Bolsas mundiais caem com tensões entre Rússia-Ucrânia; minério em baixa e mais assuntos que vão movimentar o mercado hoje

Sinais de aumento no ritmo de alta de juros pelo Fed também estão no radar; por aqui, o noticiário corporativo tem dados do BB após o fechamento

Equipe InfoMoney

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Os principais mercados de ações globais operam em baixa nesta segunda-feira (14) em meio a crescentes preocupações com a Ucrânia e à espera da ata do Federal Open Market Committee (Fomc), após os dados de inflação dos EUA aumentarem as apostas de um aperto monetário mais intenso a partir da próxima reunião do Fed em março.

A inflação americana veio acima das expectativas. Foi a 7,5% nos 12 meses encerrados em janeiro, renovando o maior patamar em 40 anos. A notícia alimentou a especulação de que o Fed aumentará as taxas em 50 pontos-base em março, o que se refletiu nos mercados, já que as expectativas do aperto da política monetária tendem a reduzir o apetite dos investidores por ativos de risco.

Em meio às apostas de um aperto monetário mais contundente, Jerome Powell fala amanhã, antes da ata do Fomc e das vendas no varejo americano, tendo como pano de fundo a ameaça de uma guerra com a possível invasão da Ucrânia pela Rússia.

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Líderes ocidentais ameaçaram sanções severas contra a Rússia no caso de qualquer incursão na Ucrânia, enquanto os líderes continuam buscando soluções diplomáticas. O Kremlin negou qualquer intenção de invadir seu vizinho, acusando Washington de alimentar “histeria”.

Por aqui, a agenda de indicadores domésticos é fraca, mas com balanços importantes, como do Banco do Brasil hoje (14), após o fechamento dos mercados.

No campo político, o Senado deve votar na terça-feira (15) dois projetos que visam reduzir os preços dos combustíveis, um deles envolvendo a criação de uma conta de compensação com dividendos da Petrobras, e no exterior. 

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1. Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA recuam na manhã de segunda-feira, com os investidores continuando a monitorar as tensões em desenvolvimento entre a Ucrânia e a Rússia e os possíveis aumentos das taxas de juros pelo Fed.

Os movimentos seguem uma semana difícil para as ações, que foram pressionadas por um relatório de inflação mais alto do que o esperado e temores de um ataque russo à Ucrânia.

Um telefonema no fim de semana entre o presidente dos EUA, Joe Biden , e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no qual Biden tentou dissuadir Putin de atacar a Ucrânia, não conseguiu um avanço.

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Veja o desempenho dos mercados futuros:

Leia também: Biden alerta Putin sobre possibilidade de “ação decisiva” e “custos severos” se Rússia avançar sobre Ucrânia

Ásia

Os principais mercados asiáticos também recuaram na segunda-feira, com o Japão liderando as perdas, já que os investidores avaliaram as tensões na Ucrânia e o agravamento da situação do Covid-19 em Hong Kong.

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Europa

Os mercados europeus recuam acentuadamente nesta segunda-feira, com os investidores continuando a acompanhar as tensões na Ucrânia e comentários de autoridades do Federal Reserve dos EUA sobre as perspectivas das taxas de juros.

Vários países pediram seus cidadãos para deixar a Ucrânia em meio a temores de uma iminente invasão russa, com o conselheiro de segurança nacional do presidente dos EUA, Joe Biden, Jake Sullivan , alertando no domingo que o Kremlin acelerou seu extraordinário acúmulo militar ao longo da fronteira do país nos últimos 10 dias.

Commodities

Os preços do petróleo atingiram nesta segunda-feira seu maior nível em mais de sete anos por temores de que uma possível invasão da Ucrânia pela Rússia possa desencadear sanções dos EUA e da Europa que interromperiam as exportações do maior produtor mundial em um mercado já apertado, mas agora operam em leve queda.

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O minério, por sua vez, tem um dia novamente de queda expressiva, com o futuro de Dalian em baixa de mais de 6%, com traders preocupados com os alertas dos reguladores do país contra recentes movimentos de preços. Além dos avisos, a Dalian Commodity Exchange da China anunciou um aumento na taxa de transação para os contratos futuros de minério de ferro para entregas de fevereiro a maio, em um aparente movimento para esfriar o rali.

O planejador estatal da China, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), disse na sexta-feira que equipes serão enviadas para a bolsa de commodities e os principais portos para examinar os estoques de minério de ferro e a negociação nos mercados à vista e futuros.

Bitcoin

2. Agenda

Em uma semana vazia de indicadores econômicos no Brasil, o foco se volta para o exterior. Na quarta-feira (16), o Federal Reserve (Fed) vai divulgar a ata da última reunião de seu Comitê de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), que decidiu, por enquanto, pela manutenção dos juros historicamente baixos no país.

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O documento poderá trazer novas indicações sobre os próximos passos do ciclo de alta de juros nos EUA, previsto para ter início no mês que vem. A cada ata do Fomc, o tom do Federal Reserve tem sido mais hawkish e mexido com os mercados.

Com isso, aumentaram as expectativas para a subida de juros. Agora, alguns analistas já começam a ventilar 0,5 ponto porcentual na reunião de março. E, depois, mais cinco ou sete altas sequenciais.

