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Inteligência emocional na carteira do investidor de longo prazo

O mesmo equilíbrio que buscamos nas nossas relações deve ser colocado em prática na nossa carteira de investimentos. Como fazer isso? Escolhendo setores que contribuam para esse balanceamento
Por  Pietra Guerra -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Em meio a situações estressantes como a que estamos vivenciando, ter inteligência emocional é essencial.

Habilidades ligadas ao comportamento, comunicação, empatia, colaboração, flexibilidade e resiliência – que já eram valorizadas na contratação de profissionais – ganharam ainda mais espaço em 2021.

O prolongamento da pandemia e a velocidade com que todas as pessoas tiveram que se adaptar às novas rotinas de trabalho e convivência. Neste cenário, a palavra-chave é equilíbrio.

Mas o que isso tem a ver com investimentos? Tudo.

Assim como no nosso dia a dia no trabalho ou na vida pessoal, manter a calma na hora de pensar em investimentos também foi um grande desafio em um ano marcado por oscilações e incertezas.

O mesmo equilíbrio que buscamos nas nossas relações deve ser colocado em prática na nossa carteira de investimentos. Como fazer isso? Escolhendo setores que contribuam para esse balanceamento.

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Se a palavra da vez é resiliência (seguida da expressão “novo normal”, que já ficou até batida), o caminho é buscar empresas resilientes, que tendem a oscilar menos em momentos de crise e tragam um nível de conforto para a sua carteira nos momentos de maior volatilidade.

Essa busca nos leva as empresas de setores defensivos.

Dentro das economias, temos as indústrias cíclicas e as não cíclicas. As cíclicas, normalmente caracterizadas por produtos e serviços não essenciais, acompanham os ciclos econômicos. Ou seja, tendem a se beneficiar dos momentos que a economia está indo bem, o que reflete no potencial de valorização das ações, mas também são mais afetadas durante as crises.

Já as empresas não cíclicas são menos afetadas pelo momento econômico, com uma performance estável e certo grau de previsibilidade. Apesar dessas ações não se beneficiarem de forma tão expressiva de momentos de expansão, elas tendem a ser mais resilientes durante as crises.

Bons investidores de longo prazo são conhecidos por buscarem um equilíbrio entre ativos que tenham um ótimo potencial de valorização e investimentos que protegem o capital em cenários adversos.

Para isso, é necessário ter na carteira ativos que não tenham uma conexão direta com os rumos do país, como é o caso das empresas não cíclicas. Dentro dessa categoria temos as empresas de setores defensivos.
Empresas defensivas fornecem produtos e serviços que tenham um consumo estável. Logo, você não vai deixar de consumi-los em um momento de crise.

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Essa estabilidade se reflete no preço das ações, que tendem a sofrer menos oscilações e ajudam você, investidor, a manter a calma em um momento que a bolsa esteja te tirando o sono.

Alguma ideia de quais setores seriam? Empresas que prestam serviços básicos e essenciais como as companhias do setor elétrico, saneamento e mesmo empresas ligadas ao setor de telecomunicação são algumas das principais.

A explicação é simples: o consumo desses serviços, ou as taxas de inadimplência dessas empresas, podem ter alguma variação em momentos de adversidade, mas não há um cenário em que elas deixam de ser essenciais.

Essa perspectiva positiva de continuidade da atividade da empresa traz um grau de resiliência para o preço das ações. Na mesma linha, alguns itens de consumo básico, como alimentos e remédios, tendem a ser menos impactados pelos ciclos econômicos, sendo também considerados setores defensivos.

Vale destacar que nenhuma ação está isenta de sofrer oscilações, principalmente, em tempos de volatilidade e incerteza.

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Mas a importância de ter ativos desses setores na sua carteira de longo prazo é manter uma parte dos investimentos em ações resilientes, que trazem algum nível de proteção ao capital investido. Além de contribuírem para mantermos a calma em tempo de crise.

Afinal, acompanhar os investimentos em momentos de variação negativa das ações é um exercício de inteligência emocional para qualquer um.

Se essa é uma habilidade cada vez mais exigida no mercado, que tal começar a colocar em prática a inteligência emocional investindo?

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Pietra Guerra Pietra Guerra é especialista em ações da Clear Corretora. Antes disso, trabalhou no Itaú BBA, na asset do banco francês BNP Paribas, no Bank of America Merrill Lynch e na trading de commodities Olam International Limited. É formada em administração de empresas pela Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA-USP) e tem especialização no mercado financeiro pela Saint Paul Escola de Negócios

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