Mineradores “salvam” Bitcoin e queda é contida acima de US$ 41 mil enquanto Coinbase confirma vulnerabilidade

Mercado acompanha tensões na Ucrânia temendo que queda nas bolsas também afete o Bitcoin no curto prazo

Paulo Barros CoinDesk

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O Bitcoin (BTC) conteve a queda após ter ultrapassado US$ 45 mil na semana passada e abre o dia próximo da estabilidade nas últimas 24 horas, negociado a US$ 42.128,03. Investidores olham de perto a escalada das tensões na Ucrânia e o receio de que as bolsas reajam negativamente na abertura de hoje.

“A queda da criptomoeda, alguns acreditam, está correlacionada a notícias de exercícios militares russos indicando que uma invasão e uma possível guerra resultante são iminentes”, disse Joe DiPasquale, CEO da gestora de fundos BitBull Capital.

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O ativo digital já vinha perdendo força após a divulgação do dado de inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que chegou a 7,5% no ano, a maior desde 1982. Uma taxa de juros mais alta costuma afetar diretamente ativos mais arriscados, como ações e criptomoedas. Na semana passada, o Bank of America reforçou que o Bitcoin vem sendo negociado como ativo de risco, e não de proteção contra inflação.

A criptomoeda acompanhou os principais índices de ações, que caíram acentuadamente na sexta-feira (11). O S&P 500 caiu quase 2% o Nasdaq recuou 2,7%.

Para Pasquale, “tudo pode acontecer” se o Bitcoin se aproximar dos US$ 40 mil por causa dos menores volumes de negociação. “Se a linha de suporte se mantiver, poderemos ver um grande salto, mas se não, podemos ver uma queda significativa”, afirma.

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Segundo o analista Damanick Dantes, do CoinDesk, o índice de força relativa (RSI) do Bitcoin se aproximou do território de sobrevenda na quarta-feira, o que precedeu a recente queda no preço. No gráfico semanal, no entanto, o RSI está subindo de níveis de sobrevenda de forma semelhante ao que ocorreu em março de 2020, o que pode manter os compradores ativos no curto prazo.

O RSI é um indicador que calcula a magnitude das mudanças de preços. Leituras acima de 70 sugerem que um ativo está “sobrecomprado” e pode sofrer uma correção, enquanto abaixo de 30 indicam “sobrevenda”, cenário em que o ativo pode se recuperar.

O hashrate do Bitcoin, indicador do poder computacional dedicado à rede da criptomoeda, pode ter dado o impulso necessário para preservar, por ora, o suporte na região dos US$ 40 mil. O hashrate disparou para níveis recordes, o que aponta forte interesse dos mineradores em investirem na atividade. Esse comportamento, em geral, é visto como positivo e sugere uma expectativa de apreciação do ativo digital no médio prazo.

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Os indicadores técnicos do Bitcoin também melhoraram no gráfico semanal depois que o preço subiu 4% na semana. Dantes aponta que o sentimento de mercado deverá permanecer neutro se o suporte permanecer entre US$ 35 mil e US$ 40 mil – ou seja, apenas uma queda para menos de US$ 35 mil deverá afastar de vez a força compradora.

Ainda assim, aponta o analista, o gráfico mensal da criptomoeda pinta um cenário pessimista, semelhante a julho de 2018. Naquela época, o ativo digital ainda estava na metade de um longo período de baixa.

Diante disso, a dominância do Bitcoin se estabiliza em quase 41%, o que indica fraqueza em altcoins. As criptomoedas apresentam queda generalizada, com grande parcela recuando mais que a principal moeda digital.

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Ethereum (ETH), Binance Coin (BNB), Cardano (ADA) e Terra (LUNA) registram perdas na casa de 2%, enquanto a XRP (XRP), que se recuperava após avanço favorável à Ripple nos tribunais dos EUA, cede 5,5% nas últimas 24 horas.

A Helium (HNT), projeto que permite minerar cripto por meio de roteadores, perde quase 11% e já chega perto de 20% de desvalorização na semana. O resultado é parecido com o da Oasis Network (OASIS), que cai 10,3% hoje e passa de 22% de recuo nos últimos sete dias.

Por ora, as únicas que se salvam no top 100 por valor de mercado são a Ecomi (OMI) e a Shiba Inu (SHIB), que anunciou entrada no metaverso. Ambas avançam cerca de 1%.

