Ifix fecha sessão no campo positivo; FII HCTR11 dispara 10% e é destaque

E mais: 24 FIIs pagam dividendos; fundos que têm operações relacionadas ao Minha Casa, Minha Vida; Credit Suisse despenca mais de 20%

Wellington Carvalho

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O Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou a sessão desta quarta-feira (15) com alta de 0,11%, aos 2.778 pontos. o FII Hectare CE (HCTR11) liderou a lista das maiores altas do dia, subindo 10%. Confira os demais destaques do pregão ao longo do Central de FIIs.

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Os FIIs Ourinvest JPP (OUJP11) e JPP Capital receberam, nesta terça-feira (14), a parcela de fevereiro devida pelo CRI (certificados de recebíveis imobiliários) Carvalho Hosken Engenharia e Construções, que até então estava pendente.

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De acordo com fatos relevantes divulgados pelos fundos, o pagamento foi “acrescido dos respectivos encargos moratórios previstos nos documentos da operação”.

O CRI é um instrumento usado por empresas do setor imobiliário para captar recursos no mercado. Na prática, essas companhias “empacotam” receitas futuras que têm para receber – como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos – em um título, que é vendido aos investidores, como os FIIs.

Os papéis embutem um rendimento mensal prefixado e a correção monetária por um indicador, que normalmente é a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) ou o IPCA.

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O título da Carvalho Hosken Engenharia e Construções também faz parte do portfólio do Ourinvest Renda Estruturada OURE11que já havia confirmado o pagamento da parcela pendente.

O CRI representa 6,51% do patrimônio líquido do Ourinvest JPP, FII que subiu 26% em 2022, a maior alta entre os principais fundos imobiliários da Bolsa. A participação do papel na carteira do OURE11 e do JPP Capital Recebíveis é de 4,4% e 1,38%, respectivamente.

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Entre os FIIs de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis – o Max Retail (MAXR11) também informou ter recebido praticamente a totalidade do aluguel devido pela Americanas (AMER3) em fevereiro e com vencimento em março.

Em recuperação judicial, a varejista não havia realizado o pagamento da locação de dezembro e pagou apenas parte do valor esperado em janeiro – restando pendente um montante de quase R$ 800 mil.

Em março, porém, o fundo informa que recebeu cerca de 85% do aluguel – ou seja, R$ 514 mil. O saldo em aberto, explica a carteira, representa o índice de reajuste que elevou o aluguel na competência de janeiro.

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O FII XP Log (XPLG11) também informou ter recebido esta semana o valor integral devido pela Americanas em março – com referência ao aluguel de fevereiro.

Maiores altas desta quarta-feira (15):

Ticker Nome Setor Variação (%)
HCTR11 Hectare Títulos e Val. Mob. 10,6
URPR11 Urca Prime Renda Títulos e Val. Mob. 3,19
DEVA11 Devant Títulos e Val. Mob. 2,85
KFOF11 Kinea FoF FoF 2,39
VILG11 Vinci Logística Logística 2,27

Maiores baixas desta quarta-feira (15):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
ARRI11 Átrio Reit Recebíveis Títulos e Val. Mob. -2,44
GTWR11 Green Towers Lajes Corporativas -2,14
XPPR11 XP Properties Lajes Corporativas -1,88
VCJR11 Vectis Juros Real Títulos e Val. Mob. -1,66
PATL11 Pátria Logística Logística -1,63

Fonte: B3

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Ações do Credit Suisse despencam mais de 20% e têm negociações suspensas, após investidor saudita descartar mais assistência

As ações do Credit Suisse despencavam mais de 20%, nesta quarta-feira (15), antes de terem suas negociações suspensas.

Os ativos do banco suíço foram abaixo de 2 francos suíços (US$ 2,18) e o regulador de mercado suspendeu as negociações do papel várias vezes uma vez que o volume disparou e a ação despencou.

O movimento de baixa foi impulsionado por comentários do Saudi National Bank, maior investidor da instituição financeira.

O investidor saudita afirmou que não poderia fornecer mais assistência financeira ao banco suíço, segundo informações da Reuters.

“Não podemos porque iríamos acima de 10%. É uma questão regulatória”, disse o presidente do Saudi National Bank, Ammar Al Khudairy, à agência.

