Elon Musk e criptomoedas: 7 vezes em que o CEO influenciou preços de ativos digitais

Para além de chefiar empresas de tecnologia de ponta, o bilionário ficou famoso por gostar de memes e criptomoedas sem propósito

Equipe InfoMoney

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Elon Musk virou assunto da semana após documentos da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos revelarem que ele possui mais de 9% de participação no Twitter. As ações da empresa fecharam em alta de 27% e operam em alta no pré-mercado hoje com a notícia de que o bilionário assumirá um assento na diretoria da empresa.

O impacto da novidade, no entanto, não ficou apenas nos papeis da rede social, e também foi sentido nas criptos: a Dogecoin (DOGE), meme coin “queridinha” do bilionário, subiu 10% ontem. Após recuo, a criptomoeda volta a subir nesta manhã e é negociada em alta de quase 5%.

O fenômeno não é novo e tem até nome. O “Efeito Elon” envolve a valorização repentina de uma criptomoeda em reação ao CEO da Tesla, e já foi usado como argumento para acusar Musk de manipular o mercado de ativos digitais.

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Em dezembro de 2020, Musk, provocou o primeiro salto de preço em uma criptomoeda por conta de um tweet. No dia 20 daquele mês, ele escreveu apenas “Doge” em uma postagem no Twitter e fez a Dogecoin disparar 40%.

O que parecia um episódio isolado se tornou uma tendência, e eventualmente transformou Musk, até então um guru apenas da tecnologia, também em um personagem do mundo dos criptoativos.

Antes de Musk, a Dogecoin valia US$ 0,004 e, nos primeiros dias de janeiro, já era negociada a US$ 0,014. Em 8 de maio, a moeda atingiu o topo histórico de US$ 0,73, em valorização de 182 vezes desde que os tweets começaram.

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Muitos atribuem a disparada – e, mais tarde, a derrocada – às declarações do executivo.

Mas, a Dogecoin não foi a única criptomoeda a ser influenciada por ele – o Bitcoin (BTC) e outras criptos desconhecidas também reagiram ou buscaram aproveitar a empolgação em torno do seu comportamento nas redes sociais.

Confira a seguir outras sete vezes em que Elon Musk influenciou o mercado de criptomoedas.

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1. Cachorro na revista

Após ter chamado a atenção tuitando apenas a palavra “Doge”, Musk pareceu ter se empolgado com a reação dos mercados e tentou a mesma fórmula mais uma vez, mas apelando para o visual.

No dia 28 de janeiro de 2021, ele publicou no Twitter uma montagem de um cachorro estampando a capa da revista Vogue – ou “Dogue”, como escreveu.

Foi o suficiente para a criptomoeda iniciar uma alta expressiva de 10 vezes em um dia – a alta ficou estampada para sempre no gráfico de preços do ativo.

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Preço da Dogecoin no dia 28 de janeiro de 2021 (Reprodução/Coingecko)

2. US$ 1,5 bilhão em Bitcoin

A alta da Dogecoin parecia apenas um ensaio do que viria em fevereiro. No dia 8 daquele mês, veio à tona um documento submetido junto à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) que confirmava a compra de US$ 1,5 bilhão em Bitcoin pela Tesla, segundo manda a norma para empresas de capital aberto no país.

A notícia causou o que ficou conhecido como “a vela Elon”, um marcador gráfico que mostra uma alta de 9% em uma hora – na época, de US$ 39.400 para quase US$ 43.000.

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Bitcoin subiu 9% em uma hora após anúncio de compra de US$ 1,5 bilhão em Bitcoin pela Tesla, em fevereiro de 2021 (Reprodução/TradingView)

3. Programa de TV

Cinco meses após provocar a disparada da Dogecoin, Elon Musk se viu do outro lado do jogo ao ser acusado de ser responsável por uma queda brusca da meme coin.

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O preço do Dogecoin caiu de US$ 0,49 para US$ 0,52 após a participação do CEO da Tesla e da SpaceX no programa de televisão americano Saturday Night Live no dia 8 de maio do ano passado.

A situação frustrou entusiastas da DOGE, que alimentavam a esperança de que a aparição de Musk na TV fizesse o preço da moeda atingir US$ 1 pela primeira vez.

No final das contas, a participação de Musk no evento marcou o fim da valorização da criptomoeda em 2021.

4. Crítica ao Bitcoin

Em semana movimentada, a derrocada da Dogecoin foi apenas o prenúncio do que viria a ser a maior prova de que Elon Musk poderia fazer também os preços caírem. No dia 12 de maio, o executivo voltou atrás da proposta de aceitar pagamentos em Bitcoin na Tesla.

Ele justificou a decisão citando preocupações ambientais com a mineração do ativo digital, que é conhecido por consumir muita energia. Na época, o episódio foi visto como um posicionamento do executivo para agradar acionistas e, sobretudo, o governo americano, de onde obtém subsídios para a fabricação de carros elétricos.

O preço do Bitcoin que havia sido impulsionado por Musk três meses antes dessa vez recuou 10%, mas a queda não parou por aí. Hoje, o CEO da Tesla é apontado como o principal responsável por dar início a um forte período de correção de preço do BTC, catalisado também pelo banimento da mineração na China.

5. Mergulhando na Dogecoin

Apesar da tentativa frustrada do programa de TV, Elon Musk provou que ainda tinha influência positiva sobre o preço da Dogecoin menos de uma semana depois do episódio.

Em meio às críticas da comunidade de criptomoedas que viu o preço do Bitcoin cair na véspera, Musk disse, no dia 13 de maio, que estava trabalhando junto com desenvolvedores para melhorar a criptomoeda.

O anúncio, porém, não veio acompanhado de detalhes sobre o projeto, e contou apenas com o tweet acima. Ainda assim, foi o bastante para investidores apostarem no ativo, que subiu 30% imediatamente após a publicação.

6. BabyDoge

Em julho de 2021, uma criptomoeda meme chamada Baby Doge explodiu nada menos que 726% após um tweet do CEO da Tesla com uma música:

Vendida por seus criadores como uma versão mais rápida e barata” da Dogecoin, a criptomoeda era negociada perto de zero antes do comentário. Em 24 horas horas, a valorização foi de 37% nas últimas e, em duas semanas, o valor do token favia subido sete vezes, segundo dados do agregador Coingecko.

7. Doge melhor que Bitcoin

“A Tesla fará alguns produtos compráveis com Doge e verá no que vai dar”, disse Elon Musk em dezembro de 2021, confirmando que a fabricante de carros elétricos passaria a aceitar a cripto na compra de produtos de merchandising, como camisetas e brindes.

Foi o suficiente para a meme coin disparar 33%, para US$ 0,21, em mais uma demonstração de força para influenciar mercados um dia depois de Musk ter sido eleito Pessoa do Ano pela revista Time.

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