Vivo (VIVT3) deve fazer R$ 9 bilhões em investimentos este ano, mas quer continuar remunerando acionistas

Lucro da empresa do terceiro trimestre surpreendeu o mercado

Mitchel Diniz

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Na teleconferência sobre os resultados da Telefônica Brasil/ Vivo (VIVT3) no terceiro trimestre de 2022 (3T22), os executivos destacaram crescimento de dois dígitos em acessos, receitas e lucro operacional, que levou a uma melhora da rentabilidade global da empresa. O período foi descrito como “um momento operacional muito forte”, com medidas de eficiência que permitiram que os custos da companhia avançassem menos que a inflação.

A Vivo surpreendeu com seu último balanço trimestral. O lucro da operadora cresceu 9,3% no período, para R$ 1,436 bilhão, bem acima do consenso do mercado. Em linha com a maior rentabilidade e os R$ 6,5 bilhões de caixa livre gerados nos nove primeiros meses do ano, a empresa já determinou a distribuição de R$ 3,4 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.

“Continuamos totalmente empenhados em manter um nível saudável de remuneração para os nossos acionistas, ao mesmo tempo que nos esforçamos para criar valor e melhorar retornos”, afirmou Christian Gebara, CEO da Vivo, durante teleconferência com analistas.

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O executivo chamou atenção para mais um crescimento de dois dígitos nas receitas da empresa, com destaque para os serviços core da empresa que já representam mais de 90% das vendas da empresa, entre mobile e fibra.

“Estamos vendo sinais iniciais dos benefícios advindos da consolidação da telefonia móvel na forma de maior qualidade e melhor experiência do usuário, levando a maior consumo e melhor racionalidade de mercado”, disse Gebara.

Desconexões da Oi

A base móvel da Vivo cresceu 18,3% ano contra ano, para 97,3 milhões de assinantes. Na comparação com o segundo trimestre, contudo, houve uma redução de 1,9 milhão de linhas. “Isso porque houve 3 milhões de acessos provenientes da Oi (OIBR3;OIBR4) que foram desconectados em setembro, por serem considerados inativos de acordo nossos critérios”, explicou Gebara.

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O CEO informou que apesar dessas desconexões, a estimativa de R$ 5,4 bilhões em sinergias com a compra da Oi Móvel está mantida. Em coletiva de imprensa mais cedo, Gebara também informou que a companhia efetuou o depósito judicial de R$ 515 milhões em favor da Oi, e aguarda decisão da câmara arbitral. O valor diz respeito a divergências de valores da compra dos ativos da Oi Móvel.

A portabilidade da empresa segue aumentando, com a migração de clientes pré-pagos para ofertas híbridas e “mantendo taxas de churn [cancelamento] saudáveis”.

A empresa também abriu números do serviço financeiro Vivo Money, que atingiu R$ 160 milhões de créditos concedidos. “Temos planos muito ambiciosos para serviços financeiros e vamos continuar expandindo nosso portfólio e volume”.

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David Melcon, CFO da Vivo, explicou que a empresa continua transformando o mix de receitas, acelerando vendas de soluções e equipamentos digitais. São itens mais pesados em termos de custo, porém mais leves em termos de capex (investimento). Nos nove primeiros meses de 2022, a empresa investiu mais de R$ 7 bilhões em suas operações.

Melcon estima que o capex do ano fechado fique em R$ 9 bilhões e lembrou do investimento extraordinário de R$ 400 milhões para integrar os ativos da Oi à companhia. “Sabemos que estamos investindo nas tecnologias corretas que vão nos trazer mais receita no futuro”.

5G ainda limitado

Ainda que a Vivo esteja presente em todas as capitais brasileiras e 1.500 sites com o 5G, Gebara reconhece que a penetração da tecnologia no país ainda é limitada.

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“Considerando a base de clientes pós-pago, cerca de 8% a 10% já tem acesso a 5G. Embora a maioria dos celulares vendidos em nossas lojas tenha essa tecnologia, a penetração entre os usuários ainda está limitada”, disse o CEO. Gebara diz que o usuário do 5G consome em média 40% mais dados. “Temos os recursos e o espectro para responder à demanda”.

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“Quando fazemos 5G, substituímos alguns investimentos que fazíamos em 4G, mas no Brasil a presença do 4G é grande e assim permanecerá no curto prazo”, disse.

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a Telefônica Brasil/ Vivo informa que apenas 10% tem acesso ao 5G. A empresa deve continuar investindo em 4G no curto prazo, ainda que alguns investimentos nessa tecnologia estejam sendo direcionados para o 5G.

ICMS

O CEO da Vivo reforçou que a empresa está implementando a redução de imposto em todos os serviços em segmentos.

“E é positivo porque vai haver uma redução de preço nos nossos planos. Alguns clientes que queriam ter mais dados, podem fazer upgrade a preços semelhantes aos que pagavam no passado ou então incluir serviços digitais que antes não podiam ter”, disse Gebara.

“Estamos muito otimistas com a capacidade de aumentar nossa participação dos gastos do nosso clientes em serviços de telecomunicações”.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados