Ações de Vale e siderúrgicas sobem até 4% com minério superando US$ 200; Ultrapar cai 7% e mais reações a resultados

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (6)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – A temporada de balanços segue bastante movimentada e guia os principais movimentos do Ibovespa na sessão desta quinta-feira (6). A Ambev (ABEV3, R$ 16,18, +8,88%) foi o grande destaque, disparando cerca de 9% após o balanço, ainda que haja incertezas sobre o futuro da ação na Bolsa em meio aos sinais de fortes aumentos dos custos de produção (veja mais clicando aqui).

A Totvs (TOTS3, R$ 33,06, +1,50%), por sua vez, teve uma sessão volátil, apesar do resultado elogiado pelos analistas: a ação chegou a subir 5,77%, zerou a alta durante o pregão e fechou com variação positiva de 1,5%.

A Azul (AZUL4, R$ 37,46, -1,65%) chegou a subir 2% apesar do prejuízo bilionário com a pandemia do coronavírus ainda afetando as operações da companhia, mas o papel fechou em queda. O Bradesco BBI reduziu o preço-alvo para a ação após o resultado, mantendo recomendação neutra.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Braskem (BRKM5, R$ 50,90, -2,28%) fechou em queda mesmo com o resultado considerado positivo; vale destacar, contudo, que a ação segue sendo a maior alta do Ibovespa no ano, com ganhos de 115,95%.

Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 36,00, -4,71%) fechou com expressivas perdas (confira a análise do balanço), enquanto Taesa (TAEE11, R$ 39,18, -2,27%) teve baixa de cerca de 2%.

Mas o grande destaque de queda após o balanço foi a Ultrapar (UGPA3, R$ 20,28, -6,84%) com queda de quase 7% mesmo após um resultado considerado em linha com o esperado. Contudo, o Bradesco BBI destacou em relatório comentando os resultados que vê vários riscos políticos associados à potencial aquisição da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), da Petrobras. As eleições de 2022 poderiam trazer alguma percepção de risco extra para a aquisição deste ativo. “Portanto, se a compra avançar, teria de ser a um valuation atrativo, em nossa opinião”, reforçam.

Continua depois da publicidade

Cabe destacar que, em teleconferência, a Ultrapar afirmou que espera assinar nos próximos meses com a Petrobras o contrato de compra e venda da Refap. Frederico Curado, presidente do grupo Ultra, disse que não houve nenhuma mudança no processo de negociação em decorrência da mudança da diretoria da estatal.

Fora da temporada de balanços, as ações da Vale (VALE3, R$ 115,05, +3,92%) dispararam quase 4% seguindo o novo dia de alta do minério de ferro. O minério de ferro spot com 62% de pureza teve alta de 6,9%, superando os US$ 200 a tonelada (mais precisamente US$ 202,65).

Nos últimos dias, já havia essa expectativa de que o minério superasse esse patamar, superando o recorde de US$ 194 atingido há mais de uma década, já que siderúrgicas chinesas aumentam a produção e desafiam as tentativas do governo de controlar a oferta para limitar as emissões de carbono do setor. Essa tendência coloca ainda mais pressão no mercado de minério de ferro, que ainda não se recuperou totalmente do choque de oferta há mais de dois anos. Veja a análise clicando aqui. 

Seguindo os ganhos, Gerdau (GGBR4, R$ 36,02, 4,56%), que apresentou bom resultado do primeiro trimestre de 2021 na véspera, Usiminas (USIM5, R$ 23,57, +2,93%) e CSN (CSNA3, R$ 50,50, +1,63%) tiveram ganhos.

Ainda no radar, a Sabesp (SBSP3, R$ 40,98, +4,92%) disparou após a companhia afirmar que não exercerá a opção de compra de fatia na Sociedade de Propósito Específico (SPE) da Iguá que venceu a disputa pelo bloco 2 da empresa de saneamento do Rio de Janeiro (Cedae), na semana passada (veja mais clicando aqui).

Fora do índice, os papéis da MMX (MMXM3, R$ 18,10, -29,57%) despencaram quase 30% após a decisão judicial de decretar a falência de sua subsidiária, a MMX Sudeste.

Confira os destaques:

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
ABEV3 9.08479 16.21
GOAU4 5.17799 16.25
SBSP3 4.91551 40.98
GGBR4 4.55733 36.02
BRAP4 4.31959 73.9

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
UGPA3 -6.84428 20.28
LWSA3 -5.55967 25.48
BIDI11 -4.45662 209.24
PCAR3 -4.44245 36.1
BTOW3 -3.66972 63

Ambev (ABEV3, R$ 16,18, +8,88%)

A Ambev registrou lucro líquido de R$ 2,73 bilhões no primeiro trimestre de 2021, 125,7% acima do  lucro líquido de RS 1,21 bilhão registrado em igual período de 2020.

Já a receita líquida da empresa no primeiro trimestre de 2021 foi de R$ 16,6 bilhões, 32% superior na mesma base de comparação.

No primeiro trimestre, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou R$ 5,327 bilhões, avanço de 26% em um ano, o que corresponde a um crescimento orgânico de 23,8%, com margem bruta de 52,3% (queda de 260 pontos base) e margem Ebitda de 32,0% (redução de 110 pontos base).

O volume vendido pela Ambev no primeiro trimestre totalizou R$ 43,530 bilhões, alta de 11,6% em relação ao mesmo período de 2020. Em seu relatório trimestral, a companhia afirma que esteve mais preparada para lidar com alguns desafios persistentes relacionados à Covid-19 do que em março de 2020. “Os resultados nos deixam confiantes de que nossa estratégia está funcionando”.

