Airbnb registra pedido de IPO nos Estados Unidos

A companhia já havia sinalizado em setembro de 2019 o desejo de se tornar uma empresa de capital aberto, mas a pandemia adiou os planos

Pablo Santana

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SÃO PAULO – O Airbnb, startup de aluguel de casa compartilhada, anunciou nesta quarta-feira (19) que entrou com um pedido de registro para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) junto à SEC, a comissão de valores mobiliários americana. A empresa não informou prazos, nem especificou a quantidade de ações que farão parte da oferta.

O IPO está sendo coordenado pelos bancos Morgan Stanley e com o Goldman Sachs, segundo informações divulgadas pela Bloomberg na semana passada.

O registro acontece em um período difícil para o Airbnb, que sofreu com os impactos da crise causada pela pandemia de coronavírus no turismo global. Em setembro do ano passado, a companhia tinha planos de realizar o IPO entre março e abril deste ano, mas os planos foram suspensos.

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Um relatório da Associação de Viagens dos Estados Unidos revela que o setor perdeu US$ 330 bilhões durante a pandemia. 

Nesse contexto, o Airbnb teve uma redução de 90% nas reservas ao redor do mundo e a empresa espera que a receita deste ano caia pela metade, na comparação com o resultado registrado em 2019.

Em maio, a startup demitiu 1.900 funcionários em todo o mundo – o equivalente a 25% da sua força de trabalho – e reduziu custos em áreas como transportes e marketing para se concentrar nos negócios de estadias de longo prazo e em ajudar seus anfitriões durante o período de crise.

Cerca de US$ 2 bilhões em financiamentos foram levantados nos últimos meses pela empresa, dinheiro que foi direcionado para equilibrar o caixa da companhia e ajudar nos projetos de expansão e apoio aos parceiros, como o fundo de US$ 250 milhões destinados a cobrir 25% da receita perdida com o cancelamento de aluguéis.

A startup foi avaliada em US$ 18 bilhões após sua última rodada de financiamento em abril – uma queda de quase 50% desde a última avaliação privada, de US$ 31 bilhões, em 2017. O valor também é 30% inferior aos US$ 26 bilhões da última avaliação interna feita pela companhia no final de março.

Mesmo com a forte queda nas reservas de forma geral durante a pandemia, no segundo trimestre o Airbnb registrou um crescimento das viagens de curto prazo, com início em até 30 dias, e em aluguéis de longo prazo. Pessoas que queriam sair dos grandes centros urbanos e profissionais de saúde na linha de frente do combate ao novo coronavírus buscaram a plataforma para realizar locações maiores.

“As reservas de curta temporada na plataforma estão se recuperando, pois são percebidas pelos hóspedes como uma maneira responsável e segura para viajar”, informou a empresa, que adotou novos protocolos de higienização em suas locações. Em julho, ela registrou mais de 1 milhão de reservas pela primeira vez desde março.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios