FIIs de logística e CRI são os preferidos para iniciar novo semestre; confira os mais recomendados

Bresco Logística (BRCO11) volta a ser líder isolado; CSHG Renda Urbana (HGRU11) perde uma indicação e cai para o segundo bloco

Márcio Anaya

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O índice de fundos imobiliários da Bolsa (Ifix) fechou junho em alta de 4,7%, aos 3.155 pontos, engatando o terceiro mês consecutivo de ganhos. Com isso, o indicador acumula valorização de 10% no primeiro semestre, ante 7,6% do Ibovespa.

Diante de um cenário mais favorável, sobretudo com o mercado apostando em corte dos juros a partir de agosto, as corretoras promoveram um número maior de mudanças nas carteiras recomendadas de fundos imobiliários (FIIs) para julho.

As trocas de produtos aumentaram 60% em relação ao mês passado – mas as escolhas ainda seguem bastante concentradas. Por isso, não houve alteração na lista dos FIIs mais citados pelos analistas.

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O Bresco Logística (BRCO11) permanece na liderança, desta vez de forma isolada, com sete apontamentos.

O CSHG Renda Urbana (HGRU11), que esteve ao lado do BRCO11 no topo do ranking nos últimos dois meses, perdeu uma indicação e agora compõe o bloco dos FIIs com seis recomendações.

Tal grupo conta ainda com o CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11), Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11) e BTG Pactual Logística (BTLG11).

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Confira as análises sobre cada FII:

Em relatório, o BTG Pactual comenta o ambiente mais positivo para o mercado de FIIs. “Entendemos que o cenário melhorou para a grande maioria dos segmentos, os quais vêm apresentando, na média, melhora dos indicadores operacionais, com queda de vacância.”

Segundo a instituição, diversos fundos aproveitaram para realizar a reciclagem de seus portfólios, com o objetivo de desalavancar suas estruturas e destravar valor aos cotistas por meio da distribuição de ganhos de capital.

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“Entendemos que esse movimento de vendas pode seguir ocorrendo ao longo do segundo semestre, especialmente pelo fato de alguns fundos apresentarem necessidade de caixa”, afirma o banco.

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Todos os meses, o InfoMoney traz os cinco fundos imobiliários mais indicados nas carteiras elaboradas por dez corretoras. Em caso de empate, são escolhidos aqueles com maior volume médio de negociação nos últimos 12 meses, com base em dados da plataforma de informações financeiras Economatica.

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Veja a seguir os produtos preferidos para julho, o número de apontamentos e a rentabilidade de cada papel em junho, no acumulado de 2023 e nos últimos 12 meses:

Ticker  Fundo Segmento Recomendações Retorno em junho (%) Retorno em 2023 (%)  Retorno em 12 meses (%)
BRCO11 Bresco Logística Logística 7 3,88 24,09 28,96
BTLG11 BTG Pactual Logística Logística 6 5,04 7,03 13,25
HGCR11 CSHG Recebíveis Imobiliários Recebíveis (CRI) 6 1,46 9,25 13,46
HGRU11 CSHG Renda Urbana Híbrido 6 6,36 14,11 22,65
KNCR11 Kinea Rendimentos Imobiliários Recebíveis (CRI) 6 3,88 6,18 10,01
Ifix Índice dos FIIs da B3 4,7  10 13,8

Fontes Economatica e corretoras (Ativa Investimentos, BB Investimentos, BTG Pactual, Genial, Guide, Itaú BBA, Mirae Asset, Órama, Santander e Rico). Obs.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos e a cotação do dia 30/06/2023.

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Bresco Logística (BRCO11)

O produto voltou a liderar de forma isolada a preferência dos especialistas, mantendo as sete recomendações vistas em junho.

Mais uma vez, o fundo divulgou novidades relevantes ao mercado. Uma delas foi o fechamento de um acordo com o Grupo Pão de Açúcar (GPA) para encerrar a disputa judicial referente à rescisão antecipada da locação do imóvel Bresco São Paulo.

Foi decidido que a varejista pagará ao BRCO11 um valor de R$ 12 milhões, com acréscimos bancários. Com isso, haverá uma distribuição extraordinária de rendimentos, de R$ 0,77 por cota, com pagamento previsto para este segundo semestre.

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Além disso, em razão do desempenho operacional e outros eventos, a gestora comunicou a “expectativa de estabelecer um novo patamar de distribuição de rendimentos mensal”, de R$ 0,87/cota, a partir da apuração dos resultados de junho.

Por fim, o Bresco renovou a locação de um centro de distribuição do GPA localizado na capital paulista (CD04, na Vila Jaguara). O aditivo contratual foi fechado por 60 meses, a partir de agosto, e o valor do aluguel aumentou 13,2%, para R$ 1,35 milhão.