A XP destacou que a AmBev registrou mais um trimestre sequencialmente forte, mantendo a excelência operacional como sua vantagem competitiva principal. “Acreditamos que a inovação no portfólio e a estratégia digital estão dando cada vez mais frutos, impulsionando o desempenho da empresa”, avaliam os analistas Leonardo Alencar e Larissa Pérez.

No geral, o segmento core-plus apresentou forte crescimento em todas as geografias, o que foi uma surpresa bastante positiva dado que ainda passamos por um momento muito desafiador, apontam Alencar e Larissa, com um ritmo de vacinação mais lento do que o esperado impedindo a aceleração da reabertura de bares e restaurantes.

Já o segmento de Cerveja Brasil entregou outro trimestre forte com volume crescendo 16% na base anual, apenas 2% abaixo da estimativa da XP, apesar do cancelamento do Carnaval e do ritmo lento de reabertura. O destaque ficou para o forte desempenho da Brahma Duplo Malte e para o portfólio premium crescendo quase 20%, juntamente com o crescimento de um dígito alto (cerca de 9%) para as marcas convencionais.

A XP afirma que continua otimista com a AmBev apesar das incertezas de curto prazo: a recomendação é de compra com preço-alvo de R$ 17,15 por ação.

O Credit Suisse destacou que o primeiro trimestre de 2021 superou as estimativas mais otimistas com a receita de cervejas no Brasil subindo 30,6% na base de comparação anual, batendo as estimativas dos analistas do banco suíço em 4%. Os volumes de cerveja no Brasil avançaram 16% na base de comparação anual, em linha com o Credit.

“Nenhum novo guidance foi dado pela empresa, que reforça, por outro lado, que as margens devem continuar pressionadas esse ano pelo câmbio, custos de commodity e despesas gerais e administrativas,  mas com a melhor performance nas vendas aliviando parcialmente essa pressão”, avaliam, com a Ambev ganhando participação de mercado em todos os segmentos.

Os analistas do Credit também apontam que a mudança no CEO da AB Inbev, controladora da Ambev,  deve ser vista como neutra ou marginalmente positiva. Carlos Brito vai deixar o comando da Anheuser-Busch InBev no dia 1º de julho. O substituto de Brito no comando da AB InBev também é brasileiro: o engenheiro catarinense Michel Dukeris.

Michel e Jean Jereissati, CEO da Ambev, já trabalharam juntos na região APAC (Ásia-Pacífico) e China e entregaram um movimento onde o mercado local passou para uma fase mais premium e tiverem sucesso com expansão de margem e crescimento de top line, apontam os analistas do Credit, que possuem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para o ativo ABEV3 e preço-alvo de R$ 18.

Azul (AZUL4, R$ 37,46, -1,65%)

A Azul reportou nesta quinta-feira prejuízo líquido de R$ 2,8 bilhões nos primeiros três meses do ano, reduzindo fortemente a perda em relação ao trimestre anterior, mas ainda mostrando um salto frente ao resultado negativo de R$ 317 milhões um ano antes, com a empresa aérea ainda afetada pela pandemia de Covid-19.

“O Brasil claramente foi impactado pela segunda onda da pandemia do Covid-19, mas continuamos vendo progresso no esforço de vacinação”, afirmou a Azul no material do balanço.

“Diversos Estados e Municípios estão reduzindo suas medidas de restrição, o que já afetou positivamente as recentes tendências de reservas. Somente nos últimos quatro meses, o volume de reservas aumentou mais de 40% e esperamos que essa tendência acelere com o avanço da vacinação.”

O Bradesco BBI destaca que a segunda onda da pandemia segue tendo impacto para a rentabilidade da Azul. As receitas da Azul Cargo, a unidade de logística da Azul, foram o destaque positivo. Já a dívida líquida da aérea subiu para R $ 17,5 bilhões, ante R$ 14,8 bilhões no quarto trimestre de 2020. A companhia reportou R $ 3,3 bilhões em caixa e equivalentes e tem outras fontes de liquidez para superar a pandemia, apesar do aumento da alavancagem financeira. Os analistas do BBI mantiveram a recomendação neutra, mas reduziram o preço-alvo dos ativos de R$ 40 para R$ 38.

Ultrapar (UGPA3, R$ 20,28, -6,84%)

O lucro líquido da Ultrapar no primeiro trimestre de 2021 chegou a R$ 137,44 milhões, uma queda de 19% na comparação com o mesmo período de 2020. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, a redução chega a 68%. Segundo a empresa, a queda no lucro é fruto do aumento na despesa financeira líquida e de créditos tributários extemporâneos registrados no primeiro trimestre deste ano e quarto trimestre de 2020, parcialmente compensados pelo maior Ebitda.

O Ebitda ajustado atingiu R$ 996,3 milhões entre janeiro e março deste ano, avanço de 13% em relação ao registrado no mesmo período de 2020 e alta de 5% sobre o quarto trimestre do ano passado.

A receita líquida no primeiro trimestre deste ano ficou em R$ 23,950 bilhões. A alta chega a 12% em relação ao mesmo período do ano passado.

O aumento é explicado pela empresa por conta do avanço na receita líquida da Ipiranga, Oxiteno, Ultragaz e Ultracargo. Em relação ao quarto trimestre de 2020, a receita líquida cresceu 3%, reflexo principalmente do maior faturamento na Ipiranga.

O Credit apontou que os números de Ultra vieram dentro do esperado com exceção para os dados melhores do que o esperado em Oxiteno e piores do que o esperado em Extrafarma. Já a A Ultragaz esta com alguma dificuldade em repassar custos e a Oxiteno dá sinais de que vai ter um ano de 2021 bastante forte. O Ebitda recorrente de Ultrapar ficou em R$ 996 milhões (alta de 22% na comparação trimestral), em linha com as projeções dos analistas do Credit. O banco tem recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 24.

