Fundos imobiliários caem forte e completam sétima sessão no campo negativo

O fundo Mogno (MGFF11) liderou a lista de maiores altas da sessão, com elevação de 1,65%

Wellington Carvalho

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O IFIX – índice que reúne os fundos mais negociados na B3 – fechou a sessão desta segunda-feira (14) com forte baixa de 0,56%, aos 2.704 pontos. Foi a sétima queda seguida do indicador. O fundo Mogno (MGFF11) liderou a lista das maiores altas do dia, com elevação de 1,65%. Confira os demais destaques do dia ao longo do Central de FIIs.

Acompanhando a tendência dos primeiros meses do ano, março tem sido de baixa para os fundos imobiliários. A queda, porém, é mais acentuada entre os cinco FIIs mais recomendados para compra no período.

Levantamento realizado pelo InfoMoney compila mensalmente os fundos mais recomendados por dez corretoras. Em março, os FIIs mais lembrados registram, em média, uma queda de 1,29%. No período, o Ifix tem queda de 0,79%.

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Dos cinco FIIs mais recomendados, três apresentam resultado negativo na primeira metade de março. O Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11) tem o melhor desempenho, com elevação de 0,29%. O BTG Pactual Logística (BTLG11) aparece na sequência, com alta de 0,26%. O mais recomendado há sete meses, o Bresco Logística (BRCO11), tem o pior desempenho, queda 2,96%.

Ticker  Fundo  Setor Número de recomendações Desempenho em março* (%)
KNCR11 Kinea Rendimentos Imobiliários Recebíveis 5 0,29
BTLG11 BTG Pactual Logística Logística 5 0,26
TRXF11 TRX Real Estate Renda Urbana 5 -0,54
HGRU11 CSHG Renda Urbana Renda Urbana 5 -2,80
BRCO11 Bresco Logística Logística 8 -2,96

(*) A rentabilidade leva em consideração o período até dia 11 de março de 2022 e o reinvestimento dos dividendos.

Fonte: Economatica e corretoras (Ativa Investimentos, BB Investimentos, BTG Pactual, Genial, Guide, Itaú BBA, Mirae Asset, Órama, Santander Corretora e Rico)

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Em um momento de aperto monetário, o Kinea Rendimento Imobiliário é apontado como boa opção para o investidor que busca proteção e até mesmo ganhar com a elevação dos juros.

“A recomendação desse FII se baseia no fato de ele ser um dos poucos com indexação ao CDI [certificado de depósito interbancário]”, aponta Isabella Suleiman, analista da Genial Investimentos. “Neste momento de consecutivos aumentos na Selic, o fundo tende a ser mais defensivo e melhorar seus dividendos”.

Já o BTG Pactual Logística, segundo melhor desempenho entre os mais recomendados para março, tem chamado atenção pelas recentes aquisições. O fundo também está entre as apostas dos analistas para 2022.

“Vemos o BTG Pactual Logística como o melhor nome para se estar posicionado, visto seu amplo leque de aquisições e valor reprimido em ativos do portfólio”, aponta Rodrigo Crespi, analista da Guide.

Maiores altas desta segunda-feira (14):

Ticker Nome Setor Variação (%)
MGFF11 MOGNO Títulos e Val. Mob. 1,65
BTAL11 BTG Pactual Agro Outros 1,01
LVBI11 VBI Logistico Logística 0,88
BCIA11 Bradesco Carteira Imobiliaria Títulos e Val. Mob. 0,78
VTLT11 Votorantim Logistica Logística 0,58

Maiores baixas desta segunda-feira (14):

Ticker Nome Setor Variação (%)
XPPR11 XP Properties Outros -4,18
BLMR11 Bluemacaw Renda+ FOF Títulos e Val. Mob. -2,93
KISU11 KILIMA Títulos e Val. Mob. -2,77
XPCM11 XP Corporate Macaé Lajes Corporativas -2,43
HGFF11 CSHG FoF Títulos e Val. Mob. -2,32

Fonte: B3

Novo formador de mercado do Kinea Renda Imobiliária e mudanças na oferta do FII Shopping Pátio Higienópolis

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

XP assume função de formador de mercado das cotas do Kinea Renda Imobiliária (KNRI11)

A Intrag Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, administradora do Kinea Renda Imobiliária, anunciou, na última sexta-feira (11), a contratação da XP Investimentos para exercer a função de formador de mercado das cotas do fundo na Bolsa.