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CSHG Renda Urbana (HGRU11)

O HGRU11 perdeu uma indicação frente ao mês passado, mas segue entre os destaques, com seis escolhas.

Em relatório, o Itaú BBA lembra que o fundo é o maior de renda urbana do mercado, com exposição híbrida em imóveis dos setores de varejo e educação.

“Com um portfólio diversificado e bem gerido, avaliamos que o fundo é um veículo interessante, visto que os imóveis estão preponderantemente localizados em São Paulo (67%) e são objetos de contratos atípicos (81%) de longo prazo, com vencimentos a partir de 2026”, afirma a instituição.

O banco lembra que, recentemente, o HGRU11 enviou propostas para adquirir a totalidade dos fundos Succespar Varejo (SPVJ11) e Mint Capital (MINT11), que serão avaliadas pelos cotistas dos respectivos produtos.

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CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11)

Assim como o HGRU11, o CSHG Recebíveis Imobiliários também possui seis apontamentos neste mês.

Em sua análise, a BB Investimentos afirma que o portfólio de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) do HGCR11 está concentrado nos segmentos de logística (39%), varejo (39%) e residencial (18%) – com boa diversificação, pois nenhum dos devedores responde por mais de 10% do total.

Segundo a corretora, o fundo detinha, no fim de maio, um volume de R$ 11,9 milhões (R$ 0,77 por cota) de resultados acumulados em semestres anteriores e ainda não distribuídos.

Além disso, registrava R$ 11,8 milhões (R$ 0,80/cota) que ainda não tinham virado “resultado caixa”, montante esse derivado principalmente de correção inflacionária de CRIs indexados ao IPCA.

“Para julho, o fundo já anunciou a manutenção do atual patamar de distribuição em R$ 1,20 por cota, o que representa um yield [retorno] anualizado de quase 14%”, diz a instituição.

“Em resumo, ainda que haja uma acomodação da inflação ao longo dos próximos meses, o fundo dispõe de reservas que permitem manter o atual patamar de distribuição no médio prazo.”

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Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11)

O produto segue presente em seis carteiras recomendadas.

Conforme o BTG, a escolha do KNCR11 se baseia nas seguintes características: grande representatividade no segmento de recebíveis (considerando um patrimônio investido de mais de R$ 5,5 bilhões), excelente liquidez e carteira de crédito formada com o chamado “viés de carrego”, ou seja, ativos que devem ser levados até o vencimento.

O banco cita ainda a capacidade de estruturação própria da gestora, permitindo a negociação de garantias adicionais e taxas mais atrativas.

Por fim, a instituição lembra que fundo tem alocação em pelo menos 50% das operações em carteira, o que lhe permite aprovar qualquer tema relevante aos créditos em assembleia de devedores.

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BTG Pactual Logística (BTLG11)

Novidade no mês passado, o BTLG11 sustentou as seis indicações e fecha o rol de destaques de julho.

Na avaliação da Órama Investimentos, o fundo vem realizando boas aquisições e tem conseguido, junto aos inquilinos, negociar taxas de retorno acima de 8% ao ano, em média.

“Para 2023, o time de gestão antecipou que os principais objetivos do fundo seguem na prospecção de novas oportunidades de ativos, reciclagem do portfólio e novas locações (vacância atual de 2%)”, afirma a instituição.

Em maio, o BTLG11 comunicou a assinatura de uma carta de intenções, não vinculante, com um investidor estratégico interessado em adquirir um terreno em São Bernardo do Campo (antiga fábrica da Ford). Até o fechamento desta reportagem, no entanto, não havia novidades sobre o negócio.

No fim do mês passado, porém, foram divulgadas as vendas de dois imóveis, o BTLG Dutra (Supermarket) e o BTLG Ambev Santa Luzia, localizados no Rio e em Minas Gerais, respectivamente.

O valor total da transação é de R$ 105 milhões, com o pagamento previsto em três parcelas. O lucro da venda pode alcançar até R$ 0,92 por cota, aproximadamente, segundo estimativa da gestora.

O que observar em julho

O IBGE divulga no dia 11 de julho a variação do IPCA (índice oficial de inflação do país) relativa a junho.

A prévia do indicador (IPCA-15) mostrou leve alta no período, de 0,04%, frente a um aumento de 0,51% em maio. No acumulado de 12 meses, o incremento é de 3,40%.

Em relação ao IGP-M, conhecido como a “inflação do aluguel”, houve queda de 1,93% em junho, superando o recuo de 1,84% visto no mês anterior. Em 12 meses, a oscilação negativa é de 6,86% – o que marca o menor valor da série histórica, iniciada em 1989.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) apresentou alta de 0,85% em junho, mais que o dobro do mês anterior, quando avançou 0,40%. A análise de 12 meses mostra variação positiva de 4,29%.

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Márcio Anaya

Jornalista colaborador do InfoMoney