsa.

AES Brasil (AESB3, R$ 13,32, -2,06%)

O conselho de administração da AES Brasil aprovou a realização de uma oferta pública de distribuição primária de ações, além de uma distribuição secundária, por parte do BNDESPar, numa operação que pode alcançar R$ 1,8 bilhão, considerando ações adicionais, tendo como base o fechamento das ações ordinárias na B3 no dia 17 de setembro, no valor de R$ 13,60.

Sem considerar as ações adicionais, o montante da oferta restrita pode alcançar R$ 1,264 bilhão. Participam da oferta instituições financeiras como Bradesco BBI, Itaú BBA, Credit Suisse, Banco Santander e HSBC, além de agentes de colocação internacionais desses bancos.

WEG (WEGE3, R$ 38,89, -0,77%)

O Credit Suisse afirma que, nas últimas semanas, vem realizando conversas com investidores locais e estrangeiros sobre sua tese de investimento na Weg, e diz que encontrou apoio a sua estimativa de crescimento acima da média para a empresa. O banco diz esperar uma taxa de crescimento anual composta (CAGR na sigla em inglês) de 15% nas vendas, em cinco anos.
O banco mantém avaliação outperform (perspectiva de valorização acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 46, frente à cotação de sexta de R$ 39,19.

Oncoclínicas (ONCO3, R$ 14,49, -3,34%)

O Itaú BBA iniciou a cobertura da Oncoclínicas, com avaliação outperform e preço-alvo para 2022 de R$ 26, frente à cotação de sexta de R$ 14,99. A empresa é uma das maiores dedicadas exclusivamente à oncologia no Brasil, com 69 unidades, das quais 67 são ambulatoriais. A empresa realizou uma oferta pública inicial de ações (IPO na sigla em inglês) de R$ 2,7 bilhões, principalmente para financiar seu planos de expansão orgânica e inorgânica.

Suzano (SUZB3, R$ 51,36, -2,38%) e Klabin (KLBN11, R$ 22,80, -2,15%)

O Itaú BBA atualizou seus modelos para Suzano e Klabin, e apresentou seus preços-alvo para 2022, de R$ 35 para os papéis KLBN11, frente à cotação de sexta de R$ 23,3; e de R$ 77 para a Suzano, frente à cotação de sexta de R$ 52,61. O novo modelo eleva a curva da taxa de câmbio de R$ 4,75 para R$ 5 por dólar americano. Também ajusta a previsão para a celulose para US$ 610 a US$ 620 por tonelada, já contabilizando um preço médio de US$ 550 por tonelada para o período entre 2022 e 2024.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.