Ação do Itaú sobe 2% com resultado; Bolsonaro assina PL de privatização, mas Eletrobras fecha em leve queda

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (5)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após abrir a sessão em alta, o Ibovespa diminuiu o ímpeto e fechou quase estável na sessão desta terça-feira. O Itaú (ITUB4, R$ 37,10, +1,73%), que chegou a subir quase 4%, diminuiu os ganhos e fechou com alta de menos de 2%. Já a Eletrobras (ELET3, R$ 39,99, -0,74%;ELET6, R$ 40,90, -0,44%) chegou a subir 7% no início do pregão com as notícias da assinatura do projeto de privatização da companhia por Bolsonaro. O PL foi assinado, mas as ações não se animaram e fecharam em leve queda.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (5) o projeto de lei que viabiliza a privatização da Eletrobras. A assinatura aconteceu durante cerimônia no Palácio do Planalto na qual foram comemorados os 300 dias de governo.

A proposta precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado e prevê que a União ficará com menos de 50% das ações da companhia de energia. O projeto também não prevê mais as “golden share”, ações com poder de veto.

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Mais cedo, Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, afirmou que o governo está “otimista” com seu andamento no Congresso e que já foram feitas conversas com várias lideranças para garantir o andamento do texto. “Nós queremos capitalizar a Eletrobras, para que ela se torne uma corporação e tenha condição de se manter nesse importante mercado.”

Itaú Unibanco (ITUB4)

O Itaú Unibanco registrou lucro líquido recorrente de R$ 7,156 bilhões no terceiro trimestre deste ano, elevação de 10,9% em relação ao visto em idêntico intervalo de 2018, de R$ 6,454 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, cresceu 1,7%.

O resultado do Itaú no terceiro trimestre foi impulsionado pelo crescimento no crédito às micro e pequenas empresas e ainda pessoas físicas, mas também a retomada no segmento de grandes empresas, que impulsionaram a margem financeira. Enquanto de um lado a instituição entregou melhores receitas de prestação de serviços e tarifas e despesas sob controle, do outro viu a piora do seu custo de crédito, que saltou 37,8% no terceiro trimestre ante um ano.

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A carteira de crédito do Itaú somou R$ 689,0 bilhões no fim de setembro, alta de 4,4% em relação a junho. Em um ano, cresceu 8,3%. O destaque na carteira do banco foram as micro, pequenas e médias empresas, com avanço trimestral de 7,6%. Já o crédito para grandes empresas voltou a crescer após quatro trimestres.

Leia mais: Itaú lucra R$ 7,156 bilhões no 3º trimestre, pouco acima das estimativas

O Morgan Stanley destacou que o lucro gerencial veio acima das suas expectativas, com trimestre “muito sólido”, impulsionado por uma rápida aceleração de empréstimos e controle de custos superior. “O Itaú continua mostrando capacidades de execução de alto nível na frente de custos, atingindo um baixo índice de eficiência plurianual neste trimestre. No total, achamos que as ações reagirão positivamente aos resultados”, escreveram.

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O Morgan Stanley reiterou a recomendação de overweight (acima da média de mercado, ou comprar), com o Itaú classificado como Top Pick entre os bancos brasileiros. “Esperamos um período de vários anos de forte crescimento de EPS e expansão de ROE, impulsionado pelo crescimento de empréstimos, melhoria do balanço patrimonial e ganhos de eficiência. As avaliações relativas ao ROE, EPS e taxa sem risco parecem convincentes”, acrescentaram.

Para o Credit Susse, o Itaú reportou resultado praticamente em linha com consenso e as suas estimativas de lucro. A instituição destacou como positiva a forte aceleração do NII com clientes (+9,1%), o desempenho positivo de fees (+7,3%) e o bom controle do opex (+1,2%) yoy). “No entanto, esses fatores foram compensados por uma provisão maior do que o esperado, o que deve ser consequência da mudança de mix para credito high-yield”, afirmou.

“Acreditamos que o resultado deve ser visto como marginalmente positivo pelo mercado e que o banco está bem posicionado para entregar crescimento de earnings em 2020, com bom NII e possivel surpresa positiva no opex no proximo ano”, acrescentou o Credit Suisse, reforçando a recomendação de outperform.

