Preço do aluguel sobe acima da inflação em SP e no Rio em 2022, aponta índice

Alta é impulsionada pela maior procura e por imóveis menores, segundo o QuintoAndar

Lucas Sampaio

(Divulgação)

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Os preços dos aluguéis residenciais nas cidades de São Paulo e no Rio de Janeiro subiram muito acima da inflação no começo deste ano, apontam dados do índice QuintoAndar de aluguel.

Em São Paulo, o preço do metro quadrado avançou 4,95% no primeiro bimestre, para R$ 38,36; no Rio, a alta foi de 2,1%, para R$ 31,56, — contra uma inflação de 1,56% no período.

Nas duas cidades, a alta acumulada entre janeiro e fevereiro é a maior para o período desde o início da série histórica do indicador, em junho de 2019.

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Além disso, em todos os anos desde que começou a ser calculado, o indicador ficou muito abaixo da inflação medida pelo IPCA, tanto no Rio quanto em São Paulo.

Em 2019 e em 2020, o preço médio dos aluguéis inclusive retraíram nas duas cidades. Veja:

 Ano São Paulo Rio IPCA
2019 (de jun. a dez.) -2,47% -8,19% 2,04%
2020 -5,44% -2,02% 4,52%
2021 3,16% 6,22% 10,06%

Apesar da alta, o preço médio do aluguel residencial em São Paulo ainda está 1,8% abaixo do registrado em março de 2020, no início da pandemia.

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A capital fluminense já se recuperou das perdas, e o preço médio do metro quadrado na cidade está 4,3% acima do registrado antes dos impactos do coronavírus na economia.

Imóveis menores puxam alta

A alta dos preços no início deste ano podem estar indicando o aquecimento do mercado imobiliário nas duas maiores capitais do país.

Segundo o QuintoAndar, entre os principais fatores para a alta estão a maior procura por aluguéis e também a busca por studios e imóveis de um dormitório (que têm um metro quadrado mais caro que os de dois quartos ou mais). Veja na tabela abaixo:

Valor do m² São Paulo Rio de Janeiro
1 quarto R$ 48,60 R$ 37,65
2 quartos R$ 32,47 R$ 25,93
3 quartos R$ 29,89 R$ 23,84
Média R$ 38,36 R$ 31,56

A empresa diz ainda que a alta dos preços é resultado da retomada da atividade econômica e da volta, em boa medida, ao trabalho presencial. E que o aumento na procura dos apartamentos menores beneficiou os bairros mais centrais das duas capitais (região com grande estoque desse tipo de imóvel).

Em São Paulo, regiões próximas ao centro expandido foram as que mais valorizaram no início deste ano. Os cinco bairros com maior valorização foram Butantã (16,6%), Saúde (16,6%), Higienópolis (13,3%), Mandaqui (12,1%) e Vila Olímpia (11,3%).

No Rio, os bairros que tiveram maior alta no preço médio dos aluguéis foram Ipanema (12,1%), Leblon (9,2%), Flamengo (8,1%), Grajaú (8,1%) e Centro (6%).

Preço anunciado x negociado

O QuintoAndar diz que, diferentemente de outros índices do mercado baseados somente no valor do anúncio, o seu índice de aluguel é pautado pelos valores dos contratos fechados.

“Isso significa que são consideradas as negociações entre locatário e inquilino, refletindo uma realidade mais assertiva e confiável do cenário residencial”, afirma a empresa.

Segundo índice de aluguel do QuintoAndar, a diferença entre o preço pedido e o fechado por inquilino e proprietário no contrato era de -10,92% em São Paulo e -11,15% no Rio no final do bimestre.

Atualmente, a empresa opera em mais de 50 cidades no Brasil e tem mais de 150 mil contratos e R$ 80 bilhões em ativos sob administração.

Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.