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SÃO PAULO – A bolsa brasileira se manteve ao longo de todo o pregão no positivo e acelerou seus ganhos durante a tarde, fechando com alta de 1,98%, aos 105.550 pontos, acompanhando os ganhos do exterior.
Dessa forma, o pregão desta segunda-feira (1º) confirmou a expectativa de ser de recuperação, após as perdas de 6,7% registradas em outubro. Assim, a perda acumulada ao longo de 2021 recuou para 10,87%.
“O dia começou repercutindo um pouco as baixas do mês passado, levando a um movimento de compras, pois a queda (em outubro) foi muito significativa. Com o Ibovespa barato, há um ajuste de carteiras”, diz Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimento.
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Segundo ele, houve um menor fluxo no pregão desta segunda-feira, por conta da pausa dos negócio no dia de amanhã (2), mas nada que mude o cenário de estresse pelo risco fiscal. O volume financeiro foi de 28,2 bilhões.
Dólar e juros
Entretanto, o dólar manteve com valorização, fechando com alta de 0,43%, cotado a R$ 5,670 na compra e a R$ 5,671 na venda.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2023 subiu 0,08 ponto porcentual, para 12,38%; o DI para janeiro de 2025 avançou 0,25 ponto porcentual, para 12,59%; e o DI para janeiro de 2027 aumentou 0,27 ponto porcentual, para 12,59%.
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Essas variáveis refletem as preocupações fiscais, em meio à incertezas em relação à votação da PEC dos precatórios.
A jornalista Andreia Sadi afirmou, citando informação obtidas com o presidente da Câmara, Arthur Lira, que a PEC dos Precatórios, na próxima quarta-feira (3), “ou passa ou fica”.
De acordo com ela, caso isso não aconteça, a expectativa de Lira é de que o governo parta para um “plano B”, que é estender o Auxilio Emergencial.
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“Esse não é o plano ideal do governo, que quer passar a PEC dos precatórios, mas já discute (um plano B) porque quer dar tempo até o final do ano para fazer esse pagamento do Auxilio Brasil, antes de começar 2022″, disse ela.
Mercado mais positivo: Petrobras e Vale no radar
Para Juan Espinhel, especialista em investimentos da Ivest, o mercado operou mais positivo pela alta no mercado exterior, assim como pela baixa adesão da greve dos caminhoneiros – o que poderia gerar ruídos na sessão.
Outro ponto de monitoramento, segundo ele, veio da Petrobras, cujas ações operaram com forte alta nesta segunda-feira, fechando os papéis (PETR3) com alta de 3,72% e os (PETR4), +2,75%.
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“Houve algumas declarações do presidente Bolsonaro de que a Petrobras seria um problema (no G-20), mas os rumores de privatização dificilmente devem se concretizar, já que mês que vem começa o recesso parlamentar. O que vai movimentar a empresa é a questão da política de preços”, disse.
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que soube “extraoficialmente” que um novo aumento dos combustíveis está sendo planejado pela Petrobras para daqui a 20 dias. Segundo ele, o assunto será prioridade em seu retorno ao Brasil nesta terça-feira (2).
“Esta semana vai ser um jogo pesado com a Petrobras, porque eu indico o presidente, quer dizer, tem que passar pelo conselho, não sou eu que indico, e tudo que de ruim acontece lá cai no meu colo. O que é bom não cai nada em meu colo”.
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O ideal, na visão do presidente, é tirar a estatal “das garras do Estado”, com a privatização da empresa. “Isso é o ideal, no meu entender, que deve acontecer. Agora, isso aí não é colocar na prateleira e vender amanhã. Esse processo vai durar mais de ano”, admitiu.
Enquanto isso, a Petrobras informou nesta segunda-feira que não antecipa decisões de reajustes de preços de combustíveis, em resposta direta a Bolsonaro.
“A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e das taxas de câmbio causadas por eventos conjunturais”, afirmou a petroleira.
Já sobre a Vale (VALE3), os papéis da mineradora, que registraram perdas no início do pregão, passaram a operar com alta e fecharam com alta de 0,99%, mesmo após dados mais fracos da produção industrial da China e redução do preço do minério.
