Vale salta 5,8% após anúncio de proventos e CSN sobe 4% com alta de preços; Petrobras tem nova queda e Biosev cai 10%

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta sexta-feira (11)

Lara Rizério

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

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SÃO PAULO – A ação da Vale (VALE3, R$ 61,95, +5,84%) foi o grande destaque de alta da sessão desta sexta-feira (11) no Ibovespa, com alta de mais de 5% após o anúncio de distribuição de proventos da mineradora aos acionistas no montante total bruto de R$ 2,4075 por ação. Sua holding, a Bradespar (BRAP4, R$ 44,90, +4,35%), foi a segunda maior alta do índice, acompanhando o movimento da sua controlada.

Na sequência, atenção ainda para a CSN (CSNA3, R$ 16,00, +4,03%). O Credit Suisse apontou que a companhia elevará mais uma vez os preços dos aços planos em outubro no Brasil. Desta vez, o aumento de preço é de cerca de  13% em média e segue dois aumentos recentes de cerca de 10% em julho e setembro, que parecem ter sido implementados com sucesso. O aumento de preços valerá para o segmento de distribuição e também para clientes industriais (exceto montadoras). “Esperamos que outras siderúrgicas sigam o exemplo com este aumento de preço nas próximas semanas”.

Já a Azul (AZUL4, R$ 26,58, +1,84%) divulgou os dados de tráfego de agosto, com alta de 26,4% no tráfego de passageiros consolidado (RPKs) em relação a julho de 2020. A ação tem leves ganhos.

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Ainda em destaque, os acionistas da Tecnisa (TCSA3, R$ 10,54, -4,36%) rejeitaram os estudos para integração com a Gafisa (GFSA3, R$ 4,52, -3,83%), em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada ontem. Os ativos da Tecnisa caíram mais de 4%.

A sessão marcou ainda a estreia das ações da Petz (PETZ3, R$ 16,75, +21,82%) na B3, com forte alta, superior a 20%.

Os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 22,04, -0,50%;PETR4, R$ 21,88, -1,08%), por sua vez, tiveram forte volatilidade durante toda a sessão e fecharam em baixa, acompanhando a semana de forte queda do petróleo em meio às preocupações  com a demanda e com o aumento de estoques da commodity nos EUA.

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O West Texas Intermediate (WTI) negociado em Nova York, fechou a US$ 37,33 por barril, alta de 3 centavos, mas fechou a semana com baixa de 6,1%. O petróleo Brent negociado em Londres, teve queda de 0,6%, a US$ 39,83, com baixa de 6,6% na semana.

A Biosev (BSEV3, R$ 4,95, -10,65%), por sua vez, fechou em forte queda após duas sessões de forte alta com as tratativas para combinação de negócios com a Raízen. Na quarta, os papéis saltaram 21,99% com os rumores da operação e subiram 7,36% no pregão seguinte com a confirmação das negociações. 

Já o Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 74,18, +3,97%) estendeu a forte alta de 14,80% de suas ações na véspera com os estudos para a cisão do grupo de atacarejo Assaí (veja mais aqui).

Confira os destaques:

[ALTAS-E-BAIXAS]

Petz (PETZ3, R$ 16,75, +21,82%)

A sessão desta sexta-feira marcou a estreia da Petz na B3 com forte alta.

A companhia teve a ação precificada  a R$ 13,75 na abertura de capital – no meio da faixa indicativa, que variava entre R$ 12,25 e R$ 15,25. A captação foi de R$ 3,03 bilhões contando os lotes extras.

A Petz é uma das maiores redes de pet shop do Brasil e foi fundada em 2002 pelo empresário Sergio Zimerman. Hoje, a companhia opera em 13 estados e no Distrito Federal com 110 lojas.

Com os recursos de sua abertura de capital, a Petz afirmou que dará prosseguimento à rápida expansão de suas operações, com abertura de “mais lojas padrão em praças onde operamos além de novas praças, que também promovem o aumento das vendas digitais na região”.

Leia também: “Aprendi muita coisa quando quebrei”, diz fundador da Petz em podcast

A companhia ainda pretende investir em estratégia digital, focada no aprofundamento da omnicanalidade, aprimoramento da experiência do cliente e ganhos de produtividade, ampliar a oferta de produtos exclusivos sob a marca Petz, e investir na marca Seres, com expansão dos serviços prestados pelos centros veterinários.

