Bitcoin sobe 30% desde quebra do SVB e passa de US$ 26 mil pela primeira vez desde junho

Investidores se adiantam à decisão sobre ajuste nos juros da semana que vem e apostam em uma possível manutenção dos juros nos EUA

Paulo Barros

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O Bitcoin (BTC) subiu acima de US$ 26 mil pela primeira vez desde junho do ano passado, em meio ao crescente otimismo de que o setor de ativos digitais resistirá à recente turbulência no sistema financeiro dos EUA.
A criptomoeda sobe pelo quarto dia seguido, avançando até 9,4%, para US$ 26.510.

Os ganhos da moeda digital já atingem os 17% nesta semana, segundo dados do TradingView, e alcançam cerca de 30% desde que o Silicon Valley Bank faliu na sexta-feira (10). Dados do site de dados de negociação de derivativos Coinglass mostram que cerca de US$ 230 milhões em posições vendidas de criptomoedas foram liquidadas nas últimas 24 horas.

“Enquanto nuvens negras pairam sobre o Vale do Silício, o Bitcoin está subindo”, disse Fiona Cincotta, analista sênior de mercados financeiros do City Index, à Bloomberg. “A criptomoeda está ampliando sua recuperação impressionante, enquanto os bancos tradicionais lutam para manter a confiança dos clientes”.

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Demais ativos digitais também operam no verde, com Ethereum (ETH) a US$ 1.769, em alta de 5,6% em relação à tarde de ontem, e tokens como ImmutableX (IMX), Stacks (STX) e Filecoin (FIL) avançando entre 15% e 22% no período. O destaque, no entanto, segue com a chinesa Conflux (CFX), que soma 36% ao preço de 24 horas atrás – em uma semana, a alta da moeda passa de 60%.

As criptos ganharam mais força após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, que ficou dentro do esperado pelo consenso Refinitiv, em alta de 0,4% em fevereiro na comparação com janeiro, segundo dados com ajuste sazonal divulgados nesta terça-feira (14) pelo Departamento do Trabalho americano.

A inflação para o consumidor atingiu 6,0% no acumulado em 12 meses, também dentro das expectativas de analistas.

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Investidores já se adiantam na precificação de um ajuste mais tímido de juros na próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), na próxima semana, como meio de estancar a crise de liquidez pela qual passam bancos regionais americanos após a queda de Silvergate, Silicon Valley Bank (SVB) e Signature nos últimos dias.

“É um problema 100% iniciado com o aumento das taxas de juros no ano passado. Os bancos ficam com mais dificuldades de pagar os depositários”, comentou João Zecchin, sócio e cofundador da Fuse Capital, durante participação no Cripto+, programa semanal do InfoMoney sobre o universo dos criptoativos (assista à íntegra no player acima).

“Foi um problema de liquidez, de descasamento de fluxo, e não de solvência. O governo americano consegue resolver. É [a tese para a alta das criptos] que eu acho mais provável”, pontuou.

Garry Schlossberg, economista sênio do Wells Fargo, afirmou à Bloomberg que o sell off de ações dos bancos regionais “com certeza cria um desafio para uma ação mais agressiva do Fed.

Um indicativo da expectativa de aumento menor, manutenção ou até corte de taxas está nos Treasuries americanos, cujo preço despencou diante da crise bancária. Além disso, swaps que tomam como referência as decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sobre a política monetária levaram para quase 50% as chances de manutenção dos juros na próxima semana.

Até o final do ano, especuladores já chegam a apostar suas fichas de que o Fed pode reduzir os juros em quase um ponto percentual. Agentes de mercado, portanto, já tentam se posicionar esperando esse cenário se concretizar.

Se o otimismo em torno do setor cripto continuar, o BTC teria capacidade de se consolidar acima dos US$ 25 mil e buscar níveis mais altos.

“Em situações normais do mercado, acredito que a gente poderia voltar para próximo da região de US$ 28 mil”, avaliou o analista de criptomoedas Fernando Pereira, da corretora Bitget, também em participação no Cripto+.

Por volta das 13h05, o mercado esfriava, mas o Bitcoin seguia rondando o nível de US$ 26 mil.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 13h05:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 25.946 +7,20%
Ethereum (ETH) US$ 1.769 +5,60%
BNB Chain (BNB) US$ 317 +2,40%
XRP (XRP) US$ 0,384741 +1,90%
Cardano (ADA) US$ 0,365027 +4,30%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Conflux (CFX) US$ 0,319296 +36,00%
ImmutableX (IMX) US$ 1,21 +22,70%
Stacks (STX) US$ 0,971722 +20,50%
Filecoin (FIL) US$ 7,40 +15,60%
Fetch.ai (FET) US$ 0,449262 +15,20%

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Maker (MKR) US$ 898,87 -3,70%
Pax Gold ([ativo=PAXG]) US$ 1.907,76 -3,00%
Leo Token (LEO) US$ 3,31 -2,60%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 21,57 +17,86%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 29,85 +22,58%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 24,20 +13,82%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 20,00 +1,83%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 14,50 +8,61%
Hasdex Crypto Metaverse (META11) R$ 35,66 -1,70%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 7,35 +15,56%
QR Ether (QETH11) R$ 5,77 +12,03%
QR DeFi (QDFI11) R$ 3,59 +6,84%
Cripto20 EMPCI (CRPT11) R$ 6,00 +17,87%
Investo NFTSCI (NFTS11) R$ 19,52 +3,99%
Investo BLOKCI (BLOK11) R$ 93,94 +8,46%

(Com informações da Bloomberg)

Paulo Barros

Editor de Investimentos