Fundos imobiliários fecham sessão em queda de 0,07%; dividendo do FII Nossa Senhora de Lourdes pode ser reduzido em 50%

O fundo convocou assembleia com cotistas para decidir como pagará dívida de R$ 27 milhões com a Rede D'or

Wellington Carvalho

Publicidade

O IFIX – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados da Bolsa – fechou a sessão desta quinta-feira (17) em leve queda de  0,07%, aos 2.708 pontos. Ontem, o indicador fechou em alta de 0,09%. Hoje, o fundo HSI Ativos Financeiros (HSAF11) liderou a lista de maiores altas da sessão, com elevação de 2,84%. Confira os demais destaques da sessão ao longo do Central de FIIs.

O FII Hospital Nossa Senhora de Lourdes (NSLU11) marcou para o dia 30 de março assembleia geral extraordinária (AGE) para discutir a quitação da dívida de R$ 27 milhões que o fundo tem com a locatária Rede D’Or.

O montante é resultado de uma ação iniciada em 2016 pelo inquilino, que pediu na Justiça a revisão no valor da locação do imóvel onde funciona o Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, no bairro do Jabaquara, zona sul de São Paulo (SP), que pertence ao fundo imobiliário.

Série exclusiva

Renda Extra Imobiliária

Descubra o passo a passo para viver de renda e receber seu primeiro aluguel na conta nas próximas semanas, sem precisar ter um imóvel

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

No relatório gerencial divulgado nesta quarta-feira (16), o fundo confirma a convocação da AGE e sugere aos cotistas duas alternativas para levantar recursos e quitar o débito: a emissão de novas cotas do FII ou a emissão de um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), por meio do qual anteciparia no mercado os valores dos aluguéis do atual contato de locação.

Na primeira opção, o aumento no número das cotas do fundo reduziria a distribuição de dividendos para R$ 1,34 por cota, 13% abaixo do último pagamento, feito no dia 8 de março, de R$ 1,54 por cota.

Na segunda opção, que prevê a antecipação dos aluguéis, o fundo “empacotaria” uma parcela dos valores que tem para receber – estimada em 45% da locação mensal, que é de R$ 1,88 milhão – em um CRI, depois vendido ao mercado. Neste cenário, a cessão dos direitos se estenderia até o final do contrato com a Rede D’Or, previsto para abril de 2025.

Continua depois da publicidade

Se aprovada a segunda opção, a distribuição de dividendos passaria a ser de R$ 0,77 por cota, de acordo com cálculos da gestão do FII Hospital Nossa Senhora de Lourdes. Seria uma redução de 50% nos pagamentos mensais feitos pela carteira.

Diante do impacto, os gestores sugerem a aprovação da primeira alternativa, a emissão de novas cotas.

Em 2016, a Rede D’Or entrou com ação no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ – SP) pedindo a revisão do valor da locação do imóvel onde funciona o hospital. O entendimento inicial, em 2019, fixou o aluguel em R$ 1,460 milhão, uma redução de 16,9% na comparação com o valor então vigente.

Continua depois da publicidade

Como o parecer era provisório, a Rede D’Or seguiu pagando o valor original do aluguel, previsto no contrato, ao longo do restante da tramitação do processo.

Na última quarta-feira (9), porém, o TJ – SP confirmou a decisão e determinou a devolução dos valores pagos a mais pela Rede D’Or. A restituição foi fixada em R$ 27 milhões. De lá para cá, a cota do FII Hospital Nossa Senhora de Lourdes acumula queda de mais de 26%.

Maiores altas desta quinta-feira (17):

Publicidade

Ticker Nome Setor Variação (%)
HSAF11  HSI Ativos Financeiros Títulos e Val. Mob. 2,84
TGAR11 TG Ativo Real Outros 2,21
RBFF11 Rio Bravo Ifix Títulos e Val. Mob. 1,98
RBRY11 FII RBR PCRI Títulos e Val. Mob. 1,87
RBRR11 RBR Rendimento High Grade Títulos e Val. Mob. 1,61

Maiores baixas desta quinta-feira (17):

Ticker Nome Setor Variação (%)
MGFF11 MOGNO Títulos e Val. Mob. -2,81
HSML11 HSI MALL Shoppings -2,35
BCIA11 Bradesco Carteira Imobiliaria Títulos e Val. Mob. -1,83
RCRB11 Rio Bravo Renda Corporativa Lajes Corporativas -1,46
VCJR11 Vectis Juros Real Títulos e Val. Mob. -1,44

Fonte: B3

Vacância do REC Renda aumenta e novas locações do FII Torre Almirante

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

Continua depois da publicidade

Vacância do REC Renda Imobiliária (RECT11) sobe para 15,63%

A Elo Participações formalizou rescisão parcial do contrato de locação que tem com o fundo REC Renda Imobiliária, confirma fato relevante divulgado nesta quarta-feira (16).

A empresa ocupa nove pavimentos do edifício Evolution Corporate, localizado em Alphaville, Barueri (SP). A companhia decidiu devolver uma área de 878 metros quadrados, equivalente a dois conjuntos do prédio.

Após a devolução, a taxa de vacância do fundo subiu para 15,63%, o que representa um aumento de 0,97%, de acordo com cálculos do REC Renda Imobiliária.

Publicidade

O portfólio do fundo é composto atualmente por 11 imóveis que, juntos, somam uma área bruta locável (ABL) de 90 mil metros quadrados.

