Pessoas no Canadá estão literalmente rasgando dinheiro de propósito

Cidade no Quebéc adotou as notas rasgadas ao meio como uma forma de pagamento local

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – A expressão “rasgando dinheiro” nunca foi tão literal.

Em Gaspeise, uma cidade da província francófona do Quebec, no Canadá, um habitante chamado Martin Zibeau criou uma forma inusitada de fazer o dinheiro circular melhor em micro negócios: cortar as notas ao meio para representar metade do valor. E o mais impressionante é que a novidade pegou.

Agora, uma nota de 20 dólares canadenses, quando dividida ao meio, é aceita em negócios de Gaspeise por produtos no valor de 10 dólares canadenses. O mesmo vale para notas de 10, que divididas ao meio, valem 5. O sistema foi chamado de Demi, que significa “metade” em francês, segundo o site Fast Company.

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A ideia é impulsionar o gasto de dinheiro em estabelecimentos locais, já que o dinheiro cortado ao meio não funciona em outras partes do país. O Banco do Canadá inclusive já avisou, por meio de uma porta-voz, que acredita que “escrever, fazer marcas ou mutilar notas é inapropriado, já que elas são um símbolo do nosso país e fonte de orgulho nacional”.

De acordo com o criador da proposta, a maioria das pessoas que ouvem falar na prática lidam de maneira negativa, já que é preciso ter certeza de que será possível gastar o Demi em algo útil.

Os especialistas estão divididos sobre a eficácia da prática.

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O economista Germain Basile, professor na HEC Montreal, acredita que a ideia é “brilhante” para quem quer criar um novo sistema. “Se qualquer um pode copiar uma moeda, ela se torna muito abundante e perde o valor. Se alguém consegue investir em segurança com a simples ação de cortar uma nota ao meio, isso é ótimo”, diz o especialista, que acredita que criadores de qualquer sistema monetário novo devem prestar atenção nisso.

Em contrapartida, o autor de The End Of Money And The Future Civilization, Thomas Greco, acredita que substituir papel por outro tipo de papel não é uma solução. “Uma moeda poderia se manifestar através de computadores ou celulares” atualmente, diz.

Zibeau está otimista. Ele acredita que sua ideia pode convencer as pessoas a alimentar negócios locais e que, possivelmente, toda a região de Montreal poderia futuramente aceitar a forma de pagamento do Demi.

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Por aqui, isso não funcionaria. No Brasil, rasgar dinheiro é crime e pode dar uma pena de até 6 anos na prisão.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney