“Short” em Renner (LREN3) e Ambev (ABEV3): as estratégias vendidas da Norte Asset e da Macro Capital

Gustavo Salomão, CFA e CIO da Norte, e Priscila Araújo, CFA, sócia e gestora da Macro, falaram sobre o assunto no episódio 160 do Stock Pickers

Equipe Stock Pickers

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O Brasil e o mundo vivem momentos econômicos diferentes. Enquanto por aqui a inflação começou a ceder e o ciclo de alta de juros, ao que tudo indica, chegou ao fim, nos EUA e na Europa a situação ainda é mais complicada.

Neste cenário, a grande dúvida dos investidores é qual fator levar mais em conta na hora de investir: o micro brasileiro, que está melhorando, ou o macro global, que dá sinais de que o pior ainda não passou.

Para Gustavo Salomão, CFA e CIO da Norte Asset, e Priscila Araújo, CFA, sócia e gestora de renda variável da Macro Capital, o ideal é levar os dois fatores em consideração. “O momento é favorável para o Brasil, mas não estamos sozinhos. Se lá fora não piorar muito e os EUA conseguirem fazer o soft landing [aterrissagem suave], temos espaço para andar muito”, afirma Priscila, da Macro.

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“O micro só é permitido pelo cenário macro”, concorda Salomão, da Norte, ressaltando a importância de olhar para as duas vertentes para entender os riscos, oportunidades e saber ajustar as posições.

Operações vendidas

Uma estratégia em comum nos fundos das duas gestoras para operar de olho na questão micro e macro são as operações vendidas (short). No caso da Norte, Salomão pontua que o asset teve muito sucesso operando vendido no e-commerce, em empresas como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Enjoei (ENJU3).

Porém, estas posições já não existem mais e agora eles estão comprados no setor em Mercado Livre (MELI34) e Americanas (AMER3). “Não pode olhar com amor e com viés para o mercado. O cenário macro mudou e resolvemos mudar a estratégia”, diz ele.

Hoje, segundo Salomão, um das operações vendidas da Norte é a Lojas Renner (LREN3). Para ele, a chinesa Shein é uma grande concorrente da empresa e está conquistando espaço, enquanto a Lojas Renner já não tem mais tanto espaço para expandir. “Além disso, ela vende para uma classe mais baixa e depende do crédito, que está muito apertado”, completa Salomão.

Na Macro, Priscila conta que também já operaram vendidos em Via, Enjoei, além de Embraer (EMBR3). Porém, já se desfizeram das posições e um dos seus shorts hoje é em Ambev (ABEV3).

Segundo ela, a empresa nadou de braçada no passado, mas nos últimos 10 anos o cenário vem mudando. Além disso, o consumo de cerveja está em seu patamar mais alto da história.

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Neste cenário, Priscila acredita que a chance da empresa não surpreender ou até decepcionar daqui para frente é muito grande, o que deve impactar nas ações da empresa. “O core da empresa é bom, mas a ela está muito cara e não acho que vai entregar o crescimento de volume que precisa”, diz a sócia da Macro.

Arezzo (ARZZ3)

Do lado comprado, apesar de ressaltarem a importância do macro, tanto Salomão como Priscila ressaltam que às vezes o micro pode prevalecer, como foi no caso da Arezzo (ARZZ3). A ação está presente tanto no fundo da Norte como da Macro há algum tempo, mesmo quando o cenário não era favorável para o setor de varejo.

Segundo eles, a empresa se transformou nos últimos anos e tem uma perspectiva de crescimento muito grande. Assim, os dois enxergavam valer a pena ter a empresa em seus portfólios desde quando o cenário não era positivo na questão macro. “Arezzo é a nossa maior posição há 10 meses”, afirma Salomão, da Norte.

Para mais detalhes da estratégia de Gustavo Salomão, CFA, CIO da Norte Asset, e Priscila Araújo, CFA, sócia e gestora de renda variável da Macro Capital, confira o episódio 160 do Stock Pickers.

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