Bitcoin volta a cair forte após China falar em reprimir mineração e negociação de criptomoedas

Autoridades chinesas disseram que uma regulamentação mais rígida é necessária para proteger o sistema financeiro do país

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após conseguir se recuperar parte das perdas da derrocada de quarta, o Bitcoin volta a cair forte no início da tarde desta sexta-feira (21) após o Conselho de Estado da China emitir uma nota sobre uma discussão para reprimir a mineração e negociação da criptomoeda no país.

Às 12h30 (horário de Brasília), o Bitcoin registrava queda de 9,8% no acumulado de 24 horas, cotado a US$ 37.706. A criptomoeda perdeu mais de US$ 4 mil de valor em cerca de meia hora após a notícia. Em reais, a moeda digital tem perdas de 8,8%, para R$ 202.343.

Em uma declaração do vice-premiê chinês Liu He e do Conselho de Estado, as autoridades disseram que uma regulamentação mais rígida é necessária para proteger o sistema financeiro. Essa foi a primeira vez que um alto órgão do governo discutiu o assunto.

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O comunicado, divulgado na noite de sexta-feira no horário da China, disse que é necessário “reprimir a mineração e a negociação de bitcoins e prevenir a transmissão de riscos individuais ao campo social”.

A notícia ocorre um dia depois que as autoridades americanas prometeram ser duras com aqueles que usam Bitcoin para realizar “atividades ilegais, incluindo a evasão de impostos”. O Departamento do Tesouro disse que vai exigir relatórios sobre as negociações de criptoativos acima de US$ 10 mil, assim como acontece com dinheiro.

Já a China demonstra ter uma preocupação com diversas outras questões. “É necessário manter o bom funcionamento dos mercados de ações, dívida e câmbio, reprimir severamente as atividades ilegais de títulos e punir severamente as atividades financeiras ilegais”, diz o comunicado.

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Para Safiri Félix, diretor de produtos e parcerias da Transfero, ainda é cedo para tirar conclusões sobre esse comunicado. Segundo ele, o governo chinês apontou uma diretriz, mas não informou quais serão as ações práticas que serão tomadas.

Apesar da nova queda nos preços, ele avalia que os fundamentos do Bitcoin ainda se mantém, com uma tendência positiva para o médio e longo prazo. “Os mais afetados tendem a ser os mineradores, que são um stakeholder importante, mas que não manda no mercado”, avalia ele ressaltando que a mudança de um data center de mineração é complexa, levando bastante tempo para desmontar e levar para outro local.

Safiri explica ainda que após a forte queda entre terça e quarta, houve uma redução no excesso de alavancagem que existia no mercado, o que deve levar a efeitos “menos drásticos” agora. Na mínima do dia atingida na quarta, o Bitcoin chegou a valer cerca de US$ 30 mil, uma queda de mais de 30% em menos de um dia.

A queda de quarta teve como um gatilho notícias de que a China teria proibido instituições financeiras e empresas de meios de pagamento de participar de quaisquer transações relacionadas a criptomoedas. E apesar de não ser uma novidade, acabou pesando em um cenário já negativo por conta de outros fatores, como a Tesla suspendendo o uso do Bitcoin para compra de seus veículos.

A derrocada foi impulsionadas ainda mais por conta de grandes posições alavancadas na moeda, causando um efeito cascata de ordens de stop loss (para limitar as perdas dos investidores), que resultaram em uma venda massiva de ativos.

Na última quarta, Safiri já havia recomendado ao investidor não fazer nenhum movimento com seus investimentos em criptos neste momento. “A minha recomendação para quem é iniciante é: desligue a tela, não opere. Deixe para os profissionais, espere as coisas se assentarem para depois você tomar uma posição relativa se você vai vender ou aumentar sua exposição. Hoje é aquele dia em que o melhor é não fazer nada”, afirmou ele na ocasião.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.