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Você precisa de quanto para ser feliz? As 4 coisas que você precisa comprar para aumentar sua felicidade

Saber onde e como usar o seu dinheiro faz toda a diferença na sua felicidade e muitos estudos comprovaram isso
Por  Thiago Godoy -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

“Você precisa de uma certa quantidade de dinheiro para ser feliz”. Essa frase foi dita durante a Semana de Educação Financeira XPEED, por ninguém menos que a Diretora do Centro de Letramento Financeiro nos EUA, Dra. Annamaria Lusardi.

Lusardi, maior referência internacional em educação financeira, gentilmente nos concedeu uma entrevista emblemática, abordando os principais aspectos e a real importância de alfabetizarmos as pessoas para lidarem com o dinheiro.

Essa frase da Lusardi obviamente tem embasamento científico. A ciência prova que você precisa de uma certa quantidade de dinheiro para ser feliz, e ainda fornece detalhes.

As pesquisas mais importantes identificam que a felicidade aumenta significativamente à medida que a renda cresce até um patamar por volta de US$ 75 mil por ano. A partir desse valor, a correlação entre renda e felicidade parece diminuir bastante.

Por exemplo, se uma família vive com uma renda de US$ 30 mil e passa a receber US$ 50 mil por ano, os índices de felicidade dessa família são significativamente aumentados.

Já uma família que vive com US$ 75 mil e passa a viver com US$ 95 mil tem pouquíssimo incremento em seus níveis de felicidade.

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Vale lembrar que esses estudos estão olhando para médias e não para a experiência de qualquer indivíduo em particular.

Certamente existem pessoas felizes que ganham US$ 30 mil por ano e outras que acreditam que precisam de centenas de milhares de dólares para manter seu estilo de vida.

Também é importante saber que esses estudos não examinam a forma como as pessoas estão gastando seu dinheiro.

Saber onde e como usar o seu dinheiro faz toda a diferença na sua felicidade e muitos estudos comprovaram isso.

Obviamente o dinheiro é seu e você deve gastar com o que bem entender, mas listei aqui abaixo as quatro principais maneiras de usar seu dinheiro que comprovadamente te deixam mais feliz:

1. Compre segurança financeira

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Sabe qual é a principal razão pela qual o dinheiro aumenta os níveis de felicidade? Porque, até certo ponto, é necessário um certo valor para se sentir financeiramente seguro.

Ter dinheiro suficiente significa não ter ansiedade ao fazer compras no supermercado, sair para comer ou pagar seu aluguel. Este tipo de segurança passa despercebida quando você está acostumado a ela.

Comprar segurança financeira reduz ansiedade: na semana passada escrevi um artigo na Expert XP sobre ansiedade e compartilhei dados de uma recente pesquisa realizada pela XPEED, em que identificamos que cerca de 4 em cada 10 brasileiros chegam a adiar as suas decisões financeiras por medo de encarar as próprias finanças e 2 em cada 3 afirmam sentir algum cansaço por conta das preocupações financeiras.

Uma renda média mais alta te traz felicidade não pela possibilidade de comprar o que você quer, mas sim pela redução do medo de não ter dinheiro para comprar o básico, faz sentido?

Fundamentalmente, ter dinheiro suficiente para comprar essas necessidades básicas aumentará seus níveis de felicidade.

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2. Compre experiências

Depois do básico, a diferença que o dinheiro pode fazer é a de comprar experiências. Comprovadamente, gastar dinheiro em experiências proporcionará muitos momentos de felicidade e memórias positivas para recordar.

Um ponto importante a observar é que as experiências que você compra devem ser aquelas que você realmente gosta, não apenas coisas que a sociedade valoriza.

3. Compre altruísmo

Ajudar os outros também nos torna mais felizes. Compartilhar parte dos seus recursos com aqueles que precisam pode ajudar não apenas os outros, mas você mesmo.

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Em um famoso estudo, algumas pessoas receberam uma quantia e parte deles foram encorajados a gastar consigo mesmo e a comprar algo bom para si. Já outra parte foi orientada a fazer algo bom para outra pessoa com esse dinheiro.

No final do dia, as pessoas foram perguntadas sobre como tinha sido seu dia. Houve uma diferença significativa com as pessoas que foram solicitadas a gastar dinheiro com os outros. Elas relataram ter um dia muito mais positivo do que os que gastaram o dinheiro apenas para si próprias.

4. Compre tempo

Uma maneira subestimada de gastar seu dinheiro é economizar tempo. Há muitas tarefas que fazemos ao longo do dia das quais não gostamos. Elas variam para cada pessoa, mas os exemplos podem incluir lavar roupa, cozinhar, dirigir ou esperar em uma fila.

Quando você tem mais dinheiro, pode gastá-lo eliminando essas tarefas sem sentido. Você pode contratar terceiros para fazer isso por você ou encontrar maneiras de automatizá-los com tecnologia. Isso liberará tempo para que você possa fazer mais o que você gosta.

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E, afinal de contas, comprar os bens materiais não te fará feliz? Faz sim, mas em média, por pouco tempo.

Embora elas sejam novas e emocionantes no início, estudos também mostram que elas acabam se normalizando e você se esquece de apreciar quando deixa de ser novidade.

É o que na ciência chamamos de adaptação hedônica, onde à medida que uma pessoa compra cada vez mais coisas, as suas expectativas e desejos de comprar novas coisas aumentam ainda mais.

Portanto, use seu dinheiro com sabedoria, busque o equilíbrio, a harmonia com a natureza e a construção de bons relacionamentos e amizades. Lembre-se que “todo excesso esconde uma falta” e que a felicidade é um caminho que pode ser construído todos os dias.

Thiago Godoy É head de educação financeira da XP Inc. e especialista em psicologia do dinheiro e bem-estar financeiro. É mestre pela FGV – Tese em Educação Financeira, especialização em Sustentabilidade (University of British Columbia), tem MBA em Marketing (FGV) e graduação em administração (UFJF). Foi diretor de mobilização de recursos e relações governamentais da Associação de Educação Financeira do Brasil, atuando especialmente com populações de baixa renda e escolas públicas. Também atuou com desenvolvimento institucional na Dialogue Direct e Children International (EUA), Fundação Vida Plena (Bolívia), Projuventude e Comitê para Democratização de Informática (Brasil). Instagram: @papaifinanceiro

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