Brasil

8h25: Banco Central divulga Boletim Focus, com a expectativa de analistas sobre indicadores como inflação, juros e PIB

Confira as projeções do Boletim Focus desta segunda-feira para a economia brasileira:

*IPCA de 2022: projeção passou de 5,44% na semana passada para 5,50%
*IPCA de 2023: expectativa se manteve com avanço de 3,50%

*PIB de 2022: projeção se manteve em alta de 0,30%
*PIB de 2023: projeção de alta de 1,53% para 1,5%

*Selic para 2022: de projeção de 11,75% para 12,25%
*Selic para 2023: manutenção em 8,00%

*Câmbio para 2022: de R$ 5,60 por dólar na semana passada para R$ 5,58
*Câmbio para 2023: de R$ 5,50 por dólar para R$ 5,45

15h: Balança comercial semanal

EUA

10h30: Presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, concede entrevista à CNBC

Europa

13h15 – discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, no Parlamento do bloco

Japão

20h50: Variação do PIB trimestral e anual.

3. Covid

Brasil registrou 314 mortes e 54.220 novos casos de Covid em 24h, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa, às 20h. 

A média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 880, elevação de 56% em comparação com o patamar de 14 dias antes.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 135.205, o que representa queda de 28% em relação ao patamar de 14 dias antes. 

Chegou a 152.516.096 de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid no Brasil, o equivalente a 70,99% da população.

O número de pessoas que tomaram ao menos a primeira dose de vacinas atingiu 169.180.966 pessoas, o que representa 78,75% da população.

A dose de reforço foi aplicada em 55.970.747 pessoas, ou 26,05% da população.

4. Senado segue focado em alternativas para conter altas dos combustíveis

A agenda do Senado Federal segue focada na discussão de propostas para conter o aumento dos preços dos combustíveis. Os parlamentares se mobilizaram para a votação de dois textos importantes. Hoje (14), está prevista reunião de líderes para que o relator Jean Prates (PT) apresente suas ideias. O encontro definirá se as medidas terão apoio necessário para aprovação na terça.

Bolsonaro diz que trabalha com Petrobras para reduzir preço dos combustíveis

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou no sábado que trabalha junto à Petrobras para reduzir o valor dos combustíveis “de forma legal”. Ainda assim, o chefe do Executivo voltou a negar que vá interferir na política de preços da estatal.

“Estamos tentando sim, de forma legal, junto ao presidente da Petrobras, os diretores, presidentes dos conselhos, ver o que se pode fazer para produzir petróleo, diesel e gasolina em especial, o mais barato possível na ponta da linha”, declarou o presidente em entrevista ao ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PROS) na Rádio Tupi.

O salto no preço dos combustíveis tem impactado a inflação e, consequentemente, a popularidade do governo em ano eleitoral. Bolsonaro costuma criticar a política de preços da Petrobras, que atrela o reajuste dos combustíveis à cotação do petróleo no mercado internacional.

Equipe econômica quer atrelar redução do IPI a corte no tributo da gasolina

O Ministério da Economia quer atrelar a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), uma das principais demandas da indústria, ao tamanho da renúncia fiscal com a proposta que for aprovada para desonerar os combustíveis. Entre os integrantes da equipe econômica, segundo apurou o Estadão/Broadcast, o sentimento é de que, apesar de se tratar de medidas diferentes, o espaço fiscal, hoje limitado, é o mesmo. Assim, não há brecha para perder receita nas duas pontas.

O corte do IPI, na visão dos membros da pasta, abrange a economia como um todo, ao contrário da desoneração dos combustíveis que, no limite, pode não ter o efeito esperado, pois o preço de gasolina, diesel e etanol depende também de outros fatores, principalmente os externos.

Bolsonaro mantém viagem para Rússia

A viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia está mantida até o momento na agenda do Palácio do Planalto. Bolsonaro deve embarcar para Moscou hoje, com chegada prevista na terça-feira na capital russa.

5. Radar Corporativo

O noticiário corporativo desta segunda-feira (14) tem como destaque a divulgação dos balanços de Banco do Brasil (BBAS3), Raízen (RAIZ4), Engie (ENGI11), Itaúsa (ITSA4), e São Martinho (SMTO3).

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil (BBAS3) divulgará seus resultados do quarto trimestre de 2021, após o fechamento do mercado. O consenso é de lucro líquido recorrente de R$ 4,97 bilhões no trimestre.

NotreDame Intermédica (GNDI3) e Hapvida (HAPV3)

A partir desta segunda-feira (14), as ações da NotreDame Intermédica (GNDI3) deixam de ser negociadas na Bolsa. Os papéis serão incorporados à Hapvida (HAPV3) e os investidores que tinham papéis GNDI3 receberão os papéis da HPAV3 na quarta-feira (16).

Além disso, a NotreDame Intermédica comunicou que, como parte da operação para a combinação de negócios com a Hapvida (HAPV3), os membros do conselho de administração Plínio Villares Musetti, T. Devin O’Reilly, Christopher Riley Gordon, Irlau Machado Filho, Ana Paula de Assis Bogus, Michel David Freund e José Luiz Teixeira Rossi, apresentaram, em 11 de fevereiro, as renúncias aos respectivos cargos.

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