Mulheres acumulam 5 horas semanais a mais na jornada de trabalho que homens

Síntese de Indicadores Sociais do IBGE mostra que desigualdades racial e de gênero diminuíram – mas nem tanto

Paula Zogbi

Publicidade

SÃO PAULO – A Síntese de Indicadores Sociais (SIS) de 2015, publicada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou melhorias nas situações de grupos que sofriam com desigualdade, mas que ainda há um longo caminho a ser percorrido neste sentido.

De acordo com o estudo, que selecionou Aspectos demográficos, Grupos sociodemográficos, Educação, Trabalho, Distribuição de renda e Domicílios para um panorama de condições de vida dos brasileiros em 2015, a população brasileira em 2014 era composta por 51,6% de mulheres e 48,4% de homens, e em todas as regiões metropolitanas do país há mais mulheres que homens. Apesar disso, as mulheres continuam sendo o segundo grupo populacional com a maior taxa de desocupação (8,7%), abaixo apenas dos jovens (16,6%). “As mulheres jovens que encontram maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho, sendo que uma em cada cinco jovens está desocupada (20,8%)”, diz texto da entidade.

Apesar de uma melhora na última década, as mulheres continuam ganhando menos que os homens no país. Em 2004, as mulheres ocupadas recebiam, em média, 70,0% do rendimento dos homens. Em 2014, essa relação passou para 74,0% – o que ainda é uma diferença significativa.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Outra descoberta da pesquisa foi que a maior participação das mulheres no mercado de trabalho não implica numa substituição de trabalho. “Em 2014, 90,7% das mulheres ocupadas realizavam afazeres domésticos e de cuidados, quadro semelhante ao de 2004 (91,3%)”, mostram os dados. A jornada semanal dedicada aos afazeres domésticos na população feminina caiu de 22,3 para 21,2 horas, mas elas ainda acumulam, no total, 5 horas a mais que os homens de trabalho na semana, na somatória. No mercado de trabalho, as mulheres mantiveram a jornada de 35,5 horas semanais, enquanto a dos homens caiu de 44 para 41,6 horas.

Educação e desigualdade

Quanto à população autodeclarada preta ou parda – 53,6% dos brasileiros em 2014, mais da metade – a proporção dos estudantes de 18 a 24 anos pretos ou pardos que cursavam o ensino superior em 2014 era de 45,5%, melhoria ante os 16,7% em 2004, mas ainda um número baixo. Entre os brancos, essa relação passou de 47,2% para 71,4%: a proporção de brancos no ensino superior, portanto, segue maior.

Continua depois da publicidade

Já no ensino médio, de 2004 a 2014, o percentual de pessoas de 20 a 22 anos de idade que concluíram o ensino médio sobe de 45,5% para 60,8%. No período, houve diminuição da desigualdade de acesso à escola entre os quintos de rendimento mensal domiciliar per capita.

O estudo completo, que conta com outros dados, como taxa de fertilidade, formalização de trabalho e condições da população idosa, pode ser acessado em pdf neste link.

Leia também

Descubra qual é a aplicação financeira de risco baixo mais rentável

Milhões de brasileiros investem errado em previdência; é o seu caso?

Imóvel é sempre bom negócio? Teste mostra que alugar é melhor

Seu carro facilmente lhe custa R$ 2.500 por mês. Duvida?

Qual é o melhor CDB: pré, pós ou indexado à inflação? Planilha mostra

Planeja investir no Tesouro Direto? Ebook gratuito mostra o caminho

Quer saber se você está investindo bem? Faça uma simulação

Quanto custa realizar cada um de seus sonhos? Descubra

Tópicos relacionados

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney