Brasileiro já gasta até R$ 268 com serviços de streaming após reajustes

Custo para assinar 3 serviços (Netflix, Amazon Prime e Globoplay) subiu 23,2% entre 2019 e 2022 e já chega a quase R$ 100

Estadão Conteúdo

(Shutterstock)

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Com o recente reajuste dos preços, o consumidor brasileiro está pagando mais caro pelas assinaturas de serviços de streaming de vídeo neste ano.

Em 2019, antes da pandemia, o brasileiro desembolsava R$ 77,70 por mês para ter acesso aos serviços Netflix, Prime Video (da Amazon) e Globoplay — as principais plataformas disponíveis na época. Agora, em 2022, o gasto mensal para assinar esses mesmos serviços já chega a R$ 95,70, uma alta de 23,2%.

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Além da alta nos preços de Netflix e Amazon, a multiplicação de opções de serviços de streaming de vídeo — com a chegada de Disney+, Star+, HBO Max, Telecine, Apple TV+, Paramount+ e Starzplay — fez o valor pago por quem deseja ter acesso a todo esse acervo audiovisual ficar mais alto.

O consumidor precisa desembolsar mensalmente até R$ 268 para assinar todos esses serviços. Esse valor que pode ser menor com planos anuais ou programas de descontos oferecidos por empresas parceiras, mas não inclui serviços de nicho, entre eles os dedicados a filmes de arte, como Mubi e Belas Artes.

Inflação ainda maior

Os reajustes de Netflix (NFLX34) e Amazon (AMZO34) ficam um pouco abaixo da inflação acumulada no período (23,83%), mas o custo tem pesado cada vez mais no orçamento familiar devido ao aumento de outros gastos, como gasolina, energia e alimentação.

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Nesta semana, a Amazon anunciou um aumento de 50% no valor da assinatura do Prime, que dá acesso ao serviço de streaming Prime Video, frete grátis no site da empresa e ao streaming de música Amazon Music. A mensalidade passou de R$ 9,90 para R$ 14,90, o primeiro reajuste desde o lançamento do Prime em 2019.

No caso da Netflix, o último reajuste foi em julho de 2021, quando a mensalidade da assinatura básica passou de R$ 21,90 para R$ 25,90. A empresa anunciou neste ano um aumento nos valores nos EUA e em outros países, mas não no Brasil.

Em 2011, quando a Netflix estreou no Brasil, a assinatura mensal custava R$ 14,90. Com a evolução do negócio, a empresa criou diferentes planos, que agora partem de R$ 25,90 e chegam a R$ 55,90. Considerando o pacote mais básico, o reajuste acumulado é de 73,8% (contra uma variação do IPCA de 90,26% no mesmo período). Se tivesse acompanhado a inflação, o serviço custaria hoje R$ 28,35.

Para Marcelo Tripoli, fundador da agência e consultoria de inovação Zmes, o segmento deve passar por uma forma de consolidação e também vender planos de assinatura com anúncios (serviços como o Pluto TV e o Samsung TV Plus já operam exclusivamente baseados em propagandas na programação).

“O mercado de conteúdo audiovisual era centralizado nos pacotes de TV por assinatura, com centenas de canais, e fomos para o outro extremo, com canais digitais separados. Teremos um ponto de equilíbrio nesse mercado com pacotes de streaming e com a oferta de planos mais baratos que exibem propagandas, a exemplo da americana Hulu, nos EUA”, diz Tripoli.

Perda de assinantes

Após o último reajuste de preços e um arrefecimento global do setor, a Netflix perdeu assinantes pela primeira vez em 11 anos (cerca de 200 mil clientes segundo o balanço financeiro do primeiro trimestre deste ano).

Devido a uma série de fatores, que envolvem a guerra entre Rússia e Ucrânia e o aumento da concorrência, a previsão de investidores é de que a empresa continue a perder assinantes. A estimativa é de uma redução de 2 milhões de clientes no segundo trimestre.

O resultado decepcionante e a perspectiva futura mais difícil fez com que as ações da empresa despencassem 35% e ela perdesse mais de US$ 50 bilhões de valor de mercado. Esse desempenho fez com que o megainvestidor Bill Ackman zerasse a sua posição na empresa, perdendo US$ 400 milhões em apenas três meses.

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