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JBS (JBSS3)

As ações da JBS chegaram a cair 7% e registraram durante boa parte da sessão desta terça-feira (5) as maiores perdas do Ibovespa. Essa queda ocorre após Augusto Aras, novo procurador-geral da República, pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a rescisão do acordo de delação premiada dos ex-executivos da companhia Joesley Batista, Wesley Batista, Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva.

Os papéis JBSS3 amenizaram as perdas, mas fecharam como a maior baixa do índice, com queda de 3,87%, a R$ 28,07.

Ao reiterar o pedido já feito pelos antecessores Rodrigo Janot e Raquel Dodge, Aras afirmou que os ex-executivos descumpriram o acordo feito com o Ministério Público Federal.

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Leia mais: Ação da JBS cai quase 4% com novo PGR pedindo rescisão de delação premiada e nova operação da PF

Vale destacar ainda que, nesta manhã, foi deflagrada uma nova operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro do Supremo Edson Fachin. A operação se refere a inquérito aberto em maio de 2018 para investigar supostos repasses de cerca de R$ 40 milhões da J&F, controladora da JBS, a políticos do MDB durante a campanha para as eleições de 2014.

Dentre os alvos, estiveram os senadores Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA) e o ex-senador Vital do Rego (PB) hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

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BTG (BPAC11)

O Banco BTG Pactual encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 1,073 bilhão, praticamente estável na comparação trimestral (R$ 1,029 bilhão), mas 1,5 vez acima do reportado há um ano, de R$ 685 milhões.

Em 30 de setembro de 2019, os ativos totais do BTG Pactual somaram R$ 168,0 bilhões, um decréscimo de 3,3% em comparação ao trimestre encerrado em 30 de junho de 2019. Já o índice de Basileia foi de 15,1%, ante 17,8% de um ano antes.

O ROAE Anualizado Ajustado foi de 20,8% – ante 14,3% de um ano antes e 20,6% frente ao segundo trimestre. O patrimônio líquido chegou a R$ 20,8 bilhões, um aumento de 1,9% na comparação trimestral e de 8,6% na anual.

Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3)

Os preços da celulose de fibra curta (BHKP) na China atingiram US$ 458,59 a tonelada, cifra US$ 1,1 inferior à da semana passada e US$ 7,3 menor na comparação mensal, segundo relatório a clientes publicado pelo Itaú BBA. Já a fibra longa (NBSK) na China atingiu US$ 572.28, alta de US$ 2,4 na semana e US$ 7,2 maior em um mês.

Na Europa, o preço BHKP atingiu US$ 700.00, estável na semana, mas US$ 50,4 menor em um mês, enquanto o preço NBSK ficou em US$ 823,73 (-US$ 0,6 na semana e -US$ 26,5 em um mês).

Frigoríficos

No agro, os EUA mantiveram o veto à compra da carne brasileira, decretado em 2017, frustrando as expectativas do governo do presidente Bolsonaro e de pecuaristas, que davam praticamente como certa a liberação. Segundo o Estadão, além de ter uma demanda grande, o mercado norte americano serve como uma referência para outros países liberarem a importação da carne brasileira.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deverá retomar o assunto, buscando reverter o embargo, durante viagem programada para este mês aos EUA. A expectativa do governo é que, em uma nova inspeção, a restrição à carne brasileira seja retirada.

A decisão de manter o veto foi tomada após inspeção técnica dos americanos. Segundo o Estadão, no documento, foram solicitadas informações adicionais e a realização de uma nova inspeção. A suspensão da venda de carne brasileira in natura foi determinada em 2017, numa reação à Operação Carne Fraca.

Magazine Luiza (MGLU3)

A Coluna do Broadcast diz que em dois dias de reuniões com investidores a rede Magazine Luiza já tinha demanda para cobrir a totalidade da oferta subsequente (follow on), que pode movimentar R$ 5 bilhões. Segundo publicação, o volume ainda deve crescer dado que o período de coletas vai até o dia 12 de novembro. Essa demanda não contabiliza os investidores que já têm direito de preferência.