O Bradesco BBI, por sua vez, destacou que os resultados foram sólidos, com Ebitda levemente acima do esperado, elevando o preço-alvo de R$ 23 para R$ 26 e mantendo recomendação outperform. Para os analistas, possíveis catalisadores positivos estão relacionados à reorganização do portfólio, como a venda da Oxiteno e Extrafarma.

Por outro lado, os analistas do banco ainda veem vários riscos políticos associados à potencial aquisição da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), da Petrobras. As eleições de 2022 poderiam trazer alguma percepção de risco extra para a aquisição deste ativo. “Portanto, se a compra avançar, teria de ser a um valuation atrativo, em nossa opinião”, reforçam.

Cabe destacar que, em teleconferência, a Ultrapar afirmou que espera assinar nos próximos meses com a Petrobras o contrato de compra e venda da Refap. Frederico Curado, presidente da Ultrapar, disse que não houve nenhuma mudança no processo de negociação em decorrência da mudança da diretoria da estatal.

Braskem (BRKM5, R$ 50,90, -2,28%)

A Braskem reverteu o prejuízo de R$ 3,649 bilhões do primeiro trimestre de 2020 em lucro líquido de R$ 2,494 bilhões entre janeiro e março deste ano. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, quando apresentou lucro líquido de R$ 846 milhões, a alta é de 195%.

O resultado operacional recorrente foi de R$ 6,943 bilhões, 54% superior ao quarto trimestre de 2020 e 444% maior que o primeiro trimestre do ano passado, em função da depreciação do real frente ao dólar de 23% na comparação com janeiro e março do ano passado.

Em dólar, no primeiro trimestre, o resultado operacional recorrente da petroquímica foi de US$ 1,266 bilhão, 52% superior ao quarto trimestre de 2020, principalmente, pelos melhores spreads de PE, PP e principais químicos no Brasil, PP nos Estados Unidos e na Europa e PE no México e pelo maior volume de vendas de PP na Europa.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, o resultado operacional recorrente da companhia em dólar foi 341% superior, em função dos melhores spreads de resinas e principais químicos no Brasil, PP nos Estados Unidos e na Europa e PE no México e do maior volume de vendas de PP nos Estados Unidos e Europa e de principais químicos no Brasil.

A Braskem informou que a geração livre de caixa no primeiro trimestre foi de R$ 1,766 bilhão explicado, principalmente, pelo resultado operacional recorrente no período; pela monetização de créditos de PIS/COFINS no valor de aproximadamente R$ 761 milhões; pela redução do capex operacional em função das paradas programadas de manutenção nos Estados Unidos e Europa, além de ajustes operacionais na central petroquímica de São Paulo realizados no quarto trimestre de 20202; e pela redução dos investimentos estratégicos.

“A esses impactos positivos, se contrapõem, principalmente a variação negativa do capital de giro, principalmente em função do impacto do aumento do preço de resinas e principais químicos no mercado internacional em contas a receber e do impacto do aumento do preço da nafta no custo do produto acabado em estoques”, diz a Braskem que cita ainda o maior pagamento de juros no trimestre, que foi superior ao último trimestre de 2020 por conta do pagamento de juros de bonds emitidos pela companhia em 2020.

A petroquímica informa que em linha com o seu contínuo compromisso com a higidez financeira e com o objetivo de retornar ao nível de risco de grau de investimento, seguiu reduzindo a sua alavancagem corporativa, medida pela relação dívida líquida/resultado operacional recorrente em dólares e encerrou o primeiro trimestre em 1,80x, 39% inferior em relação ao quarto trimestre (2,94x).

De acordo com Luis Sales, analista da Guide Investimentos, o resultado foi sólido confirmou o desempenho positivo do relatório de produção e vendas divulgados no dia 30 de abril. Em Alagoas, um dos grandes passivos da companhia, não foram registradas provisões adicionais e, em 31 de março, a petroquímica tinha R$ 8,45 bilhões reconhecidos em balanço, frente a R$ 9,18 bilhões em dezembro.

As projeções para o próximo trimestre seguem majoritariamente favoráveis, de acordo com a companhia. No Brasil a expectativa de melhores volumes de vendas (mercado interno e mercado externo) e spreads. No Estados Unidos, a expectativa é de aumento no volume de vendas, com perspectiva de retomada da produção de todas as plantas para os patamares normais, após os impactos dos eventos climáticos no primeiro trimestre e os spreads devem ser mais saudáveis no período seguinte, em função da manutenção da demanda saudável e da retomada gradual da oferta de PP na região, destaca o analista.

Em relação ao negócio na Europa, o volume de vendas deve permanecer em linha com o primeiro trimestre de 2021, mas com spreads mais saudáveis, em função da manutenção da demanda saudável, paradas programadas de produtores da região e menor fluxo de importado da Ásia.

No negócio do México, a expectativa também é de aumento no volume de vendas, após o reestabelecimento gradual da operação com o retorno do serviço de transporte de gás natural e expectativa de incremento do fornecimento de etano dos Estados Unidos (solução Fast Track) e spreads mais saudáveis no 2T21, principalmente em função da manutenção da demanda saudável e retomada gradual da oferta de PE nos Estados Unidos.

Cabe destacar que as ações da Braskem registram a maior alta do Ibovespa no ano, com ganhos de mais de 100%.

TIM (TIMS3, R$ 12,20, -0,57%)

A operadora de telecomunicações TIM registrou lucro líquido de R$ 277 milhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 57,9% sobre igual período de 2020. O Ebitda somou R$ 2 bilhões, alta de 4,5% na comparação anual.

O resultado financeiro líquido da operadora ficou negativo em R$ 225 milhões, uma melhora em relação ao resultado financeiro negativo de R$ 251 milhões do primeiro trimestre de 2020.