Reconhecido e cadastrado pela B3, o formador de mercado tem como função estimular a liquidez de ativos negociados na Bolsa, mantendo de forma regular e contínua ofertas de compra e venda durante o pregão. Além de facilitar a negociação dos papéis, o formador de mercado também evita movimentos artificiais das cotações.

O contrato do Kinea Renda Imobiliária com o Banco Fator, que exerce a função de formador de mercado desde setembro de 2013, termina nesta terça-feira (15).

A prestação dos serviços pela XP terá início na quarta-feira (16) e os custos do contrato serão pagos pelo fundo.

Em média, a negociação das cotas do Kinea Renda Imobiliária movimenta R$ 3,5 milhões por dia na Bolsa. Atualmente, o maior volume entre os fundos imobiliários é o do Kinea Índices de Preços (KNIP11), quase R$ 12 milhões.

FII Shopping Pátio Higienópolis (SHPH11) anuncia mudanças na 8ª emissão de cotas

O FII Shopping Pátio Higienópolis alterou o período de exercício do direito de preferência da 8ª emissão de cotas do fundo, iniciado no dia 21 de fevereiro. O término do período, que estava previsto para 17 de março, mudou para o dia 3 de maio de 2022.

A mudança foi motivada pela decisão de um dos proprietários do complexo comercial de postergar a venda da participação que possui no empreendimento. A posição foi atribuída aos graves acontecimentos geopolíticos globais.

A nova oferta do FII Shopping Pátio Higienópolis tem como objetivo exatamente captar recursos para aumentar participação da carteira no shopping.

“Os recursos captados no âmbito da oferta das novas cotas serão destinados à realização de benfeitorias no Shopping Higienópolis e ao exercício do direito de preferência na aquisição das participações colocadas à venda por qualquer um dos coproprietários”, explicava fato relevante divulgado no mês passado.

De acordo com os gestores, o fundo planeja captar R$ 599,99 milhões, montante limite para a captação sem a necessidade de aprovação em Assembleia Geral de Cotistas.

Atualmente, o fundo tem 25% de participação no shopping Pátio Higienópolis, localizado em São Paulo (SP). O complexo de 34 mil metros quadrados abriga 300 lojas, seis salas de cinema, um teatro e mais de 1.500 vagas de estacionamento.

Dividendos de hoje

Confira quais são os 10 fundos imobiliários que distribuem rendimentos nesta segunda-feira (14):

Ticker Fundo Rendimento
RRCI11 RB Capital Recebíveis Imobiliários  R$  1,20
KNHY11 Kinea High Yield Cri  R$  1,10
[ativo=KNCA11] Kinea Crédito Agro Fiagroimobiliário  R$  1,09
KNIP11 Kinea Índice De Preços  R$  1,08
VCJR11 Vectis Juros Real  R$  1,08
VCJR13 Vectis Juros Real  R$  1,08
KNSC11 Kinea Securities  R$  1,00
KNCR11 Kinea Rendimentos Imobiliários  R$  0,83
HBRH11 Multi Renda Urbana  R$  0,79
PEMA11 Performa Real Estate  R$  0,36
KCRE13 Kinea Creditas  R$  0,25

Fonte: InfoMoney

Giro Imobiliário: Projeção para inflação volta a subir, os riscos dos fundos de hospitais e mais

Relatório Focus: projeção para a inflação sobe de 5,65% para 6,45%

A mediana das estimativas para o IPCA, o índice de inflação oficial do Brasil, avançou pela nona semana consecutiva no Relatório Focus, de 5,65% para 6,45%. A forte alta de 0,8 ponto percentual ocorre após a Petrobras reajustar a gasolina em mais de 18% e o diesel em quase 25% na sexta-feira (11).