Marcopolo (POMO4)

A Marcopolo apresentou lucro líquido de R$ 22,8 milhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 64,8% em comparação ao desempenho do mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) somou R$ 60,2 milhões, retração de 47,8% e margem 5,6% (-4,9 p.p.).

A receita líquida operacional líquida atingiu R$ 1,081 bilhão, retração de 1,8%. A empresa destacou que menor a diluição de custos fixos pela queda na receita, mix de vendas com maior participação de urbanos e do mercado interno, entre outros, pioraram o resultado.O Itaú BBA avaliou que os resultados da Marcopolo como “fracos”, afetados por uma difícil base de comparação anual, com volumes mais baixos e margens mais estreitas. Segundo as analistas Renata Faber, Thais Cascello e Julia Hupperich, apesar dos números mais fracos reportados, são esperadas melhoras no quarto trimestre, com volumes mais fortes no Brasil e no exterior, bem como um Ebitda e resultados mais fortes.

A mesma avaliação de fracos resultados foi compartilhada pelo Credit Suisse, ao ressaltar que a quedas nas exportações afetou a receita, mas que o principal ponto negativo foi a margem Ebitda de 5,6%. “Acreditamos que a empresa não está repassando totalmente o custos de matéria-prima e que a contribuição do mercado doméstico ainda está abaixo dos níveis normais e, com isso, o menor volume de exportação pressionou a margem consolidada”, destacou.

Vulcabras (VULC3)

A Vulcabras Azaleia registrou lucro líquido de R$ 41,8 milhões no terceiro trimestre, uma elevação de 5,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, alguns eventos “não recorrentes” influenciaram o resultado da Companhia em R$ 4,0 milhões.

Para efeito comparativo, se fossem expurgados do resultado do terceiro trimestre os eventos “não recorrentes”, seria obtido um lucro líquido recorrente de R$ 37,8 milhões, sendo 10,4% menor do que o resultado recorrente apurado no mesmo período do ano anterior.

O Ebitda somou R$ 64,6 milhões, alta de 17,7%, com margem de 18% (+1 p.p.). A receita líquida foi de R$ 359,4 milhões (+11,6%), com o faturamento do mercado interno subindo 14%, a R$ 333,5 milhões, e ao exterior recuando 12,5%, a R$ 25,9 milhões.

Para o Bradesco BBI, os resultados da Vulcabras foram relativamente fracos, em termos de vendas, Ebitda e margens, resultando na retração do lucro ajustado. Entre as dificuldades apontadas estão a baixa demanda para a marca core (Olympikus), mercado altamente competitivo no segmento de calçados femininos e queda significativa em exportações.

“Por outro lado, a coleção foi redesenhada para ajustar-se a necessidade de preços mais baixos, o que, apesar de bater na receita no quarto trimestre deste ano, pode trazer expansão de margem em 2020”, acrescentou, reforçando, a “visão otimista para o próximo ano”.

Ômega (OMGE3)

A Ômega registrou um lucro de R$ 31,6 milhões no terceiro trimestre deste ano, desempenho 12% superior ao reportado há um ano. O Ebitda subiu 74%, a R$ 200,5 milhões, enquanto o Ebitda ajustado – que não considera itens não recorrentes e itens não caixa, por exemplo – subiu 94%, a R$ 230,4 milhões.

Em relatório, o Credit Suisse classificou os resultados como positivos, com o top line beneficiado pela alta disponibilidade dos ativos (97,2%) e pela incorporação de novas usinas. Após os resultados, o Credit Suisse elevou o preço-alvo de R$ 21,13 para R$ 38,70, mantendo a recomendação de outperform.

Leia mais: Omega Geração tem trimestre recorde e pode concluir mais três negócios em 2019

“Apesar da performance forte recente do papel no acumulado do ano, ainda vemos espaço para crescimento, considerando o recente aumento de capital e as boas oportunidades de M&A existentes no mercado. Inclusive, a empresa já assinou acordos exclusivos para potencial aquisição de até 3.9GW”, acrescentou.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.