CEO e CFO do IRB renunciam após Berkshire negar compra de ações; empresa anuncia presidente interino

IRB fará uma teleconferência com Werner Suffert, novo vice-presidente Executivo, Financeiro e de RI, além de CEO interino

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O IRB Brasil (IRBR3) anunciou na noite da última quarta-feira (4) que Werner Suffert é o novo vice-presidente Executivo, Financeiro e de Relações com Investidores da companhia. O executivo, que ocupou o posto de CFO e diretor de Relações com Investidores da BB Seguridade (BBSE3) pelos últimos seis anos, também assume a posição de CEO interinamente, até a nomeação de um profissional para a função.

Suffert foi eleito pelo Conselho de Administração da companhia após as saídas de José Carlos Cardoso, presidente, e Fernando Passos, até então vice-presidente Executivo, Financeiro e de Relações com Investidores, ocorridas nesta quarta. Ambos apresentaram suas cartas-renúncia, que foram aceitas pelo Conselho de Administração da companhia.

“Werner é um profissional extremamente qualificado, reconhecido e reputado pela sua trajetória, que será fundamental para a boa relação do IRB Brasil com os acionistas e mercados em geral”, disse Pedro Guimarães, presidente interino do Conselho de Administração do IRB em comunicado ao mercado.

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Suffert era membro do conselho de administração do IRB e pediu renúncia em 27 de fevereiro. O IRB fará uma teleconferência com Suffert às 9h (horário de Brasília) da próxima quinta-feira, com a participação de Pedro Guimarães.

As ações do IRB chegaram a registrar forte baixa de mais de 40% apenas no pregão desta quarta. Na mínima do dia, caíram 41,75%, a R$ 16,31, representando uma perda de R$ 10,9 bilhões de valor de mercado; a ação fechou em baixa de 31,96%, a R$ 19,05. Assim, a perda de valor de mercado foi menor, de R$ 8,37 bilhões.

A perda refletiu o imbróglio que envolve a Berkshire Hathaway, veículo de investimentos do lendário megainvestidor Warren Buffett.

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Na noite da última terça-feira (3), a Berkshire emitiu comunicado negando possuir qualquer participação acionária na resseguradora. De acordo com a nota, a companhia de Buffett nunca foi acionista e nem tem intenção de comprar ações do IRB.

A nota foi enviada após uma notícia do dia 27 de fevereiro, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que a Berkshire, que já seria acionista do IRB, teria triplicado sua posição na resseguradora.

Repercutindo a reportagem, naquela sessão, os papéis do IRB chegaram a disparar 9%, encerrando o pregão com ganhos de 6,66%.

A notícia foi bem recebida pelo mercado uma vez que a entrada de um veículo de investimento tradicional como a Berkshire na companhia poderia dar um sinal de confiança no case.

Isso seria particularmente importante após a forte queda das ações depois do caso Squadra, que tinha feito, até então, os papéis caírem quase 30% no mês de fevereiro. A alta daquela sessão, porém, não evitou a forte queda de 25,83% dos ativos no mês passado.

Em seu comunicado, contudo, a Berkshire foi categórica ao afirmar que não tem a intenção de investir na empresa: “Foram publicadas recentemente matérias na imprensa brasileira de que a Berkshire Hathaway é uma acionista do IBR Brasil Re. Essas matérias são incorretas. A Berkshire Hathaway não é acionista do IRB atualmente, nunca foi acionista do IRB e não tem a intenção de se tornar um acionista do IRB”.

Logo após a Berkshire publicar sua nota, o IRB enviou um comunicado em que afirma que verificou, em 27 de fevereiro, que a empresa de Buffett não era acionista detentora de mais de 5%, quando é necessária, pela lei, dar publicidade; a companhia apontou ainda que “nunca afirmou que tal grupo fosse seu acionista”.

Essa foi a grande questão que mexeu no mercado. Afinal, no dia anterior, o IRB havia realizado uma conferência com analistas de mercado, com a participação de José Carlos Cardoso e Fernando Passos, na qual eles teriam afirmado que o grupo de Buffett teria, sim, participação na companhia.

A confusão fez com que casas de análise como o BofA colocassem a sua recomendação em revisão e o Citi a cortasse de compra para neutra.

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