Bolsas da Ásia têm movimento misto na esteira do corte de juros pelo Fed; índice da Austrália cai mais de 5%

Índices asiáticos repercutem de forma mais amena decisão do Fed, também por terem fechado antes do forte rali de sexta na NYSE

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Repercutindo o desempenho dos índices futuros dos Estados Unidos, mas de forma mais amena, as bolsas da Ásia registram desempenho misto no início das negociações deste domingo (15), segunda-feira por lá, com a repercussão das novas medidas emergenciais do Federal Reserve, que cortou os juros em 1 ponto percentual, de forma a reduzir o impacto do coronavírus na economia americana.

Na Ásia, o índice acionário japonês Nikkei registrava leve alta de 0,40% em Tóquio, enquanto o Hang Seng cai 2,98% em Hong Kong, o sul-coreano Kospi sobe 0,56% em Seul, e o Taiex cai 1,42% em Taiwan. Na China continental, o Xangai Composto sobe 0,34%, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto caía 1,34%. Por lá, os investidores aguardam pelos dados da produção industrial chinesa, que podem dar mais sinais sobre o impacto do coronavírus na economia do país.

Na Oceania, o índice australiano ASX 200 caía 5,59%, com as ações dos principais bancos do país sofrendo as quedas mais acentuadas.

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Vale destacar que os movimentos são mais amenos na Ásia, uma vez que elas não repercutiram (uma vez que as bolsas por lá já estavam fechadas) o forte movimento de alta dos mercados americanos da última sexta-feira. Naquela data, as bolsas dos Estados Unidos subiram mais de 9% e registraram seu melhor pregão desde 2008 após o discurso do presidente americano, Donald Trump, que declarou estado de emergência nacional por conta do coronavírus e liberou US$ 50 bilhões para combater os impactos da Covid-19.

Já na noite deste domingo, os futuros dos EUA registram um movimento de forte queda durante a noite, chegando a atingir o limite de baixa de 5%, após as novas medidas emergenciais (e surpresas) do Federal Reserve de cortar juros, em uma reação conjunta com outros bancos centrais pelo mundo.

A avaliação é de que, embora as atuações dos bancos centrais possam ajudar a facilitar o funcionamento dos mercados, muitos investidores destacam que, em última análise, gostariam de ver os casos de coronavírus chegando ao pico e caindo nos EUA antes de assumirem mais riscos e comprarem ações novamente.

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Atuação do Fed

Em um movimento emergencial ao que chamou de resposta aos danos causados pelo avanço do novo coronavírus e seus impactos econômicos, o Federal Reserve anunciou, neste domingo, um corte de 1 ponto percentual nas taxas de juros de referência dos EUA, para o intervalo de 0% a 0,25%.

Este é o segundo corte nos juros do país em menos de duas semanas, quando os mercados começaram a reagir com maior preocupação à Covid-19. No início de março, o Fed já havia reduzido as taxas em 0,5 ponto percentual, para a faixa de 1% a 1,25%.

“Essa medida, juntamente com um importante pacote fiscal, deve ajudar a atenuar o impacto econômico do vírus nos EUA”, disse Quincy Krosby, estrategista-chefe de mercado da Prudential Financial, à CNBC. “Será positivo, mas o mercado segue à mercê do vírus e se as políticas de contenção funcionam”, afirmou.

A autoridade monetária também aprovou um programa de estímulos (Quantitative Easing) de US$ 700 bilhões como proteção para a maior economia do mundo contra a pandemia da doença.

O Fed também destacou que agiu de forma coordenada com os bancos centrais do Canadá, Reino Unido, Japão, Suíça e Banco Central Europeu (BCE). O Fed promete usar “todos os instrumentos” para apoiar a economia americana e fluxo de crédito.

Durante uma coletiva logo após a decisão do Fed de reduzir a zero as taxas de juros de referência americanos, o presidente do órgão, Jerome Powell, afirmou que dificilmente uma política de juros negativos será o próximo passo no combate econômico às consequências do coronavírus. “Nós não vemos políticas de taxas negativas como uma resposta apropriada aqui nos Estados Unidos”, disse.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.