Índices futuros dos EUA caem forte e chegam a atingir limite de baixa após decisão surpresa do Fed de cortar juros

Fed anunciou, neste domingo, um corte de 1 ponto percentual em suas taxas de juros, para o intervalo de 0% a 0,25%

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os futuros dos EUA registram um movimento de forte queda na noite deste domingo (15), chegando a atingir o limite de baixa de 5%, após as novas medidas emergenciais (e surpresas) do Federal Reserve de cortar juros, em uma reação conjunta com outros bancos centrais pelo mundo.

Logo na abertura, o S&P 500 Futuro tinha queda de 4,29%, a 2.568 pontos, o Dow Jones Futuro tinha baixa de 3,38%, a 22.066 pontos (com queda superior a mil pontos), enquanto o Nasdaq Futuro caía 3,77%, a 7.603 pontos, queda acelerada minutos depois e que catalisou a paralisação das negociações. O petróleo também registra queda, com o WTI em baixa de 4,32%, a US$ 30,36 o barril, enquanto o brent tinha queda de 5,23%, a US$ 32,08 o barril.

A avaliação é de que, embora as atuações dos bancos centrais possam ajudar a facilitar o funcionamento dos mercados, muitos investidores destacam que, em última análise, gostariam de ver os casos de coronavírus chegando ao pico e caindo nos EUA antes de assumirem mais riscos e comprarem ações novamente.

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Além disso, as notícias do fim de semana não ajudaram a melhorar o humor dos investidores, uma vez que os casos da Covid-19 nos EUA subiram para cerca de 3 mil, com pelo menos 57 mortes, de acordo com a John Hopkins University.

Atuação do Fed

Em um movimento emergencial ao que chamou de resposta aos danos causados pelo avanço do novo coronavírus e seus impactos econômicos, o Federal Reserve anunciou, neste domingo, um corte de 1 ponto percentual nas taxas de juros de referência dos EUA, para o intervalo de 0% a 0,25%.

Este é o segundo corte nos juros do país em menos de duas semanas, quando os mercados começaram a reagir com maior preocupação à Covid-19. No início de março, o Fed já havia reduzido as taxas em 0,5 ponto percentual, para a faixa de 1% a 1,25%.

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“Essa medida, juntamente com um importante pacote fiscal, deve ajudar a atenuar o impacto econômico do vírus nos EUA”, disse Quincy Krosby, estrategista-chefe de mercado da Prudential Financial, à CNBC. “Será positivo, mas o mercado segue à mercê do vírus e se as políticas de contenção funcionam”, afirmou.

A autoridade monetária também aprovou um programa de estímulos (Quantitative Easing) de US$ 700 bilhões como proteção para a maior economia do mundo contra a pandemia da doença.

O Fed também destacou que agiu de forma coordenada com os bancos centrais do Canadá, Reino Unido, Japão, Suíça e Banco Central Europeu (BCE). O Fed promete usar “todos os instrumentos” para apoiar a economia americana e fluxo de crédito.

“Pelo lado positivo, as medidas adotas por todos os bancos centrais devem trazer um estímulo considerável para as economias uma vez que elas atuam em diversas frentes e devem ajudar empresas com dificuldade de liquidez. Pelo lado negativo, as ações extraordinárias podem conturbar o canal de expectativas e piorar ainda mais as projeções dos agentes sobre o grau de desaceleração da economia global. Além disso, acreditamos que o fluxo de notícias e dados econômicos seguirão ruins pelo menos até abril ou maio, e que os bancos centrais, ao já terem anunciado tantas medidas em tão pouco tempo, podem ficar de mãos atadas. As ações podem ter seus efeitos ainda mais limitados na ausência de medidas fiscais”, destaca Marcos Ross, economista-chefe da XP Investimentos, em relatório (veja na íntegra clicando aqui).

Vale destacar que, na última sexta-feira (13), as bolsas dos Estados Unidos subiram mais de 9% e registraram seu melhor pregão desde 2008 após o discurso do presidente americano, Donald Trump, que declarou estado de emergência nacional por conta do coronavírus e liberou US$ 50 bilhões para combater os impactos da Covid-19. Contudo, na sessão anterior, Wall Street registrou o pior dia desde 1987 e a semana também foi bastante negativa.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.