Seu sucesso depende do que você ignora
Eu conversava com uma executiva de RH, desempregada havia um ano, que se queixava de que suas esperanças de conseguir um emprego estavam cada vez menores. Queria saber minha opinião sobre por que ela estava desempregada. Tinha MBA e um currículo exemplar, falava inglês, mas não conseguia recolocar-se.
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Eu conversava com uma executiva de RH, desempregada havia um ano, que se queixava de que suas esperanças de conseguir um emprego estavam cada vez menores. Queria saber minha opinião sobre por que ela estava desempregada. Tinha MBA e um currículo exemplar, falava inglês, mas não conseguia recolocar-se.
A situação lhe causava enorme estresse, tristeza e perda de expectativa quanto a seu futuro. É um problema que aflige 11 milhões de pessoas, em números oficiais. Eu, particularmente, acredito que o contingente de desempregados seja maior.
O que ficou claro para mim foi o quanto ela não sabia sobre o que aumentava ou diminuía suas chances de sucesso. Sua visão era muito acadêmica e correta a respeito de como o mundo funcionava, mas ignorava fatores determinantes para seu sucesso.
Portanto, a solução do problema dela passava necessariamente pelo difícil processo de descobrir o que ignorava a respeito do mundo à sua volta. Gostaria de mencionar dois fatores, que, embora não sejam os únicos, são negligenciados pelas pessoas na construção de sua prosperidade: a luta pelo poder e o networking.
Em primeiro lugar, a luta pelo poder nas empresas. Conheço pessoas que só querem tocar a vida, cuidar dos filhos, ter momentos de diversão e não se interessam em subir para cargos de gestão. Elas têm esse direito. Entretanto, não podem ignorar que há, em toda companhia, uma luta pelo poder. Se você não sabe como é visto por essas pessoas, terá dificuldades para entender por que foi preterido em relação a uma promoção, ou, pior que isso, por que foi escolhido para ser demitido.
O mesmo ocorre no mercado em que a empresa se encontra. Esse mercado é influenciado pela economia, e essa, por fim, pela política. Portanto, você tem de interessar-se em enxergar tão longe quanto possível quando o assunto é poder. Ou, para você, será uma surpresa estarmos em uma crise. Como alguém pode estar surpreso com o País em crise, se adotamos ideias que não funcionaram em nenhum lugar do mundo, em nenhum momento da história? Qual a surpresa?
Em segundo lugar, você não pode se autocontratar. Alguém que trabalhe um ou dois níveis hierárquicos acima do seu precisa conhecê-lo para que isso aconteça. Portanto, sua carreira é o seu verdadeiro e permanente emprego, não aquele cargo que você possui hoje na empresa. Se você não aparecer para trabalhar, sua carreira correrá perigo. Portanto, você precisa ver como está sua agenda para atender a convites de eventos, cafés, almoços e happy hours. Também precisa estar atento a seu perfil no LinkedIn, para que ele reflita apropriadamente sua competência; de sua foto até a descrição de suas habilidades, tudo tem de ser pensado em relação a isso.
Portanto, se você ignorar fatores como a luta pelo poder nas empresas, no Brasil e no mundo, e a necessidade de ter relacionamentos com pessoas um ou dois níveis acima do seu, essa falta de consciência a respeito de fatores duríssimos da realidade limitará tremendamente seu sucesso, não importa quão habilitado você seja.
Entretanto, sempre é tempo de aprender, conhecer a história, prestar atenção a notícias e entender como elas afetam seu sucesso, hoje e no futuro. E também rever seu perfil nas redes sociais e aprimorá-lo. E, é claro, participar de eventos com pessoas que possam conhecê-lo e contratá-lo no futuro.
Não há atalhos para recuperar-se se uma crise econômica. Um dia de cada vez, muita energia e o conhecimento de que, mesmo as fases mais duras e injustas da vida têm um fim.
Vamos em frente!
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As maiores oportunidades de prosperidade e sucesso de carreira ocorrem nas chamadas novas fronteiras, isto é, nos mercados que nunca existiram antes e surgem principalmente em decorrência de uma nova onda tecnológica. A dificuldade de reconhecê-las é enorme, pois o sucesso de algo novo não é visível para a maioria e representa riscos elevados para os iniciantes: assim, as décadas de 1920 e 30 foram momentos extraordinários para quem se envolveu com a indústria da aviação. Já os anos de 1950 e 60, o foram para quem trabalhou na indústria da computação de grande porte. A década de 1980 foi o início da era de ouro dos microcomputadores; já o fim dos anos 90 e início de 2000, para a internet, os celulares e, depois, as redes sociais.
Ninguém aguenta reuniões sem fim
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A crise brasileira está em pleno curso, e há muita tensão em países importantes, como Arábia Saudita, Irã e Venezuela, que pode trazer um agravante internacional para nossa abalada economia. Ainda temos 13 milhões de desempregados, e, infelizmente, a melhora ainda não atinge todos os setores. Também há fortes variações na recuperação em um mesmo setor econômico.
Feedback não é para ser traumático
Já vi indivíduos traumatizados por conta de um feedback. No caso mais grave, conheci uma pessoa que teve uma hemorragia provocada pelo estresse de um feedback feito de maneira torturante: ela tinha de ficar de frente para uma parede e de costas para seu chefe e colegas de trabalho que lhe dariam os “feedbacks“, e ela só podia ouvir. Não sei quem foi o idealizador dessa prática infeliz, mas, para minha surpresa, foi aplicada até mesmo em empresas juniores no Brasil.
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Um grande problema que observo nos executivos é a ausência de um plano de vida que oriente seu plano de carreira. Quando isso ocorre, há um hiato entre o que ele atingirá profissionalmente e a vida que realizará. Esse hiato pode ser intransponível se ele deixar para preenchê-lo ao fim de sua carreira profissional. Essa possibilidade por si só deveria ser motivo de angústia, incerteza e preocupação, entretanto, a maioria dos indivíduos a ignora.
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A primeira competência a ser desenvolvida por alguém que decide se transformar em líder é a coragem. Sem ela, nenhuma outra é necessária ou será suficiente.