Produção da Petrobras (PETR4) reforça projeções de bom resultado no 1º tri e de anúncio de dividendo bilionário

Números não surpreenderam, mas vieram sólidos, com os analistas destacam maior eficiência da companhia e também maior fatia no pré-sal

Lara Rizério Mitchel Diniz

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A produção da Petrobras (PETR3;PETR4), divulgada na noite da véspera, não trouxe muitos novidades para o mercado. A estatal registrou uma produção total, em média de óleo, gás natural liquefeito (GNL) e gás natural no primeiro trimestre de 2022 (1T22), de cerca de 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), um aumento de 1,1% em relação ao mesmo período de 2021 e avanço de 3,4% sobre o 4º trimestre do ano passado.

Na produção de óleo e GNL, o pré-sal já representa 75% da produção, enquanto terras e águas rasas vêm perdendo espaço, representando apenas 4%, por conta dos desinvestimentos realizados pela companhia e do declínio natural destes campos.

Considerando a produção total (incluindo gás natural), a produção do pré-sal foi de 2,03 milhões de boed, representando 72% do total. A expectativa é que esse número fique próximo de 80% em 2026.

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Conforme lembra a Levante Ideias de Investimentos, o petróleo do pré-sal é de maior qualidade e possui um menor teor de enxofre, sendo menos poluente. O custo de extração da estatal também é muito baixo no pré-sal, tornando este um ativo único no mundo. “Portanto, vemos como acertada esta estratégia”, avalia.

A Levante e outras casas de análise destacam que os números de produção projetam um resultado do primeiro trimestre, a ser divulgado no próximo dia 5 de maio, bastante positivo.

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Dividendos

Após a divulgação dos dados de produção, o Credit Suisse divulgou prévia de resultados para a petroleira estatal, destacando que a empresa deve anunciar US$ 6 bilhões em dividendos com relação aos resultados do primeiro trimestre de 2021 (ou um dividend yield, relação entre o dividendo sobre o preço da ação, de 7%).

A estimativa do banco é feita com base no fluxo de caixa orgânico da companhia. No entanto, o Credit observa que a companhia registrou uma entrada de US$ 4 bilhões de fluxo inorgânico, referentes a desinvestimentos e compensações sobre a cessão onerosa de Atapu e Sepia. “Além disso, a empresa pode receber mais US$ 2,1 bilhões de um desinvestimento de 5% em Búzios”, assinalam os analistas.

Pra o Credit, ainda há espaço para distribuições de proventos maior que o indicado pela política de dividendos da companhia.

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Para o banco, o principal destaque positivo da prévia foi a redução das importações de gás natural líquido, o que tinha pesado negativamente nos resultados anteriores, do quarto trimestre de 2021. “Na nossa visão, os dados operacionais trazem uma leitura positiva sobre os resultados do primeiro trimestre de 2022, que vão ser divulgados no dia 5 de maio”, diz a análise do banco.

Para os três primeiros meses do ano, o banco prevê um lucro antes juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 15 bilhões, um aumento de 69% na comparação anual e de 35% em relação ao trimestre imediatamente anterior, já que a companhia teve a capacidade de praticar preços maiores, obtendo melhores margens de produção e reduzindo custos com importação de gás natural liquefeito.

O Credit Suisse mantém recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os ADRs (recibo de ações da companhia negociado no exterior) da Petrobras PBR (equivalente aos ordinários) e preço alvo de US$ 17, com potencial de alta de 27,7% comparado ao preço de fechamento do ativo ontem (27).

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Na mesma linha, o UBS BB espera também um anúncio de dividend yield de cerca de 7% na sequência dos resultados do primeiro trimestre.

Analistas enxergam o risco como fortemente enviesado para o lado positivo, com rendimentos de dividendos trimestrais esperados entre 5% até 8%. A visão do banco é baseada na continuação da independência da empresa na estratégia e política de preços, além da eficiência maior que a Petrobras alcançou nos últimos anos.

Para o banco, os resultados operacionais sustentam as previsões de fortes ganhos, impulsionando um rendimento de dividendos de 30% para 2022, que podem ficar acima de 40%, incluindo desinvestimentos e outros recebíveis em dinheiro.

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O UBS BB mantém recomendação de compra para a ação PN da Petrobras, com preço-alvo de R$ 44, um potencial de valorização de 46%.

O Morgan Stanley destaca que a Petrobras começou bem o ano, com uma produção sólida, ainda que esperada, no trimestre, suportada por um forte segmento exploração e produção com menor tempo de inatividade para manutenção e aumento de novas plataformas, bem como alta taxa de utilização de refino.

Contudo, avalia, com a proximidade do ciclo eleitoral no Brasil, o sentimento macro e as expectativas para a política energética do próximo governo importarão mais para o desempenho das ações do que os fundamentos atuais. Dessa forma, o Morgan Stanley permanece à margem da Petrobras, com avaliação equalweight (exposição em linha com a média do mercado) e preço-alvo de US$ 14 para o ADR PBR (equivalente aos ordinários) da estatal, um potencial de alta de 5,2% em relação ao fechamento da véspera.

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A Levante também ressalta que segue com a estratégia de exposição ao setor através de outras companhias que não estejam no centro da atenção de disputas políticas, que são de difícil quantificação dentro de modelos de avaliação de empresas.

Contudo, também reforça a convicção de que o resultado que será divulgado na próxima semana deve apresentar números positivos, com os investidores focando a atenção para a geração de caixa e a possibilidade de distribuição de dividendos complementares.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.