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Um movimento global para expandir a Educação Financeira

Setor privado, governos e organizações da sociedade civil em todo o mundo estão acordando para a necessidade de ajudar pessoas vulneráveis a administrarem seu dinheiro
Por  Thiago Godoy -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Duas notícias do último mês poderão mudar o letramento financeiro da próxima geração de brasileiros. Na semana passada, o Ministério da Educação (MEC) anunciou uma parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que visa oferecer formação em educação financeira para 500 mil professores no Brasil.

Os cursos, que começarão em julho, serão de formação continuada para professores de toda educação básica das redes pública e privada do país. A meta do MEC é levar educação financeira para algo em torno de 20 a 25 milhões de alunos, principalmente dos anos finais do Ensino Fundamental.

No fim desse último mês de maio, o Banco Central (BC) anunciou a expansão nacional do Programa Aprender Valor, que tem o objetivo de apoiar Secretarias de Educação e escolas na implementação do ensino da educação financeira e da educação para consumo no Ensino Fundamental.

A educação financeira nas escolas finalmente será uma realidade no Brasil? Parece que sim.

Mas não é apenas aqui que o cenário da Educação Financeira está se transformando. Na semana passada, o jornal Financial Times publicou um artigo mostrando o grande “boost” que a educação financeira está vivendo em todo o mundo.

Em novembro do ano passado, o jornal já havia publicado outro artigo mostrando que a educação financeira é hoje mais importante do que nunca.

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Sabemos a importância de desenvolvermos a educação financeira. Os impactos negativos da falta de conhecimento da população sobre esse tema já são estudados há algum tempo.

Nos EUA, por exemplo, o National Financial Educators Council estimou que a falta de conhecimento financeiro custou, em média, US$ 1.634 em 2020 aos cidadãos norte-americanos.

Educar financeiramente as pessoas não apenas ajuda esse indivíduo, mas beneficia um país inteiro. Em um nível macro, há o potencial econômico de uma população financeiramente alfabetizada, um mercado financeiro com melhor funcionamento, uma maior taxa de poupança e nível de endividamento menor, ou um endividamento mais bem administrado.

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A educação financeira traz benefícios reais e tangíveis para os governos e para a economia!

No fim de 2020, a OCDE divulgou um guia de recomendações sobre o desenvolvimento da educação financeira buscando ajudar governos e outras autoridades públicas a desenhar, implementar e avaliar políticas de educação financeira.

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Hoje, mais de 70 países em todo o mundo estão criando ou já implementando estratégias nacionais de educação financeira, segundo a OCDE.

Mas sabemos que a estrada da alfabetização financeira ainda é longa. Em uma realizada pela OCDE em 26 países da Ásia, Europa e América Latina, apenas 1 em cada 4 adultos responderam corretamente a perguntas sobre juros compostos.

Governos, empresas, organizações sociais em todo o mundo estão trabalhando para melhorar essas estatísticas, principalmente com crianças e jovens, buscando melhorar as habilidades deles se relacionarem com o dinheiro quando adultos.

Apesar de o Brasil ter constituído a sua própria Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) em 2010, através da união de diversos órgãos públicos de ampla atuação, apenas em 2020 as escolas passaram a ser obrigadas a inserir atividades sobre o tema em suas grades curriculares na Base Nacional Comum Curricular.

Ainda estamos bem atrasados. No relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2018, o Brasil ficou em 17º entre os 20 países analisados.

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No ranking global de letramento financeiro na Pesquisa da Standard & Poor’s, a partir de um diagnóstico com 144 países, o Brasil ficou em 74º, com apenas 35% de sua população apta a responder questões simples sobre o tema.

O caminho ainda é longo, mas algumas empresas no Brasil estão comprometidas com essa causa. Em março, a XP Inc. lançou o Instituto XP, que tem o objetivo de levar educação financeira a 50 milhões de pessoas em dez anos, em parceria com a XPEED School, escola de finanças do grupo.

A iniciativa amplia a estratégia educacional do grupo XP Inc., sendo que o Instituto tem como proposta disseminar conteúdos gratuitos voltados a pessoas com pouca educação formal e em situação de vulnerabilidade social.

As empresas possuem um grande potencial de transformação na vida das pessoas. Caso elas se posicionem e atuem nessa direção, podem se tornar agentes ativos pela melhoria da educação no país.

Se articulamos para que as iniciativas de governos, sociedade civil e empresas se somem e atuem em caráter de complementariedade, veremos um novo cenário para a educação financeira do brasileiro nos próximos anos.

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Thiago Godoy É head de educação financeira da XP Inc. e especialista em psicologia do dinheiro e bem-estar financeiro. É mestre pela FGV – Tese em Educação Financeira, especialização em Sustentabilidade (University of British Columbia), tem MBA em Marketing (FGV) e graduação em administração (UFJF). Foi diretor de mobilização de recursos e relações governamentais da Associação de Educação Financeira do Brasil, atuando especialmente com populações de baixa renda e escolas públicas. Também atuou com desenvolvimento institucional na Dialogue Direct e Children International (EUA), Fundação Vida Plena (Bolívia), Projuventude e Comitê para Democratização de Informática (Brasil). Instagram: @papaifinanceiro

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