Com isso, a projeção do mercado para a inflação deste ano está cada vez mais fora da meta do Banco Central, que é de 3,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual (ou seja: a meta será cumprida se o IPCA ficar entre 2% a 5%).

A pesquisa, coletada semanalmente pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, também aponta um aumento na expectativa para a Selic (taxa básica da economia brasileira), de 12,25% para 12,75%, e para a alta do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, de 0,42% para 0,49%.

Fundos imobiliários de hospitais são mau negócio? Caso de FII que terá dividendos afetados por ação de inquilino reacende debate; entenda

O recente caso do fundo imobiliário Hospital Nossa Senhora de Lourdes (NSLU11) – que perdeu uma ação revisional de aluguel e deve interromper a distribuição de dividendos – reacendeu uma velha discussão: investir em FIIs de hospitais é um mau negócio?

O fundo administrado pelo BTG Pactual foi intimado a pagar R$ 27 milhões para a locatária – a Rede D’Or, que ocupa o Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, no bairro do Jabaquara, zona sul de São Paulo (SP).

Este não é o único fundo imobiliário de hospital às voltas com inquilinos na Justiça. Na visão de alguns analistas, ações de revisão de valores e indexadores de contratos são mais comuns nesse segmento. Com um detalhe: via de regra, trata-se de FIIs que possuem apenas um ativo. Sem ter uma carteira diversificada para absorver eventuais perdas, tais fundos envolvem riscos adicionais.

Embora considere a demanda por saúde cada vez mais relevante e a construção de novas unidades necessária, Flávio Pires, analista de fundos imobiliários do Santander, vê na parte judicial um fator de risco entre os fundos imobiliários de hospital.

“Caso algum inquilino não consiga pagar aluguel e o fundo solicite a devolução do espaço, dificilmente um juiz decidirá a favor do fundo”, aponta.

O analista lembra que a eventual substituição do locatário também pode ser mais complicada em função das características do imóvel. Além disso, o perfil do espaço pode exigir do fundo uma atenção maior do que em outros segmentos.

O fundo Hospital Unimed Sul Capixaba, por exemplo, anunciou em janeiro uma redução de cerca de 33% nos dividendos que seriam distribuídos nos meses seguintes. O percentual equivale a aproximadamente R$ 0,20 por cota.

Vila Olímpia e Ipanema são os bairros mais caros em SP e no Rio, aponta índice

Vila Olímpia e Ipanema são os bairros mais caros para se alugar um apartamento em São Paulo e no Rio de Janeiro, apontam dados do QuintoAndar com base nos contratos assinados em fevereiro.

O preço médio do metro quadrado de locação ficou em R$ 61,40 na Vila Olímpia, na zona sul da capital paulista; e R$ 54,90 em Copacabana, na zona sul carioca.

Santo Amaro (R$ 54,50), Vila Nova Conceição (R$ 52), Real Parque (R$ 50,60) e Pinheiros (R$ 50,30) completam o top 5 paulistano (a média do metro quadrado na cidade está em R$ 38,36 atualmente).

  1. Vila Olímpia: R$ 61,40
  2. Santo Amaro: R$ 54,50
  3. Vila Nova Conceição: R$ 52
  4. Real Parque: R$ 50,60
  5. Pinheiros: R$ 50,30

No Rio, o ranking tem Leblon (R$ 53,10), Flamengo (R$ 40,90), Jardim Oceânico (R$ 39) e Botafogo (R$ 37). O preço médio do metro quadrado de locação na capital fluminense está em R$ 31,56.

  1. Copacabana: R$ 54,90
  2. Leblon: R$ 53,10
  3. Flamengo: R$ 40,90
  4. Jardim Oceânico: R$ 39
  5. Botafogo: R$ 37

Ainda de acordo com o estudo do QuintoAndar, preços dos aluguéis residenciais nas cidades de São Paulo e no Rio de Janeiro subiram muito acima da inflação no começo deste ano.

Em São Paulo, o preço do metro quadrado avançou 4,95% no primeiro bimestre, para R$ 38,36; no Rio, a alta foi de 2,1%, para R$ 31,56, — contra uma inflação de 1,56% no período.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.