A receita líquida somou R$ 4,340 bilhões, ligeira alta de 3% sobre igual período do ano anterior. De acordo com a empresa, o indicador confirma a trajetória de recuperação observada desde o terceiro trimestre de 2020. “Essa melhora foi limitada parcialmente por impactos concentrados no mês de março, devido à nova onda da pandemia de covid-19”, diz a TIM.

A receita líquida de serviços avançou 3,3% na comparação anual, para R$ 4,448 bilhões. “Todos os componentes de serviços contribuíram positivamente para essa aceleração”, diz a companhia. A receita de serviço móvel cresceu 2,8% para R$ 3,947 bilhões, enquanto a de serviço fixo avançou 12%, para R$ 281 milhões.

A receita média por usuário (arpu) móvel aumentou 6,6% no primeiro trimestre, para R$ 25,50. A base móvel de clientes caiu 2,1%, para 51,728 milhões, enquanto a base de clientes Live cresceu 13,3% para 662 mil. A receita da TIM Live avançou 20,4% no trimestre.

Já a receita líquida de produtos interrompeu sua trajetória de recuperação, registrando queda de 10,1% na comparação anual, para R$ 112 milhões. Segundo a TIM, foi a linha mais afetada pelo fechamento de pontos de venda e redução da circulação de pessoas, por conta da pandemia.

Os investimentos (capex) totalizaram R$ 1,3 bilhão, alta de 46,5% na comparação anual, com a retomada de projetos em 2020 e o início da preparação para recebimento dos ativos da Oi Móvel. O Opex (despesas operacionais e investimento em manutenção de equipamentos) permanece sob controle, com queda de 34,5% na provisão para devedores duvidoso (PDD) na comparação entre os primeiros trimestres de 2020 e 2021.

A TIM ainda aprovou um acordo com a IHS Fiber Brasil para a venda de 51% da FiberCo – empresa da operadora que reúne os ativos de rede e prestação de serviços de infraestrutura. A TIM vai manter os demais 49% da FiberCo, cujo valor (Enterprise Value) ficou estabelecido em R$ 2,6 bilhões.

A transação contempla componentes primária (R$ 609 milhões) destinada ao caixa da FiberCo, e secundária (R$ 1,027 bilhão), a serem pagos à TIM.

O Credit Suisse avaliou os resultados para o primeiro trimestre divulgados pela TIM como “sólidos”, indicando recuperação na receita mobile de serviços e no Ebitda. O crescimento na receita de serviços atingiu 2,8% na comparação anual, e 1,5% frente ao quarto trimestre, 1% acima da estimativa do Credit e em linha com o consenso do mercado. O banco diz que iniciativas de corte de custos levaram os gastos operacionais a crescerem apenas 2% na comparação anual.

O banco mantém recomendação outperform da TIM, ressaltando que o acordo fechado com a IHS também implica risco de aumento para os números da TIM Live. O banco aponta que a TIM está sendo negociada com desconto frente a seus indicadores e mantém preço-alvo de R$ 20.

GPA (PCAR3, R$ 36,00, -4,71%)

O GPA teve lucro líquido de R$ 127 milhões no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ 119 milhões  um ano antes, favorecido por aumento das vendas e redução das despesas.

O grupo controlado pelo francês Casino e que concluiu em março a cisão do braço de atacarejo Assaí (ASAI3), viu sua receita líquida de janeiro a março somar R$ 12,45 bilhões, aumento de 4,9% em 12 meses.

Já o Ebitda ajustado somou R$ 935 milhões, alta de 36% ano a ano, beneficiado por eficiências comerciais e controle das despesas no Brasil. A margem Ebitda subiu 1,7 ponto percentual, para 7,5%.

As vendas mesmas lojas caíram 0,7%, pressionadas por impactos da pandemia nas operações do grupo Êxito na Colômbia e Uruguai. No Brasil, as vendas mesmas lojas subiram 1,1% no primeiro trimestre.

Sem o impacto da Covid-19, o GPA afirma que as vendas mesmas lojas teriam subido 4,8% no nível consolidado e 5% no Brasil.

“O cenário de vendas permanece em crescimento no trimestre, mesmo impactado por desafios relacionados principalmente ao contexto macroeconômico e pandemia, com severas medidas restritivas envolvendo fechamento de lojas aos finais de semana, horário de abertura reduzidos e proibição da venda de algumas categorias”, afirmou o GPA no relatório.

Na linha outras despesas operacionais, o resultado negativo foi 71,9% menor na comparação anual, para um déficit de R$ 60 milhões.

Os analistas da XP apontaram dois lados do balanço da companhia: a performance de vendas (moeda constante) foi mais fraca do que esperado; porém, houve uma melhora na rentabilidade tanto no Brasil quanto no Grupo Éxito.

Porém, apesar de terem uma visão positiva em relação às iniciativas da companhia e verem riscos positivos para o papel, os analistas da XP avaliam que parte disso já está refletido no nível de valuation atual.

Além disso, veem desafios para que a venda da participação da Cnova seja concretizada no curto prazo, mantendo assim a recomendação neutra e preço-alvo de R$ 39 por ação. Veja a análise clicando aqui. 

AES Brasil (AESB3, R$ 14,70, +0,62%)

A geradora de energia AES Brasil registrou lucro líquido de R$ 93 milhões no primeiro trimestre do ano, uma alta de 23% na comparação anual, impulsionado pelo aumento na margem das fontes eólica, solar e hídrica, associado ao bom desempenho operacional dos projetos.