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Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 42.128,03 -0,6%
Ethereum (ETH) US$ 3.120 -2,1%
Binance Coin (BNB) US$ 394,75 -2%
XRP (XRP) US$ 0,785367 -5,5%
Cardano (ADA) US$ 1,13 -2,7%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Shiba Inu (SHIB) US$ 0,00002951 +1,2%
Ecomi (OMI) US$ 0,00637414 +1%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Helium (HNT) US$ 24,34 -10,9%
Oasis Network (OASIS) US$ 0,283293 -10,3%
Quant (QNT) US$ 118,04 -8,9%
Kadena (KDA) US$ 6,82 -8,7%
Flow (FLOW) US$ 6,82 -8,2%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 40,25 -4,59%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 53,60 -3,59%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 45,30 -5,62%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 13,95 -5,29%
QR Ether (QETH11) R$ 11,05 -6,67%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta segunda-feira (14):

Hacker encontra falha supostamente grave na Coinbase

A exchange de criptomoedas Coinbase foi notificada a respeito de uma vulnerabilidade em seus sistemas de negociação na tarde de sexta-feira e suspendeu temporariamente as negociações em sua nova plataforma de trade avançado.

Por volta das 15h, o hacker “do bem” conhecido pelo apelido “Tree of Alpha” chamou a atenção da corretora no Twitter dizendo ter encontrado uma brecha de segurança “potencialmente destruidora de mercado”.

“A questão é sensível e pode permitir que usuários maliciosos enviem preços arbitrários a todos os livros de compra e venda da Coinbase”, disse o hacker ao CoinDesk.

Ainda na noite de sexta, a Coinbase restabeleceu o funcionamento da plataforma, sugerindo que o problema havia sido resolvido.

Indicador de mineração do Bitcoin dispara para nova máxima

O hashrate do Bitcoin atingiu novo topo histórico durante o fim de semana, apontam dados da ferramenta de análise YCharts. O hashrate é uma medida do poder de computação necessário para minerar blocos na rede do Bitcoin. Taxas mais altas tornam muito mais difícil atacar e tomar o controle da rede.

O hashrate chegou a 248,11 milhões de terahashes por segundo (TH/s) no sábado (12), bem mais do que os 180 milhões de TH/s registrados na semana passada. Atualmente, o poder computacional dedicado à rede do Bitcoin paira em 209,63 milhões de TH/s, em queda de 15,51% nas últimas 24 horas.

No ano passado, o hashrate do Bitcoin subiu mais de 50% em meio à recuperação de preço da criptomoeda após o mês de maio, quando a China baniu a mineração do país. Em julho, os mineradores dos EUA já representavam 35,4% do hashrate na rede.

Internacional lança fan token em parceria com a Socios.com

O Internacional é o novo clube de futebol brasileiro a lançar um fan token. O token $SACI tem vendas iniciadas às 10h de hoje na plataforma Socios.com.

Fan Tokens são ativos digitais colecionáveis cunhados na blockchain Chiliz (CHZ) cuja aquisição dá ao dono o direito de participar de promoções, enquetes e competições, entre outros benefícios.

Na pré-venda, 150 mil tokens estarão disponíveis para compra por US$ 2 cada, com o limite de 250 unidades por usuário.

A Socios.com é a mesma empresa lançou os fan tokens de clubes como Atlético Mineiro, Corinthians, Flamengo, São Paulo e Palmeiras. No Brasil, apenas o Santos optou pela parceria com a Binance.

BlockFi sela acordo de US$ 100 milhões com autoridades dos EUA

A plataforma de empréstimos com criptomoedas BlockFi pagará US$ 50 milhões à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e deixará de abrir novas contas de seu produto de empréstimo de alto rendimento para a maioria dos americanos como parte de um acordo para encerrar uma investigação que busca apurar se o produto é uma oferta irregular de valores mobiliários.

A BlockFi também pagará outros US$ 50 milhões a vários reguladores estaduais. As contas de juros da BlockFi viraram alvo dos reguladores de valores mobiliários em Nova Jersey, Texas, Kentucky, Alabama e Vermont. Vários desses estados planejaram ou emitiram ordens de cessar e desistir como parte de suas investigações ao longo de 2021.

A empresa está sob investigação desde pelo menos novembro de 2021 acerca de seu produto de empréstimo que oferece rendimentos de até 9,5%, uma taxa considerada alta para os padrões americanos. O título de 10 anos do governo dos EUA, por exemplo, rende apenas 1,92%.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos