Em dia de Copom, taxas de títulos do Tesouro Direto têm alta nesta quarta-feira

Corte de 0,25 p.p. na Selic é amplamente esperado pelo mercado; no exterior, foco recaiu sobre impacto da Covid-19 nos EUA e novo pacote de estímulos

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)

SÃO PAULO – Em dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, as taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto viraram para alta na tarde desta quarta-feira (5).

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Diante de uma economia ainda enfraquecida e uma inflação sustentada em níveis baixos, o mercado financeiro espera um corte de 0,25 ponto percentual da taxa Selic, para 2% ao ano, nesta tarde.

Das 34 estimativas compiladas pela Bloomberg, 30 analistas preveem este corte adicional da taxa básica de juros – em linha com o estimado pelo relatório Focus, do BC –, enquanto quatro afirmam que a autoridade monetária irá encerrar o ciclo de ajuste monetário com a Selic em 2,25%.

Na avaliação de gestoras de fundos de estratégia multimercado macro, consultadas pela equipe de fundos da XP, depois de oito cortes seguidos da taxa Selic, o Copom deve promover hoje a última redução dos juros no atual ciclo de estímulo monetário, com a Selic permanecendo na nova mínima histórica pelo menos até dezembro.

Em um cenário de inflação baixa e pressão fiscal, agentes do mercado financeiro têm monitorado mais de perto a possibilidade de modificações no teto de gastos, regra fiscal criada em 2016 para limitar a evolução das despesas públicas.

De acordo com levantamento divulgado pela XP, 44% dos investidores consultados esperam que a regra fiscal seja alterada de alguma maneira para permitir uma despesa adicional. Dois meses atrás, o grupo correspondia a 29% dos entrevistados.

Ainda na cena doméstica, destaque para notícia do jornal Folha de S.Paulo, de que o governo estuda reduzir a alíquota do Imposto de Renda da pessoa física de 27,5%, atualmente a maior na tabela da Receita, para uma faixa entre 23% e 25%.

Os investidores também monitoraram a temporada de resultados do segundo trimestre, com números hoje de empresas como Embraer, Gerdau, Klabin, Iguatemi e Alpargatas.

Mercado hoje

No Tesouro Direto, o título indexado à inflação com vencimento em 2035 pagava uma taxa anual de 3,42% nesta tarde, ante 3,40% a.a. na sessão anterior. O papel com juros semestrais e vencimento em 2055, por sua vez, oferecia um prêmio de 3,71% ao ano, frente 3,68% a.a. anteriormente.

Leia também:
Tesouro Direto: com alta generalizada de preços em julho, títulos públicos sobem até 8% em 2020

Entre os títulos prefixados, o papel com prazo em 2026 pagava uma taxa anual de 5,96%, ante 5,86% a.a. ontem, enquanto o juro pago pelo Tesouro Prefixado com juros semestrais e vencimento em 2031 avançava de 6,63% para 6,70% ao ano.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta quarta-feira (5):

Fonte: Tesouro Direto

Cena externa

No ambiente internacional, os investidores monitoraram dados de emprego nos Estados Unidos, que mostraram o forte impacto do coronavírus na economia americana.

De acordo com o Relatório de Emprego ADP, foram criadas 167 mil novas vagas de trabalho no setor privado do país em julho. O número veio bem abaixo da mediana das projeções compilada pela Bloomberg, que apontava para geração de 1,2 milhão de empregos no período.

Com o avanço da Covid-19 aumentando as preocupações de uma retomada ainda mais lenta da atividade econômica, os mercados seguiram atentos às novidades nas negociações entre republicanos e democratas no Congresso dos EUA, para um pacote de estímulos de US$ 1,2 trilhão visando minimizar os impactos da pandemia.

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