No período, a receita líquida da companhia subiu 12,6% na base anual, para R$ 556,7 milhões, enquanto o Ebitda foi de R$ 349 milhões, uma alta de 12% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Assim como no último trimestre de 2020, no qual a empresa reconheceu um ganho extraordinário de R$ 947 milhões associado ao risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês), no primeiro trimestre deste ano houve um incremento de R$ 14,5 milhões na margem hídrica devido, principalmente, ao ganho extraordinário decorrente do ressarcimento no montante de R$ 36 milhões, referente aos valores calculados da resolução do tema.

O primeiro trimestre da AES Brasil foi marcado pela conclusão do processo de reestruturação societária, com a criação da holding AES Brasil Energia, que, segundo a companhia, tem o objetivo de intensificar sua capacidade de crescimento. Outra importante iniciativa feita pela empresa foi o acordo de investimento, que vai permitir a subscrição de ações preferenciais na Guaimbê Holding, com um aporte de mais de R$ 855 milhões em equity.

A geradora também anunciou no período a assinatura de dois contratos para fornecimento de energia no longo prazo, sendo 80 megawatts-médios (MW médios) com a Ferbasa, e de 21 MW médios com a Minasligas, que atua na produção de ferro silício, ambas pelo período de 20 anos, por meio do Complexo Eólico Cajuína, localizado no Rio Grande do Norte.

A AES Brasil encerrou o primeiro trimestre de 2021 com uma dívida líquida R$ 4,523 bilhões, 7,4% menor que o visto no trimestre imediatamente anterior, enquanto a alavancagem, medida pela relação dívida por Ebitda foi de 2,1 vezes. No período, os custos e despesas operações somaram R$ 98,8 milhões, um aumento de 14,6% na comparação com o quarto trimestre de 2020.

Além disso, a administração da AES Brasil aprovou a distribuição de R$ 68 milhões em dividendos intermediários, relativos ao primeiro trimestre, o equivalente a R$ 0,1703 por ação. Terão direito os acionistas com posição em 10 de maio, sendo que a partir de 11 de maio os papéis serão negociados ex-dividendos.

O Credit Suisse classificou os dados operacionais da AES Brasil como levemente mais fracos devido a custo mais alto de compra e produção mais fraca de energia elétrica. O banco mantém avaliação neutra e preço-alvo de R$ 16,80.

Copel (CPLE6, R$ 5,98, -0,83%)

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou no primeiro trimestre de 2021 lucro líquido de R$ 795,174 milhões, o que representa uma alta de 55,6% na comparação anual. O crescimento, segundo a empresa, reflete a maior receita operacional líquida, a equivalência patrimonial e o acréscimo do resultado financeiro.

O Ebitda no período ficou em R$ 1,303 bilhão, alta de 18,8% sobre janeiro a março de 2020.

Já a receita operacional líquida acumulada até março de 2021 somou R$ 4,985 bilhões, alta de 22,6% sobre o mesmo período do ano passado.

A geração de energia nos primeiros três meses do ano, incluindo parques eólicos, foi de 5.410 GWh, contra 2.475 GWh no mesmo período de 2020. De acordo com a Copel, essa diferença demonstra uma recuperação nos níveis dos reservatórios em relação a 2020, quando um longo período de estiagem atingiu a região Sul do País.

Em distribuição, a empresa destaca a implantação de redes compactas em áreas urbanas que apresentam elevado grau de arborização próximo às redes. A tecnologia evita cortes e podas de árvores e melhora a qualidade do fornecimento, pois reduz o número de desligamentos. Ao final de março de 2021, a extensão das redes compactas instaladas era de 14.720 km, ante 11.823 km em março de 2020, uma alta de 24,5%.

Taesa (TAEE11, R$ 39,18, -2,27%)

A transmissora de energia elétrica Taesa registrou lucro líquido de R$ 555,9 milhões no primeiro trimestre de 2021, um avanço de 42,1% na comparação anual, informou a companhia nesta quarta-feira em balanço financeiro.

A empresa, controlada pela estatal mineira Cemig (CMIG4) e pela colombiana ISA, reportou Ebitda regulatório de R$ 316,7 milhões de janeiro a março, alta de 1,3% ano a ano, com margem de 82%, contra 83,9% no mesmo intervalo de 2020.

A Taesa disse em comunicado que o avanço no lucro líquido, calculado em termos de resultado IFRS, se deve principalmente aos maiores índices macroeconômicos registrados nos períodos comparados, com efeito do IGP-M que acumulou 6,2% neste primeiro trimestre.

A companhia destacou também a consolidação das aquisições de São João, São Pedro e Lagoa Nova, e a entrada em operação da concessão de Mariana em 2020. Além disso, houve aumento de 17,9% na equivalência patrimonial, resultado também dos maiores índices macroeconômicos, que impactaram positivamente a receita de correção monetária das participações.

Estes fatores compensaram a redução da margem com a implementação de infraestruturas em função dos menores investimentos em Janaúba na comparação anual, afirmou a empresa.

“(Também o) aumento de 35,8% das despesas financeiras líquidas, resultado das captações realizadas em 2020, aumento do IPCA e do menor volume de caixa, em função dos investimentos nos projetos em construção, associado a um menor CDI”, acrescentou a Taesa sobre demais compensações.

A receita líquida totalizou R$ 386,4 milhões no primeiro trimestre, alta de 3,6% em relação ao mesmo período de 2020.

O índice de disponibilidade das linhas de transmissão foi de 99,96% e uma Parcela Variável (PV) de 4,3 milhões de reais (menos de 1% da RAP consolidada) no primeiro trimestre, este último apresentando uma melhoria de 32,7% contra janeiro a março de 2020.

O Credit Suisse classificou os resultados da Taesa como ligeiramente melhores do que o esperado, mas os rendimentos regulatórios como mais fracos. O lucro líquido ficou abaixo das estimativas devido a gastos financeiros piores e renda de capital pior. O banco mantém avaliação neutra e preco-alvo de R$ 29,70.

