“Data com”: confira as datas de corte para investir em ações em fevereiro e ganhar com dividendos

Na lista do mês há empresas como Romi, JHSF, Itaúsa e Itaú

Katherine Rivas

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Este conteúdo será atualizado ao longo do mês com novas empresas, conforme forem anunciados os seus proventos.

A partir desta segunda-feira (6), 14 empresas têm “data com” – ou datas de corte – programadas para fevereiro. O investidor que quiser garantir o recebimento de dividendos ou juros sobre capital próprio (JCP) anunciados por essas companhias deverá ter as ações em carteira até lá. A partir da “data-ex”, quem comprar os papéis não faz mais jus aos proventos.

Na lista de fevereiro, há empresas como Romi (ROMI3), JHSF (JHSF3), Itaúsa (ITSA4) e Itaú (ITUB4).

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Lembrando que os dividendos não sofrem tributação do Imposto de Renda. Já no caso dos JCP é descontada uma alíquota de 15% sobre o valor bruto pago pelas empresas.

Datas importantes para viver de renda

Quem investe em ações com o objetivo de obter renda passiva deve ficar atento a dois conceitos importantes: “data com” e  “data ex”.

A “data com” indica qual é o último dia que o investir tem para possuir uma ação e receber os proventos (dividendos ou JCP) anunciados, explica Sergio Biz, analista e sócio do GuiaInvest.

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Se compra e mantém os papéis em carteira até a “data com”, o investidor receberá os valores na data combinada. Se o acionista vende as ações antes da “data com” ou compra os papéis depois dela, não fará jus aos proventos anunciados na ocasião.

Já a “data ex” representa o momento em que o investidor deixa de ter direito aos proventos. Nesta data, o preço das ações sofre um reajuste descontando o valor dos proventos. Isso ocorre porque o dinheiro distribuído na forma de dividendos ou JCP sai do caixa da empresa.

Um erro muito comum entre investidores, que deve ser evitado, é comprar uma ação que vai pagar dividendos até “data com” e vendê-la na “data ex”, acreditando estar ganhando os dividendos de graça – na verdade, sairá no zero a zero.

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JHSF: desempenho sólido e dividendos intermediários

A incorporadora JHSF paga, no dia 27, a terceira parcela dos dividendos intermediários da companhia, de R$ 130 milhões. O montante é de R$ 0,048 por ação, somando R$ 32,5 milhões. Para receber o recurso, é preciso ter JHSF3 na carteira no dia 14.

Há ainda uma quarta parcela do mesmo valor que será paga em 27 de março, para os acionistas que tiverem os papéis em carteira no dia 16 de março.

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Após divulgar a sua prévia operacional, a percepção do mercado para JHSF é positiva. A XP apontou que o desempenho sólido se deve principalmente à aceleração das vendas contratadas no segmento de incorporação. Além disso, analistas dizem que o segmento de shoppings continuou com tendência positiva em 2022, apesar das eleições e da Copa do Mundo.

O Bradesco BBI também avalia os resultados operacionais como positivos e destaca o crescimento das vendas no quarto trimestre, impulsionados principalmente pelo sucesso do projeto Reserva Cidade Jardim, edifícios de apartamentos na cidade de São Paulo.

Itaúsa: uma alternativa para o longo prazo

A holding Itaúsa também tem “data com” programada para fevereiro: quem tiver as ações no dia 28, fará jus a um pagamento de R$ 0,023 por ação no dia 3 de abril. Embora analistas calculem que os dividendos serão modestos em 2023, a empresa ainda é considerada boa alternativa para quem pensa em renda passiva no longo prazo.

Cleide Rodrigues, analista-chefe da Money Wise Research, explica que para integrar uma carteira de renda no longo prazo, as empresas devem ser consistentes no pagamento de dividendos. “O dividend yield médio dos últimos cinco anos da Itaúsa é de 6,1%, um ponto a seu favor”, afirma.

Fora isso, a analista destaca que empresas reconhecidas como boas pagadoras costumam apresentar payout (parcela do lucro líquido destinada à distribuição de proventos) médio acima de 40%. “E o payout da Itaúsa desde 2018 é de 51%”, aponta.

No curto prazo, no entanto, há pontos de atenção. Biz, do GuiaInvest, explica que a Itaúsa reduziu os dividendos porque passa por uma fase de investimentos, aumentado posições em empresas geradoras de caixa. “Por esse motivo, acredito que ainda em 2023 a empresa não consiga distribuir dividendos relevantes. A venda das ações da XP deve ajudar a reestruturar a posição de caixa enquanto avalia a melhor forma de alocar capital”, comenta.

Enquanto as novas empresas do portfólio ganham força, a holding ainda segue dependente dos resultados do Itaú. Considerando o crescimento do lucro líquido do banco em 2022, não é exatamente uma má notícia, diz Biz. Para Cleide, porém, a dependência é um risco, dado que quase 85% da receita da holding vem do Itaú.

Biz também cita que investir em Itaúsa tem a vantagem de adquirir as empresas presentes no portfólio – Alpargatas, Dexco, Aegea, Copa Energia, NTS e CCR – com um desconto próximo a 25%. O analista projeta um dividend yield de 5,1% para ITSA4 em 2023. O preço-teto de compra sugerido é de R$ 9,50. Cleide, por sua vez, projeta uma taxa de 7%.

Confira abaixo a lista completa de “data com” de fevereiro:

Segunda-feira (6)

Romi (ROMI3)

Segunda-feira (13)

Klabin (KLBN11; KLBN3; KLBN4)

Banco Modal (MODL3)

Terça-feira (14)

BB Seguridade (BBSE3)

JHSF (JHSF3)

Quarta-feira (22)

Camil (CAML3)

Schulz (SHUL3; SHUL4)

Quinta-feira (23)

Banco do Brasil (BBAS3)

Banco do Brasil (BBAS3)

B3 (B3SA3)

Ultrapar (UGPA3)

Terça-feira (28)

Banco Banestes (BEES3BEES4)

Banco Itaú (ITUB3ITUB4)

Itaúsa (ITSA3ITSA4)

Vivo (VIVT3)

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Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.