PGBL, VGBL… Precisamos falar de aposentadoria

Por  Reinaldo Domingos
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Grande parte da população ainda não age de maneira consciente, quando se trata de aposentadoria. A maioria das pessoas não reserva quase nada do dinheiro que passa pelas suas mãos ao longo da vida para o futuro. Mas essa mentalidade precisa mudar e o melhor caminho é o do conhecimento.  

A aposentadoria pela previdência social é importante e um direito de todos os brasileiros. Entretanto, sabemos que o valor disponível não é o suficiente para manter o padrão de vida, tanto que muitos aposentados dependem de terceiros ou continuam trabalhando para complementar a sua renda. Além disso, a proximidade da reforma na previdência social acaba deixando os trabalhadores ainda mais inseguros em relação ao seu futuro. A tendência é que todo o processo se torne ainda mais complexo, dificultando a aposentadoria.

Portanto, é importante aproveitar o período produtivo, de anos de trabalho, para destinar parte do salário para o futuro e ter qualidade de vida e tranquilidade financeira quando decidir parar de trabalhar.

Quais as opções?

A previdência privada é uma alternativa interessante e importante para garantir uma vida melhor. Há duas modalidades de fundos geridos por instituições privadas, que têm a vantagem de possibilitar ao investidor a retirada mensal, que se assemelha ao recebimento de um salário, ou o resgate do valor total a qualquer momento, sendo descontadas as devidas tarifas.

O PGBL (Plano Gerador de Beneficio Livre) é o mais indicado para quem tem uma boa retenção de imposto de renda, já que possibilita que os valores investidos sejam abatidos (desde que não ultrapassem 12% da renda bruta anual). Entretanto, no momento do saque, é cobrado imposto sobre o valor total que houver no fundo.

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Já o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é mais indicado para quem não costuma declarar seu imposto de renda ou o faz com os formulários simplificados. Isso porque ele não possibilita que as contribuições sejam abatidas. Seu principal aspecto positivo é que, quando o dinheiro for sacado, será cobrado imposto apenas sobre os rendimentos, e não sobre o valor total.

Antes de contratar a previdência privada, é interessante fazer uma simulação junto à instituição, para ter uma perspectiva sobre o saldo e os rendimentos futuros.  É importante também considerar alguns detalhes, como o prazo para receber o valor mensalmente (de forma vitalícia ou por determinado período) e se ele poderá ser destinado a cônjuge e/ou filhos em caso de falecimento, por exemplo.

Um adendo: é prudente que a pessoa aja de acordo com o seu perfil investidor – agressivo, moderado ou conservador – mas, independente disso, oriento que sempre diversifique os investimentos. Afinal, não é aconselhável manter todo o valor referente ao sonho da aposentadoria sustentável em uma única modalidade de investimento. Inclusive, é preciso observar o valor máximo que é assegurado por cada uma, caso a instituição privada venha à falência. Investimentos no CDB, por exemplo, são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) até o valor de R$ 250 mil.

Atente-se ao prazo do investimento

As modalidades de investimento escolhidas precisam ser compatíveis com o tempo disponível até a aposentadoria e o valor total que se deseja atingir. Oriento que pelo menos 80% do valor destinado para a independência financeira seja mantido em um fundo conservador, pois é uma quantia muito importante, um investimento de toda uma vida, que precisa ser preservado. É válido lembrar também que o quanto antes começar a poupar para a aposentadoria, menor será o valor a ser investido periodicamente.

Para facilitar o cálculo da aposentadoria sustentável, montei uma planilha que faz as contas automaticamente, bastando inserir algumas informações. Deixo aqui o link http://www.dsop.com.br/arquivos-downloads/file/calculo-de-aplicacao-para-independencia-financeira?id=1

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Reinaldo Domingos Reinaldo Domingos é presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), autor de vários livros e criador da Metodologia DSOP de Educação Financeira.

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