Totvs (TOTS3, R$ 33,06, +1,50%)

A Totvs teve alta de 31% no lucro do primeiro trimestre, com impulso de ganhos de clientes em assinaturas de software e de serviços como computação em nuvem.

A empresa de tecnologia e produtos de crédito informou nesta quarta-feira que teve lucro líquido de R$ 80,65 milhões de janeiro a março, acima dos R$ 61,1 milhões um ano antes.

O Ebitda ajustado disparou 49%, para R$ 189,2 milhões, ante o primeiro trimestre do ano passado. A margem evoluiu de 21,1% para 26,3%.

A companhia afirmou que a receita recorrente da área de tecnologia cresceu 14,6% no período e atingiu recorde histórico de corresponder a 81% do faturamento líquido da divisão.

“Os principais segmentos que contribuíram para este crescimento foram Manufatura, Distribuição, Agroindústria e o Varejo (em especial o subsegmento de supermercados)”, afirmou a empresa no balanço.

A Totvs apurou um crescimento de 40% nas novas assinaturas de serviços na área de tecnologia.

Na área de produtos de crédito a receita subiu cerca de 4%, mas o Ebitda da unidade recuou 7,7% na comparação com o último quarto de 2020.

A empresa teve queda de cerca de 9% na provisão para perdas, enquanto as despesas gerais e administrativas avançaram 12%, ambas no comparativo ano a ano.

O Itaú BBA classificou os números como fortes e em linha com a expectativa. Mesmo com a sazonalidade negativa do trimestre, incluindo redução da produção industrial, o banco destaca que o segmento de tecnologia reportou crescimento de 11% na receita no período, impulsionada pelo aumento de 15% nas receitas recorrentes.

O banco destaca que a expansão de soluções em nuvem impulsiona a margem bruta no setor de tecnologia para alta recorde de 72%. A margem Ebitda é a maior desde 2015, atingindo 26,1%, impulsionada por provisões em baixa e custos controlados. A recomendação é outperform e o preço-alvo está sendo revisado pelo BBA.

O Credit Suisse classificou os resultados da Totvs como em linha com as expectativas em se tratando de receita, e com forte Ebitda. O banco destaca que as receitas com software cresceram 10,6% no ano, mas não surpreende devido ao cenário de inflação, repassada ao consumidor. O banco ressalta que o Ebitda de R$ 189 milhões, com margem de 26,1% foi uma “excelente surpresa”, acima de sua estimativa e daquela do consenso, em 10%. O banco mantém recomendação outperform e preço-alvo de R$ 35.

Engie Brasil (EGIE3, R$ 39,77, -1,09%)

A Engie Brasil Energia registrou lucro líquido de R$ 529 milhões no primeiro trimestre, alta de 3,3% ante o mesmo período de 2020, informou a companhia nesta quarta-feira.

O Ebitda no período foi de R$ 1,738 bilhão, alta de 30,5% na mesma comparação.

A receita operacional líquida avançou 25,3% no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para R$ 3,25 bilhões.

As variações positivas, segundo a empresa, “refletem substancialmente a ampliação da contribuição da rede de gasodutos TAG e do segmento de transmissão”.

A empresa citou ainda como pontos positivos a redução no volume de compras de energia, aumento do preço médio líquido de venda de energia e evento não recorrente, relacionado ao complemento nos valores da repactuação do risco hidrológico o registrados no fim de 2020.

O preço médio dos contratos de venda de energia, líquido dos tributos sobre a receita e das operações de trading, foi de 205,13 reais/MWh no primeiro trimestre, alta de 6,7% versus o registrado entre janeiro e março de 2020.

A quantidade de energia vendida no primeiro trimestre, sem considerar as operações de trading, foi de 4.205 MW médios, queda de 3% ante um ano antes.

O Itaú BBA classificou os resultados da Engie Brasil para o primeiro trimestre como positivos. O banco destaca Ebitda ajustado de R$ 1,35 bilhão, que teve alta de 12,4% na comparação anual mas ficou abaixo da estimativa do Itaú, de R$ 1,452 bilhão devido a menor volume de vendas. Foram gastos R$ 216 milhões em caixa no trimestre, devido a projetos de investimento em construção, de R$ 944 milhões. Apesar disso, o endividamento continua baixo.

O banco mantém recomendação outperform e preço-alvo de R$ 49.

Lojas Quero-Quero (LJQQ3, R$ 19,15, 0,00%)

A Lojas Quero-Quero teve lucro líquido de R$ 11,6 milhões no primeiro trimestre de 2021, ante prejuízo de R$ 1,5 milhão em igual período de 2020.

Já a receita líquida teve alta de 38,3%, a R$ 435,4 milhões.

O Ebitda totalizou R$ 54,2 milhões no trimestre, alta de 92,6% na comparação anual. A margem Ebitda foi de 12,4% no trimestre, alta de 3,5 pontos percentuais.

As vendas nas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) tiveram alta de 40,5% no primeiro trimestre.

O Bradesco BBI afirmou que o resultado trimestral das Lojas Quero Quero é forte em crescimento e lucratividade, com a empresa ganhando espaço no mercado de melhoras do lar. O banco diz que a empresa mostra boa execução e expansão em locações com um ambiente concorrencial favorável. O banco diz que espera ouvir mais sobre os movimentos da empresa em e-commerce durante o ano, o que pode levar a novos canais para crescimento. O banco diz que os resultados são consistentes com sua avaliação de outperform, elevando o preço-alvo para 2021 de R$ 19 para R$ 21.

Tenda (TEND3, R$ 25,63, -0,54%)

O lucro líquido da Tenda subiu 109,5% no primeiro trimestre de 2021 na comparação anual, para R$ 36,9 milhões.