Minha Casa, Minha Vida: ao menos 8 FIIs têm operações relacionadas ao programa; como eles lucram?

O mercado de fundos imobiliários está longe de ter como foco o segmento de habitação popular, mas engana-se quem acha que não dá para investir no nicho por meio dos FIIs. Levantamento do InfoMoney lista pelo menos oito carteiras que têm no portfólio operações direta ou indiretamente ligadas a programas federais de moradia social.

Em fevereiro, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relançou o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que havia sido substituído pelo Casa Verde Amarela (CVA) na gestão anterior. O programa atual oferece subsídio e taxa de juros abaixo do mercado para facilitar a aquisição de moradias por famílias de baixa renda.

Em 2023, o governo promete entregar 15 mil unidades do programa que – mesmo de forma tímida – é citado na carteira de ativos dos fundos imobiliários.

Considerando os FIIs mais líquidos da Bolsa, pelo menos sete carteiras mantêm em seus portfólios operações que financiam empresas com forte ligação com o MCMV – ou ainda relacionadas ao CVA.

Esses FIIs, também chamados de fundos de “papel”, investem em certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), instrumentos utilizados pelas empresas do setor imobiliário para a captação de recursos no mercado.

Os títulos representam uma espécie de pacote de receitas futuras das companhias – como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos, por exemplo – vendido aos investidores. Em geral, o papel embute um rendimento mensal prefixado e a correção monetária por um indicador, que normalmente é a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) ou o IPCA.

CRIs emitidos por empresas especializadas ou com grande atuação no MCMV – como Direcional, MRV, Prestes, Inter Construtora e HM Engenharia – estão presentes em pelo menos sete portfólios de FIIs de “papel”, segundo levantamento do InfoMoney. A participação dos títulos no patrimônio líquido das carteiras pode chegar a 14,59%, como no caso do Valora RE (VGIR11). Confira a lista.

Analistas descartam corte da Selic neste momento em função da crise bancária nos EUA

Embora os efeitos e o alcance da crise bancária nos Estados Unidos ainda sejam uma incógnita, analistas do mercado financeiro afirmam que, com as informações que se têm até o momento, o Banco Central do Brasil não terá tão cedo espaço para dar início à redução da Selic.

Na segunda-feira, após a falência dos bancos SVB Financial Group e Signature Bank, o mercado norte-americano passou a precificar chances maiores de o Federal Reserve (o banco central norte-americano) elevar seus juros na próxima semana em apenas 0,25 ponto percentual –e não mais em 0,50 ponto, como vinha sendo esperado.

Em reação, as taxas dos contratos futuros de juros no Brasil também recuaram, em meio à visão de que, com juros não tão elevados nos EUA, o BC também poderia antecipar o início do corte da Selic, atualmente em 13,75% ao ano.

Analistas ouvidos pela Reuters, no entanto, descartaram a possibilidade de a crise norte-americana provocar um corte da Selic já na semana que vem ou logo depois disso –as expectativas de corte seguem concentradas nos últimos meses do ano.

Dividendos hoje

Confira os FIIs que distribuem dividendos nesta quarta-feira (15):

Ticker Rendimento Retorno mensal
BBFI11B  R$    27,08 1,30%
CXTL11  R$    14,85 3,58%
RBOP11  R$      8,25 1,62%
LPLP11  R$      7,79
SHPH11  R$      3,40 0,52%
CXTL11  R$      1,65 0,40%
WSEC11  R$      1,10 1,19%
CVBI11  R$      1,00 1,11%
ONEF11  R$      0,98 0,56%
VRTA11  R$      0,95 1,06%
RBVA11  R$      0,95 1,03%
CCME11  R$      0,85
HUSC11  R$      0,85
BCRI11  R$      0,80 0,84%
RVBI11  R$      0,75 1,07%
RCRB11  R$      0,74 0,64%
HCTR11  R$      0,70 0,90%
BLCA11  R$      0,58
RBFF11  R$      0,49 0,98%
DRIT11B  R$      0,45 0,52%
LPLP11  R$      0,44
CXCE11B  R$      0,41 1,03%
RBRS11  R$      0,40 0,75%
DLMT11  R$      0,01

Fonte: StatusInvest

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.