Carolina do Sul: o 7×1 de Joe Biden

Se tivesse havido uma derrota lá, provavelmente teríamos visto um discurso de Biden como o de Tom Steyer, que deixou a disputa após os resultados
Por  XP Política -
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Joe Biden venceu ontem com 48,4% dos votos, amealhando 33 delegados e superou por larga margem a média de pesquisas (RCP: +15,4 p.p. Venceu por 28,5 pontos). Bernie Sanders ficou em segundo (19,9% e 11 delegados). Depois ficaram respectivamente Steyer, Buttigieg, Warren e Klobuchar, que não conseguiram delegados. Depois de ontem aumentaram as chances de uma disputa entre dois candidatos: Sanders e Biden.

Implicações para a disputa

Nas últimas semanas, com frequência ouvimos e falamos sobre as dificuldades da campanha de Joe Biden. Quando ficou claro que seu desempenho nos primeiros estados, em especial Iowa e New Hampshire, não seria tão bom quando imaginava-se e Bloomberg entrou com força ($) na campanha, mas focando nos estados da Super Tuesday. Biden caiu nas pesquisas e o dinheiro, que já não era abundante, virou um problema ainda mais sério.

Se tivesse havido uma derrota na Carolina do Sul e provavelmente teríamos visto um discurso de Biden como o de Tom Steyer, que deixou a disputa após os resultados de ontem.

A Super Tuesday já é logo agora e, portanto, dificilmente haverá tempo de as pesquisas nacionais e, especialmente, estaduais capturarem bem as reações à vitória clara obtida ontem. Há possibilidade de que Joe Biden surpreenda positivamente. O candidato mostrou a força que tem entre o eleitorado negro e o primeiro ciclo de notícias positivas para o ex-vice-presidente deve ajudá-lo.

No caso de Bernie Sanders, já não se esperava um resultado muito mais favorável, n o desempenho entre o eleitorado negro deixou a desejar. É um problema sem solução aparente, mas que precisa ser encarado caso ele pretenda obter a maioria na convenção e, eventualmente, numa disputa com Donald Trump. Com 11 delegados, no entanto, Sanders fez o gol do time perdedor na noite de ontem.

O grande derrotado foi Michael Bloomberg, que, abusando das metáforas futebolísticas, estava arrumando o meião ao invés de marcar o adversário. Sem participar das primárias nos primeiros estados, o risco de sua estratégia de apostar tudo na Super Tuesday era justamente que Biden ganhasse força e chegasse bem no dia da importante votação. O que era risco se concretizou e agora o ex-prefeito de Nova Iorque tem um caminho mais difícil pela frente. Na madrugada de terça (4) para quarta-feira (5), se não tiver apresentado um bom desempenho, pode ser ele a deixar a disputa, assim como os outros candidatos.

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