A receita líquida, por sua vez, teve alta de 45%, para R$ 602,9 milhões.

O Credit Suisse ressaltou que a Tenda lançou 10 projetos no primeiro trimestre, totalizando R$ 610 milhões, frente a R$ 166 milhões no mesmo período de 2020. As vendas líquidas atingiram R$ 704 milhões, alta de 60% na comparação anual, também um recorde. O banco destaca que a velocidade das vendas ficou em 31,5%, queda de 1 ponto percentual na comparação trimestral, prejudicando pela alta de 80% nos cancelamentos no trimestre. O preço médio por unidade subiu 3% no ano, parcialmente devido à concentração de lançamentos em São Paulo.

O banco mantém recomendação outperform e preço-alvo de R$ 37, frente aos R$ 25,77 negociados na quarta.

BR Properties (BRPR3, R$ 9,10, -1,30%)

A BR Properties, empresa de investimento em imóveis comerciais de renda, teve lucro líquido de R$ 13,4 milhões, queda de 7% na comparação anual. Já a receita líquida subiu 8%, para R$ 82,3 milhões.

O Credit Suisse destacou que o resultado foi em linha com a expectativa do mercado. O banco destaca que a empresa registrou atividade recorde de locação no trimestre, adicionando 1,4 mil metros quadrados e melhorando o saldo de vacância da empresa. O banco diz que a BR Properties continua focada em melhorar seu portfólio após a venda de dois ativos no trimestre. O banco mantém avaliação neutra para a empresa, com preço-alvo de R$ 10, frente aos R$ 9,22 negociados na quarta.

Klabin (KLBN11, R$ 27,95, +0,22%)

A Klabin anunciou nesta quarta-feira que vai instalar uma máquina de papel cartão na segunda fase de construção de sua fábrica no Paraná. A mudança dos planos, que antes previam a produção de papel kraft, exigirá investimento adicional de R$ 2,6 bilhões no projeto.

A companhia afirmou em fato relevante que as obras para a instalação da máquina de papel cartão terão início imediato. A previsão de início de produção é o segundo trimestre de 2023.

A empresa afirmou que a máquina será instalada com uma “linha de fibras complementar”.

“A mudança (…) levou em consideração o crescimento esperado para o mercado de cartões, diversificação do mix de produtos; estabilidade histórica do preço de cartões e a consolidação da Klabin como produtor global de cartões”, afirmou a empresa referindo-se a papéis para embalagens de líquidos e embalagens para pacotes de latas e garrafas.

Com a mudança de ideia para a segunda fase, o investimento total do projeto Puma II, como é chamada a fábrica integrada da companhia no Paraná, será de 12,9 bilhões de reais, dos quais 5,8 bilhões já foram desembolsados até o fim do mês passado.

A Klabin disse que o investimento será financiado com resultados próprios, recursos disponíveis em caixa, o que poderá ser complementado com saques de empréstimos contratados.

“Desta forma, não há necessidade de contratação de financiamentos adicionais para o projeto”, afirmou a empresa.

A companhia afirmou ainda que a primeira etapa da fábrica, uma linha de celulose não branqueada integrada a uma máquina de papel kraftliner e kraftliner branco com capacidade de 450 mil toneladas anuais, deve começar a produção em julho próximo.

O Morgan Stanley ressalta que a mudança do escopo de PUMA II faz sentido devido à alta na produção de papéis para embalagem prevista para os próximos anos. O banco diz que não vê impacto negativo da mudança, em termos de retorno sobre investimento. O Morgan Stanley mantém recomendação overweight (exposição acima da média do mercado), e preço-alvo de R$ 38, frente aos R$ 27,89 de fechamento dos papéis KLBN11 na quarta.

O Itaú BBA afirma que o projeto da Klabin contribui para o valor dos papéis, por adicionar maior eficiência e resiliência para as operações da empresa no futuro. Também diz que o crescimento forte no mercado de placas justifica a mudança no projeto, e que volumes contratados reduziriam riscos. O banco diz que o investimento não deve afetar o pico de endividamento da Klabin, esperado para meados de 2021, já que as tendências operacionais são fortes. O Itaú BBA mantém avaliação outperform e preço-alvo de R$ 38.

O Bradesco BBI avalia o anúncio da Klabin como positivo, mas já esperado. O banco diz que a implementação completa de PUMA II deve adicionar R$ 2 bilhões de Ebitda para a Klabin, 40% a mais do que os níveis de 2020. O investimento também dilui o impacto da divisão de celulose, que é mais cíclica, o que pode dar apoio a uma reavaliação dos papéis. O banco mantém avaliação outperform e preço-alvo de R$ 38 para os papéis KLBN11, negociados na quarta por R$ 27,89.

Apesar da notícia sobre o investimento da Klabin, o Credit Suisse mantém avaliação neutra sobre a empresa. O banco acredita que o grande investimento deve gerar fluxo livre de caixa negativo em 2021 e pressionar o endividamento. O banco mantém preço-alvo de R$ 31,50 para KLBN11.

Sinqia (SQIA3, R$ 22,09, -2,86%)

A Sinqia teve lucro líquido de R$ 800 mil no primeiro trimestre de 2021, aumento de 75% no intervalo de um ano.

A receita líquida totalizou R$ 68,2 milhões, alta de 40,3% frente o mesmo período do ano anterior.

O Ebitda de R$ 12 milhões quadriplicou na comparação anual, batendo as estimativas do Credit Suisse em 9%. A alta de rentabilidade foi o principal destaque no trimestre, apontam os analistas.

