Bitcoin e Ethereum sobem mesmo após falência da BlockFi; regulação cripto deve ser votada hoje na Câmara

Após recuar ontem na volta do feriado dos Estados Unidos acompanhando sessão negativa em Wall Street por conta dos protestos na China, o Bitcoin (BTC) retoma o patamar perdido e opera em alta de 1,6% na manhã desta terça-feira (29), a US$ 16.502. Já o Ethereum (ETH) salta 3,4%, a US$ 1.214, junto com a Binance Coin (BNB), que vai a US$ 304.

Entre as 100 maiores criptos por valor de mercado, os destaques são Huobi Token (HT) e Chainlink (LINK), ambos com ganhos de cerca de 9%, e Fantom (FTM), que sobe 13,3% em meio a novos rumores de que seu criador, Andre Cronje, pode estar de volta ao projeto após tê-lo abandonado no começo do ano.

A recuperação do mercado ocorre junto com um leve salto nos futuros das bolsas americanas, com a volta de investidores e a consequente maior liquidez no mercado. Além disso, as criptos sobem mesmo após a plataforma de crédito cripto BlockFi entrar em recuperação judicial nos EUA pelo contágio da FTX, em sinal de que a queda da empresa já poderia ser esperada pelo mercado, e por isso já estava precificada.

Apesar disso, especialistas seguem cautelosos com os próximos passos. “Precisamos ver se haverá mais contágio”, disse Marcelo Sampaio, cofundador e CEO da Hashdex, ao CoinDesk. “Sabemos que o macro também está desempenhando um papel nisso. A pressão vinda da China também está pressionando as criptomoedas, ou ativos de risco em geral. Temos muitos capítulos pela frente nas próximas semanas”.

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A Hashdex afirmou recentemente não ter qualquer exposição à FTX, com ativos custodiados pela BitGo, além de nunca ter comprado o token FTT da corretora de Sam Bankman-Fried.

Sampaio observou que os investidores institucionais focados no potencial de longo prazo dos criptoativos foram menos afetados pela recente crise do setor na comparação com empresas que negociaram e estão “desalocando” seus ativos.

“Sabemos que os mercados vêm e vão”, disse ele. “Eu diria ‘dê um tempo’. Está doendo agora, mas não achamos que esse será o cenário para sempre”.

No Brasil, empresas do setor cripto estão de olho em Brasília, na expectativa de que o Projeto de Lei 4401/2021, que busca criar um marco legal dos criptoativos, seja enfim votado na Câmara dos Deputados. O PL está na última fase de tramitação – se aprovado, seguirá para sanção presidencial.

O texto tem amplo consenso entre companhias do setor, apesar de ter deixado de lado o item da segregação patrimonial, apontado por especialistas como importante para evitar uma “nova FTX” no Brasil.

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BlockFi processa empresa de fundador da FTX

Após entrar em recuperação judicial nos EUA ontem, a BlockFi ingressou com uma ação contra a empresa Emergent Fidelity Technologies, fundada por Sam Bankman-Fried, da FTX, pedindo o repasse de ações da Robinhood (HOOD).

Segundo informações do Financial Times, documentos revelam que as ações foram prometidas pela FTX como garantia para um empréstimo obtido para a Alameda Research, também fundada por de Bankman-Fried.

A BlockFi e a Fidelity teriam afirmado um acordo no dia 9 de novembro para garantir o pagamento de um mutuário não identificado, prometendo uma ação ordinária não identificada como garantia. O FT, citando correspondências legais às quais teve acesso, informou que o mutuário era a Alameda Research,.

Sintético de Bitcoin wBTC perde indexação

O contágio do mercado devido ao rápido colapso da exchange de criptomoedas FTX se espalhou para um ativo digital importante: o Wrapped Bitcoin, um token sintético do Bitcoin.

De acordo com um novo relatório da empresa de análise cripto Kaiko, o wBTC, que roda na rede Ethereum, tem sido negociado com desconto em relação ao preço do Bitcoin desde que a FTX de entrou com pedido de proteção contra falência em 11 de novembro.

Segundo a Kaiko, o desconto no wBTC caiu para apenas 1,5% na sexta-feira, após a Bitgo, custodiante do wBTC, acalmar investidores dizendo que o wBTC tem lastro verificável em blockchain, afatsando rumores de que o ativo teria sofrido pelo fato de que a FTX era uma de suas principais comerciantes.

Bitso atinge 1.500 clientes institucionais

A exchange mexicana Bitso, que operações no Brasil, atingiu 1.500 clientes na base de produtos voltados para o público corporativo, afirmou a empresa em nota na segunda-feira (28).

A companhia também disse que a quantidade de clientes que transacionam pelo menos uma vez por mês aumentou em 73% no ano, representando um crescimento de três vezes no volume no período.

Entre os serviços institucionais oferecidos pela Bitso estão cash management, API de pagamentos, serviços de custódia e pricing desk, além de pagamentos transfronteiriços, cripto como serviço e pagamentos em cripto.

Mynt libera depósitos e saques de criptomoedas

A plataforma cripto Mynt, liberou nesta terça-feira (29) a funcionalidade de depósitos e saques de criptomoedas – até então, era só possível comprar ativos e mantê-los na conta.

Clientes poderão efetuar transações com Bitcoin, Ethereum, Solana (SOL), Polkadot (DOT) e Cardano (ADA).