Brasil perde o grau de investimento; veja o que pode acontecer com suas aplicações

Para o educador financeiro André Massaro, além da Bolsa, os títulos de renda fixa também devem refletir a perda de grau de investimento no curto prazo.

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Standard & Poor’s cortou o rating do Brasil de “BBB-“para “BB+”, com perspectiva negativa. Com isso, o Brasil perdeu o grau de investimento e entrou na categoria “junk” da S&P. O reflexo nos ativos financeiros foi instantâneo. Em Nova York, os ADRs (American Depositary Receipts) da Petrobras (PETR3) marcavam queda de 5,5% no after hours da NYSE, cotados a US$ 4,81, após já terem recuado 3,78% no pregão regular. Às 19h28 (horário de Brasília), os recibos de ações da Vale (VALE3) caíam 3,4%, para US$ 4,82. Já os do Bradesco (BBDC3) recuavam 1,15%, para US$ 6,01. 

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A negociação dos ADRs em Nova York deu uma prévia de como as ações devem reagir na Bovespa no próximo pr egão. Para o educador financeiro André Massaro, os investidores devem ter muita cautela e evitar a todo custo a tentativa de aproveitar algum possível “fundo” dos papéis. “O fato de os preços estarem caindo não significa uma oportunidade. Pode estar barato porque realmente está ruim. Não enxergo oportunidade na Bolsa ainda. Inclusive, vejo todos os argumentos para ficar fora do mercado acionário agora”, alerta.

Renda fixa
O educador financeiro afirma que os títulos de renda fixa também devem refletir a perda de grau de investimento no curto prazo. “Vai chacoalhar o preço (dos títulos públicos) nos próximos dias. O governo deu um ‘respiro’ no aumento da taxa de juros (na última reunião, o Copom decidiu manter a Selic em 14,25%, após sete altas consecutivas). Agora pode ser que o Comitê volte a aumentar os juros na próxima reunião”, destaca. Portanto, a expectativa é que os prefixados paguem uma taxa maior nos próximos dias, fazendo com que os títulos que já estão no mercado percam valor.

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A explicação é que sem o grau de investimento o investidor internacional exige um prêmio mais alto para investir no país. É a velha relação risco/retorno, conhecida de qualquer investidor: quanto maior as chances de não pagamento da dívida, maior o retorno exigido para alguém colocar seu capital ali. “Aumenta-se os juros para aumentar a atratividade”, diz Massaro.

André Albo, assessor de investirmentos com certificação CFP da Alta Vista Investimentos concorda e afirma que os investidores devem priorizar aplicações pós-fixadas atreladas ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que não sofrem com volatilidade no curto prazo. “Os juros devem ficar altos por algum tempo”, acredita.

Risco de calote em títulos públicos
Apesar dos juros precisarem subir para atrair aplicadores, o risco de calote do Brasil é muito baixo e o pequeno investidor do Tesouro Direto não precisa se preocupar. “Não se preocupem com o Tesouro Direto, nem com o risco de crédito da renda fixa em geral. Em um país como o nosso, onde a emissão de moeda é feita pelo próprio governo, não tem motivo para ter medo de calote da dívida”, destaca. 

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Albo tem a mesma opinião. “Isso (calote de títulos públicos) não deve preocupar o pequeno investidor. A dívida externa é pequena em relação à dívida interna em reais. O governo tem condições de continuar se refinanciando. A diferença é que agora vai pagar um juro mais alto. Vejo o risco de default muito próximo de zero”, pontua.


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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip