Tesouro Direto: taxas de títulos públicos sobem nesta sexta-feira

SÃO PAULO – As taxas pagas pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam alta na tarde desta sexta-feira (8), com os investidores repercutindo o noticiário de vacinas contra a Covid-19 e a “Onda Azul” nos Estados Unidos.

O título prefixado com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 6,86%, ante 6,80% na tarde de quinta-feira (7). O juro pago pelo Tesouro Prefixado com juros semestrais 2031, por sua vez, subia de 7,43% para 7,45% ao ano.

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Entre os papéis indexados à inflação, o com prazo em 2045 pagava um prêmio anual de 3,55% nesta tarde, contra 3,53% anteriormente.

Já a taxa oferecida pelo mesmo papel com vencimento em 2026 avançava de 2,53% para 2,55% ao ano.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta sexta-feira (8):

Cena externa

No cenário internacional, os investidores estiveram otimistas com apostas de que o Partido Democrata, que ganhou a presidência, o Senado e a Câmara nos Estados Unidos, irá promover mais estímulos fiscais no país.

Os mercados repercutiram também o relatório de emprego do país, que registrou a perda de 140 mil postos de trabalho no mês passado. O resultado veio pior que a mediana das projeções dos economistas compilada pela Bloomberg, que apontava para a criação de 50 mil empregos no período.

Por lá, o atual presidente Donald Trump admitiu pela primeira vez ontem que a administração de Biden assumirá no dia 20 de janeiro, apesar de continuar afirmando “discordar totalmente do resultado da eleição”.

Mesmo com o aceno favorável ao rito democrático, continua a haver pressão pelo impeachment de Trump por conta da invasão do Capitólio, já que o presidente vinha instando seus apoiadores a marcharem no Congresso. Quatro pessoas morreram durante o incidente.

Ainda no radar, um novo estudo laboratorial indica que a vacina desenvolvida pela parceria entre as farmacêuticas Pfizer e BioNTech é eficaz também contra as novas mutações altamente transmissíveis do coronavírus detectadas no Reino Unido e na África do Sul.

Vacina no Brasil e produção industrial

No Brasil, o noticiário sobre vacinas também animou os investidores, com o Instituto Butantan divulgando uma eficácia de 78% da CoronaVac.

A apresentação trouxe, no entanto, menos dados do que aqueles apresentados por outras grandes farmacêuticas em relação a suas vacinas.

Mais cedo, o Instituto Butantan protocolou oficialmente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de uso emergencial da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo instituto em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Agora, a Anvisa tem dez dias para se manifestar.

Nesta tarde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também enviou um pedido de uso emergencial da vacina contra Covid-19 produzida pela farmacêutica americana AstraZeneca e pela Universidade de Oxford para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No Brasil, a Fiocruz conduz os estudos da vacina Astrazeneca/Oxford.

Na agenda de indicadores nacionais, a produção industrial brasileira cresceu 1,2% em novembro frente a outubro. O resultado veio levemente abaixo da mediana das projeções compiladas pela Reuters, que apontava para avanço de 1,3%.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esta foi a sétima alta consecutiva no indicador.

Mesmo assim, o setor acumula perdas de 5,5% de janeiro a novembro de 2020. No acumulado em 12 meses, a queda foi de 5,2%.

Por fim, no âmbito político, as atenções recaíram sobre a disputa pelas presidências da Câmara e do Senado, e também sobre reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, que destacou uma retomada no radar da equipe econômica da proposta da Carteira Verde Amarela, um modelo de contratação com menos encargos e benefícios.

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