Vale (VALE3, R$ 61,95, +5,84%)

O Vale aprovou o pagamento de remuneração aos acionistas, no montante total bruto de R$ 2,4075 por ação. São R$ 1,4102 por ação na forma de dividendos e R$ 0,9973 por ação na forma de juros sobre o capital próprio (JCP).

O pagamento ocorrerá em 30 de setembro de 2020. As ações da Vale serão negociadas ex-direitos na B3 e na NYSE a partir de 22 de setembro de 2020.

Segundo o Bradesco BBI, a informação é positiva, pois indica um pagamento adicional de US$ 1 bilhão em dividendos extraordinários. No final de julho, a empresa aprovou a retomada da política de dividendos, com distribuição de 30% do Ebitda menos Capex de manutenção, o que representa US$ 1,3 bilhão no primeiro semestre de dividendos mínimos.

Em relatório, o BBI destacou que o dividendo extraordinário ainda é um pouco conservador, considerando a dívida líquida de US$ 8,1 bilhões no segundo trimestre e a expectativa de geração de fluxo de caixa livre. “No entanto, notamos que a Vale tem condições de distribuir dividendos significativos mais adiante”, destacou.

Considerando o preço do minério de ferro a US$ 100 por tonelada no segundo semestre de 2020, o dividendo mínimo em março de 2021 pode chegar a US$ 3 bilhões, sem considerar os dividendos extraordinários, que também são esperados. “Dito isso, os investidores que comprarem a ação agora podem ter pelo menos dividendos de US$ 5 bilhões até março de 2021”, informou o BBI.

O Credit Suisse também afirmou que o pagamento mínimo de dividendos chega a US$ 1,3 bilhão em setembro, com base nos resultados do primeiro semestre. Com isso, a notícia de hoje implica em uma aprovação de US$ 1 bilhão em dividendos extraordinários. O Credit estima que a Vale pagará um dividend yield mínimo de 7% em 2021, mas com dividendos extraordinários pode chegar a 12%.

O banco manteve rating Outperform para a Vale e destacou que a empresa está descontada ante suas concorrentes australianas. Seu valuation é de 3,2 vezes EV(valor de mercado)/Ebitda, ante múltiplo de 5,1 vezes das concorrentes.

 Tecnisa (TCSA3, R$ 10,54, -4,36%) e Gafisa (GFSA3, R$ 4,52, -3,83%)

A maioria dos acionistas da Tecnisa rejeitou os estudos para integração com a Gafisa, informou a companhia em comunicado ao mercado.

Em 19 de agosto, a Tecnisa informou ao mercado que recebeu uma proposta não solicitada da Gafisa para combinar os negócios. A Gafisa participa da Tecnisa por meio do fundo Bergamo, que tem 5,23% da companhia, de acordo com informação do dia 27.

Azul (AZUL4, R$ 26,58, +1,84%)

A Azul informou os dados preliminares de tráfego de agosto. Segundo a empresa, o tráfego de passageiros consolidado (RPKs) aumentou 26,4% em relação a julho de 2020, frente a um crescimento de 33,3% na capacidade (ASKs). Já em comparação com agosto de 2010, o tráfego consolidado (RPK) caiu 68,7%, enquanto a capacidade (ASK) recuou 65,6%.

A taxa de ocupação foi de 75,5%. A taxa de ocupação doméstica foi de 75,7% e a internacional totalizou 72,7%. “Em agosto voamos mais de 40% da capacidade doméstica comparada com o mesmo período no ano passado. Além disso, durante o mês tivemos uma melhora significativa nas tarifas e na receita, o que reforça nossa confiança no aumento sequencial de nossa capacidade,” disse John Rodgerson, CEO da Azul.

A empresa informou também que espera operar 505 decolagens diárias nos dias de maior demanda em outubro para 89 destinos. A capacidade total em outubro representará aproximadamente 55% dos ASKs no mesmo período do ano passado e a capacidade doméstica representará 60% dos ASKs domésticos de outubro de 2019.