FII Torre Almirante (ALMI11) fecha novas locações que aumentarão receita do fundo em até 15%

O FII Torre Almirante fechou dois novos contratos de locação e reduziu a vacância do fundo de 64% para 58,9%, aponta fato relevante divulgado pela carteira.

O portfólio do fundo é composto por 40% do edifício que leva o mesmo nome do FII, localizado na avenida Almirante Barroso, no Rio de Janeiro (RJ). O local possui 34 pavimentos de escritórios, cobertura, heliponto e garagem para 382 veículos.

O primeiro novo contrato de locação tem início em maio e prevê o aluguel de um espaço equivalente a 1.246 metros quadrados. A locação elevará a receita do fundo em aproximadamente 9,38%.

O segundo acordo, já em vigor, prevê a locação de uma área de 900 metros quadrados, que aumentará a receita da carteira em 5,99%. As novas locações têm prazo de cinco anos.

Dividendos de hoje

Confira quais são os dez fundos imobiliários que distribuem rendimentos nesta quinta-feira (17):

Ticker Fundo Rendimento
IRIM11 Iridium CRI  R$  1,89
IBCR11 CRI Brei  R$  1,50
IRDM11 Iridium Rec Imob  R$  1,22
HGIC11 HGI Créditos Imobiliários  R$  1,20
RBRY11 RBR High Yield  R$  1,15
RBRR11 RBR High Grade  R$  1,10
CXAG11 Caixa Agencias  R$  0,75
RBRF11 RBR Alpha  R$  0,60
MGFF11 Mogno  R$  0,55
IBFF11 Integral Brei FoF  R$  0,50

Fonte: InfoMoney

Giro Imobiliário: Selic deve passar de 13%, fundos que pagam acima da taxa básica e outros assuntos

Economistas já preveem Selic acima de 13% após Copom; redução de juros deve acontecer somente em 2023

A decisão foi unânime e não surpreendeu: o Banco Central elevou os juros básicos da economia em um 1 ponto percentual, de 10,75% para 11,75% ao ano, maior patamar desde abril de 2017. O que chamou a atenção, mais uma vez, foi o comunicado que acompanhou a decisão. No texto, o Comitê de Política Monetária (Copom) adotou um tom mais hawkish, preocupado com deterioração do cenário inflacionário global, em função da Guerra da Ucrânia, e até mesmo com uma piora da situação fiscal no Brasil.

Contudo, não dá para dizer que o Copom não cumpriu com que o havia sinalizado no comunicado da reunião anterior, em fevereiro. A autoridade monetária de fato reduziu o ritmo de alta de juros, que vinha sendo de 1,5 ponto percentual para 1 ponto. Porém, sinalizou que deve fazer um novo ajuste de mesma magnitude na próxima reunião. Economistas já começam a prever Selic acima de 13% este ano e acreditam cada vez menos na possibilidade dos juros serem reduzidos ainda em 2022.

“Entendo que, em fevereiro, o Copom enxergava que algo em torno de 12% seria suficiente pra segurar as expectativas de inflação dos próximos anos. Diante de todos os choques recentes, o BC imagina que será necessário levar os juros para um patamar mais elevado”, afirma Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Além da alta de 1 ponto em maio, a RB acredita que o Copom deve fazer uma alta final de meio ponto na reunião seguinte, levando a taxa a 13,25%.

Quatro fundos imobiliários com retornos que superam a taxa de juros e chegam a 15,5% ao ano

Em tempos de aperto monetário, investidores costumam questionar se ainda vale a pena investir em fundos imobiliários, diante de uma taxa básica de juros da economia nacional, a Selic, em dois dígitos. Embora a comparação não seja a melhor, segundo os analistas, alguns fundos têm superado com sobra o atual patamar do indicador.

O tema foi destaque da edição desta terça-feira (15) do Liga de FIIs, que teve apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, repórter do InfoMoney. No programa, que teve a participação especial do Professor Baroni, da Suno Research, os especialistas deram dicas de quatro bons fundos que pagam dividendos acima da taxa Selic.

Apesar de nova elevação da Selic, alguns fundos imobiliários têm apresentado retorno com dividendos acima dos atuais níveis da taxa de juros. No Liga de FIIs, foram citados quatro exemplos: XP Crédito Imobiliário (XPCI11), Kinea Securities (KNSC11), Capitânia Securities (CPTS11) e Valora Hedge Fund (VGHF11).

Ibracon: após polêmica sobre dividendos do Maxi Renda, balanços de fundos imobiliários devem incluir alerta sobre fatores de risco

Ainda aguardando uma decisão sobre o caso Maxi Renda (MXRF11) – que teve a distribuição de dividendos questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – os auditores independentes devem reforçar a ênfase nos fatores de risco dos fundos imobiliários que possam ser afetados por uma eventual mudança de entendimento sobre o tema.

O caso, que segue em análise pela CVM, sacudiu a indústria dos fundos imobiliários em janeiro, gerando dúvidas nos investidores, especialistas e até mesmo entre os auditores independentes, que atestam a conformidade das demonstrações financeiras de empresas e dos próprios FIIs.

Diante da polêmica e dos questionamentos surgidos entre os associados, o Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon) emitiu uma circular na semana passada, com esclarecimentos sobre o caso.

Sem o posicionamento final da CVM sobre a questão, o Ibracon entendeu que os auditores não teriam condição e habilitação para apontar erros nas demonstrações financeiras de outros fundos imobiliários. Mesmo assim, a entidade recomendou um alerta ainda maior nos documentos dos fundos que possam ser atingidos pela decisão da autarquia, caso o novo entendimento seja implementado.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.