Assim, os papéis da mineradora se recuperam após as perdas que se sucederam ao balanço divulgado na última quinta-feira, após o fechamento dos mercados.
Novas projeções macroeconômicas
Pela manhã, o Boletim Focus trouxe novas revisões para a taxa Selic, após a última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que acelerou o ritmo de alta dos juros.
Segundo o documento, as projeções para a Selic ao final de 2021 passaram de 8,75%, da semana passada, para 9,25%, nesta semana. Já para 2022, as projeções subiram de 9,50% para 10,25%. Já para 2023 as projeções subiram de 7% para 7,25%, enquanto para 2024, de 6,5% para 6,75%.
Para o PIB, as projeções recuaram de uma alta de 4,97% para 4,94% neste ano, enquanto para 2022 o recuo nas projeções de expansão foram de 1,40% para 1,20%. Para 2023, a expectativa se manteve em 2%.
Já as projeções do IPCA elevaram-se neste ano de 8,96% para 9,17%. Vale lembrar que há um mês as estimativas estavam em 8,51%. Para 2022, as projeções indicam avanço de 4,40% para 4,55%, enquanto a projeção para 2023 se manteve em 3,27%.
Greve dos caminhoneiros
Ajuda também no humor dos investidores a baixa adesão da greve dos caminhoneiros, o que poderia ser uma dor de cabeça a mais para o governo.
No entanto, a polícia chegar a usar bombas de efeito moral durante a madrugada para dispersar manifestantes perto do Porto de Santos. O acesso ao porto, no entanto, não chegou a ser bloqueado, após uma decisão liminar da Justiça que proibiu o bloqueio dos acessos ao porto.
Exterior misto
Lá fora, as bolsas americanas operaram de forma mista ao longo do dia, mas fecharam com alta: S&P, +0,16%; Dow Jones, +0,24% e Nasdaq, +0,29%.
Nos EUA, as expectativas ficam por conta da divulgação de resultados, de uma reunião importante do Federal Reserve na quarta-feira e do relatório de empregos relativo a outubro, na sexta.
A expectativa geral é de que o Fed anuncie após sua reunião de quarta que pretende reduzir o ritmo mensal de compras de títulos, atualmente em US$ 120 bilhões, encerrando o programa integralmente até meados de 2022.
Também há expectativa sobre potenciais comentários do Fed a respeito de inflação, que tem se tornado um tema globalmente. Espera-se que o relatório de empregos de sexta indique mais contratações, em meio às quedas de novos casos de Covid.
“Nos EUA, os investidores acompanham o possível início do processo de tapering. Tem ficado claro em discursos que a prioridade é a criação de vagas de empresa, que vem se elevando. E isso deve influenciar na decisão do tapering agora ou não”, disse Espinhel.
Ainda no radar a sequência da safra de balanços, que, até o momento, já teve cerca de metade das empresas componentes do S&P divulgando seus resultados trimestrais, com mais de 80% delas superando as estimativas de analistas de Wall Street ouvidos pela Refinitiv.
Empresas
Ações em alta
Entre os bancos, o destaque ficou com o Inter, com as units (BIDI11) disparando 19,18% e as preferenciais (BIDI4) saltando 18,4%.
Já as companhias aéreas subiram com Azul (AZUL4), +8,97%; e Gol (GOLL4), +8,37%; puxando junto CVC (CVCB3), +5,26%.
Outro destaque do dia fica por conta das varejistas. Via (VIIA3) subiu 8,13%; Lojas Americanas (LAME4), +5,59%, (LAME3), +6,29%; e Magazine Luiza (MGLU3), +5,53%.
Ações em baixa
As companhias exportadoras de alimentos puxavam as quedas do Ibovespa na abertura do pregão desta segunda-feira (1º), após liderarem as altas na sexta-feira (29).
No topo das perdas estiveram as ações da JBS (JBSS3), que recuaram 4,84%, as da Marfrig (MRFG3) caíram 4,00%, enquanto os papéis da BRF (BRFS3) cederam 0,56%.
Também se destacaram entre as quedas Klabin (KLBN11), -2,03%; Gerdau (GGBR4), -1,12%; Usiminas (USIM5), -1,13%; e Suzano (SUZB3), -0,65%.
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