Latam Airlines

A proposta de financiamento de US$ 2,45 bilhões para a Latam no processo de recuperação judicial foi rejeitada ontem pela Corte de Falências de Nova York. A decisão cria dúvidas sobre o futuro da empresa, que tem sofrido forte queda na demanda por viagens. A corte considerou ilegal o pleito de conversão de dívida em participação acionário com desconto de 20%.

De acordo com o Bradesco BBI, a proposta inicial era de desconto de 32%. No entanto isso não foi suficiente para a proposta ser aceita.

Em relatório, o BBI, disse que a empresa deverá apelar da decisão, e poderá ter que garantir direitos de subscrição a outros credores. O banco disse que o acesso ao financiamento é um fator crítico para a empresa superar a crise da Covid.

Sul América (SULA11, R$ 41,42, -1,29%)

A Sul América concluiu a compra da Paraná Clínicas, quinta maior operadora de planos de saúde do estado do Paraná, por R$ 396 milhões. A empresa tem 90 mil beneficiários em carteiras empresariais e centros clínicos. No primeiro semestre de 2020, a receita somou R$ 103 milhões.

Braskem (BRKM5, R$ 21,63, -1,05%)

A Braskem iniciou a produção comercial de polipropileno (PP) de sua nova planta nos Estados Unidos. A unidade está localizada em La Porte, no estado do Texas, e tem capacidade de produção de 450 mil toneladas por ano. Segundo a empresa, a nova planta de PP nos Estados Unidos está em linha com a estratégia de diversificação de sua matriz de matéria-prima e de expansão geográfica nas Américas.

Em relação à Braskem, o mercado continua a acompanhar as informações de que o escritório americano de advocacia Kaplan Fox & Kilsheimer iniciou uma investigação que pode resultar em uma ação coletiva contra a empresa, noticiada pelo Globo. A iniciativa se deve ao episódio de afundamento do solo em quatro bairros de Maceió (AL), que foi relacionado à mineração de sal-gema da empresa.

Cemig (CMIG4, R$ 10,76, -2,45%)

A Cemig informou que a Gasmig concluiu a distribuição de sua oitava emissão de debêntures simples, no valor de R$ 850 milhões. As debêntures têm prazo de 11 anos e atualização monetária pelo IPCA acrescida de juros remuneratórios de 5,27%.

Suzano (SUZB3, R$ 45,60, -1,62%)

A Suzano precificou a oferta de bonds pela sua subsidiária integral Suzano Austria, com emissão de US$750 milhões, com yield de 3,950% ao ano e cupom de 3,750% ao ano, a serem pagos semestralmente e com vencimento em 15 de janeiro de 2031.

As Notes possuem indicadores de performance ambientais associados a uma meta de redução de intensidade de emissões de gases de efeito estufa pela companhia até 2025. Segundo a empresa, a medida está ligada à sua Meta de Longo Prazo 2030 de redução de emissões publicada este ano.

Minerva (BEEF3, R$ 12,93, 0%)

O fundo soberano da Arábia Saudita, Salic, vai converter opções de compra de ações da Minerva de forma antecipada no valor de R$ 400 milhões, que serão injetados na companhia, de acordo com o Brazil Journal. A Minerva ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Cabe ressaltar ainda que, na semana, as ações dos frigoríficos expostos à carne suína foram o destaque, inclusive a BRF (BRFS3, R$ 20,10, -2,52%), após notícia de que um caso de Peste Suína Africana foi registrado em um javali selvagem na Alemanha.

Conforme destacado pelo Broadcast, tal caso poderia implicar em restrições de exportação de carne suína alemã para a China. Diante da notícia, Coreia do Sul e Japão teriam suspendido compras vindas da Alemanha, e Taiwan teria começado a inspecionar malas de viajantes vindos da nação europeia, segundo a Bloomberg.

“De qualquer forma, ainda não está claro se haverá restrição às exportações totais da Alemanha, ou apenas à região onde foi encontrado o caso, ou nenhuma restrição – uma vez que a indústria alemã segue sem outros casos registrados. Em caso de restrição, entendemos que isso poderia ser benéfico para frigoríficos expostos à carne suína situados em outros países exportadores, como Brasil e Estados Unidos. No caso do Brasil, tal impulso seria a ‘cereja no bolo’ das exportações do país, cujo ritmo segue em alta tanto para carne bovina quanto para a suína”, aponta a equipe de análise da XP Investimentos.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.