Ao realizarem uma atualização das estimativas incorporando a tendência operacional sólida do que estavam vendo nos últimos trimestres e as aquisições mais recentes, destacam. O Credit elevou as estimativas de receita líquida e Ebitda para 2021 em 38% e 59% para R$ 342 milhões e R$ 69 milhões, respectivamente.

“Mantivemos o nível de receita líquida dado o resultado financeiro mais baixo e maior custo de amortização de software. Mesmo com as incorporações de aquisições recentes (positivas), mantemos nossa recomendação neutra e preço-alvo com R$ 25 por ação, já que o efeito de fusões e aquisições foi ofuscado por um custo de capital próprio (Ke) mais alto”, apontam aos analistas.

Sabesp (SBSP3, R$ 40,98, +4,92%)

A Sabesp afirmou nesta quarta-feira que não exercerá a opção de compra de fatia na Sociedade de Propósito Específico (SPE) da Iguá que venceu a disputa pelo bloco 2 da empresa de saneamento do Rio de Janeiro (Cedae), na semana passada. No domingo, a Sabesp havia informado que tinha opção de integrar a SPE com uma posição minoritária.

O Credit Suisse aponta que a notícia de hoje é relevante para o papel e positiva dado que o papel sofreu muito em função da possível entrada no bloco 2 da Cedae – após o anúncio da Sabesp que poderia integrar o bloco, os ativos caíram 6,5% na segunda-feira.

O valuation pós-privatização parece melhor do que participar em novos investimentos (o atual capex – investimentos da companhia – já é bastante alto), avaliam os analistas.

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 29,21, -0,17%)

O Banco do Brasil confirmou a indicação de Ieda Cagni para presidir o Conselho de Administração do conglomerado durante o mandato 2021/2023. Indicada pelo Ministério da Economia, ela reforçará a presença feminina no colegiado que terá, pela primeira vez em sua história, três mulheres em um total de oito assentos.

Além de Cagni, Débora Cristina Fonseca foi eleita como membro do Conselho do BB pelos empregados e Rachel de Oliveira Maia como Conselheira Independente pelos acionistas minoritários. As duas últimas já haviam sido eleitas em Assembleia Geral Ordinária do banco, na semana passada.

Nesta quarta-feira, foi realizada a primeira reunião do novo Conselho do Banco do Brasil. Na ocasião, os membros eleitos na assembleia definiram os ocupantes dos cargos de presidente e vice-presidente do colegiado.

A nova chairman do BB é procuradora da Fazenda Nacional, graduada em Direito pelo Centro Universitário de Anápolis, com especialização em Direito Público, e mestrado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Participou dos Conselhos Fiscais da VALEC Engenharia, Construções e Ferrovia, da gestora de recursos do BB e ainda foi suplente do banco.

Já o vice-presidente do Conselho de Administração do BB será Walter Eustáquio Ribeiro. Ele é bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UNB), com pós-graduação em Marketing e Recursos Humanos pela mesma universidade. Foi funcionário de carreira do BB por mais de 30 anos, atuando em diversas funções gerenciais e ainda na assessoria da presidência.

O novo Conselho do BB assume após a renúncia de membros – e o fim do mandato de outros – em meio à troca de comando no banco. No início de abril, Fausto Ribeiro, funcionário de carreira do conglomerado, foi eleito presidente do banco, substituindo André Brandão, vindo do HSBC. A mudança ocorreu após desgaste do executivo com o Palácio do Planalto em meio ao aumento da ingerência política na instituição.

MMX Mineração (MMXM3, R$ 18,10, -29,57%)

A MMX Mineração informou em comunicado ao mercado nesta quinta-feira (6) que tomou conhecimento da decisão da 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte de decretar a falência da MMX Sudeste Mineração.

A decisão da juíza Cláudia Batista foi baseada no descumprimento do Plano de Recuperação Judicial (PRJ): “Por diversas vezes nos autos os credores e o Administrador Judicial noticiaram o não cumprimento das obrigações impostas no PRJ e seu aditivo o que, por si só, já é suficiente para embasar o decreto de falência”, diz a sentença.

A MMX, empresa de mineração de Eike Batista, informou que ainda não foi oficialmente intimada nem obteve acesso ao inteiro teor da decisão, mas esclarece que, nos termos da Lei nº 11.101/2005, a decisão não é definitiva e está sujeita a recurso.

A empresa afirmou que está avaliando a melhor estratégia a ser adotada para reverter a decisão e seus impactos, de forma a preservar os interesses de seus acionistas e credores.

De acordo com o comunicado, a falência da MMX Sudeste pode ter impacto relevante sobre o Term Sheet assinado no dia 25 de março de 2021 com a China Development Integration Limited (CDIL), já que
que a sua decretação é causa de rescisão do acordo. O acordo fez as ações das empresas registrarem forte volatilidade (veja mais clicando aqui).

Além disso, a companhia destacou que a falência da MMX Sudeste pode ter impacto no processo de
recuperação judicial da MMX, já que a MMX Sudeste é um dos seus principais ativos. A empresa estava em recuperação judicial desde 2014.

Eucatex (EUCA4, R$ 11,02, 2,56%)

A Eucatex aprovou o pagamento dos dividendos dos exercícios de 2014 a 2019, os quais serão realizados até o dia 31 de dezembro de 2021, sendo que pagará os dividendos em ordem cronológica em parcelas mensais a partir do mês de outubro.

Em relação aos dividendos do exercício de 2019, será pago o valor de cerca de R$ 16,82 milhões representando R$ 0,171230 por ação ordinária e R$ 0,188353 por ação preferencial, para as ações negociadas ex-dividendos em 12 de maio.

(com Reuters e Agência Estado)

Quer viver de renda? Estes 3 ativos podem construir uma carteira poderosa. Assista no curso gratuito Dominando a Renda Passiva.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.